18. Relaxa

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Vicky

Eu não conseguia dormir. Estava demasiado mal com aquele telefonema. A minha vontade era apanhar um avião e ir ao encontro dos meus pais, mas estou de mãos e pés atados.

Tenho uma rapariga a dormir nos meus braços e ela nem se apercebe do perigo que posso trazer para o seu tranquilo sono.

Talvez ainda seja muito cedo para tudo o que está a acontecer, apesar de eu querer. Mas eu não resisto... Ela é linda. Rosto defenido com cada traço desenhado por Deuses, cabelo negro até aos ceios e olhos extremamente azuis. Abdominais de pedra e cada curva digna de uma pista de corrida. E aqueles lábios... São a minha montanha Russa. Não sei o que estou a sentir.

Sofia: Vicky? -Sussurrou.

Vicky: Hey, estás acordada?

Sofia: Não, tonta.

Vicky: Ainda não dormiste no teu quarto desde que cá estás. -Ri.

Sofia: Esta cama é mais interessante! Tem mel.

Vicky: E tu és a abelha, não és?

Sofia: As abelhas picam...

Vicky: Mas morrem a seguir. Queres exprimentar?..

Sofia: Garanto-te que não morro se te picar..

Vicky: Quem morre contigo sou eu. E de sono também. -Agarrei-me a ela.

Sofia: Não adormeças...

Sofia

Vicky: Não... -Disse, ensonada.

Num gesto rápido que me surpreendeu, deu-me um beijo rápido nos lábios, aninhou-se nos meus braços e, uns segundos mais tarde, quando olhei para ela, tinha adormecido.

Eram seis da manhã e o sol já espreitava entre as nuvens. Estava a ficar frio. O Verão está a passar.

Sossegada, porém num sono irrequieto e atribulado, dizia coisas. Não conseguia perceber a maior parte do que dizia porque falava em Italiano. Que sotaque sexy, meu deus.

Vicky: Io sono... Io sono... (Eu sou... Eu sou...)

Sofia: Victória?

Estava a sonhar, de certeza.

Do nada, recebi uma sms. "Quem é essa loira com quem falei de manhã?" Era a Fabiana. Sem paciência, pousei o telemóvel na cama e, pela primeira vez na vida, rezei para que tudo isto acabasse. Infelizmente, não deu resultado: mais cinco sms's. "Andas com aquela, não é?"; "Não te enganes a ti própria. Tu amas-me"; "Não me podes fazer isto"; "Eu ganho sempre"; "Segunda-feira vou estar à tua espera no portão da escola."

Fora de mim, resolvi escrever-lhe: " Olha lá Fabiana, tu és louca, estás doente, não bates bem da cabeça. Para com estes joguinhos. Eu não tenho nada contigo e tudo o que tive foi perda de tempo. Desaparece da minha vida. Não te quero nela. Andas há meses a fazer isto, já chega! Não precisas de saber se estou com "outra" ou não, qual é o teu problema? Desaparece, Fabiana. Eu não te quero para nada."

Agora quem não dorme sou eu. Estou tão arrependida de tudo o que aconteceu entre nós! Como é que eu pude estar com alguém assim?

Aproveitei e mandei uma mensagem à Margarida: "Maggie, precisamos de falar. Se conseguires, passa cá amanhã. Não te esqueças que agora moro na Rua Augusta, perto da H&M, na Baixa. É urgente! Vem sozinha. Beijo."

Sinceramente, quando penso em apaixonar-me de novo por alguém, fico com medo e recuo. O problema é que quando isso acontece, eu não me apercebo. Só dou conta que estou apaixonada quando já não posso voltar atrás.

Fica Comigo (Lésbicas/Gay) PTOnde histórias criam vida. Descubra agora