Sofia
Sofia: Boa noite! -Entrei em casa.
Rita: Então? Preparada para a mudança de casa??
Sofia: Vai ser um pouco difícil. Mas o que tem que ser tem muita força.
Rita: É verdade. Tens dois quartos para escolher: O de cima ou o de baixo. O de cima é logo à direita depois de subires as escadas. O da esquerda é naquele corredor ao fundo. O meu fica perto da cozinha.
Fui então alojar-me no quarto de cima. Escolhi-o por me fazer lembrar o meu quarto em casa dos meus pais, que também é no piso de cima.
Estava uma noite quente e abafada. Esta casa parece um forno! Felizmente, temos ar condicionado e janelas com redes para os mosquitos não entrarem.
A Baixa de Lisboa está cada vez mais bonita. Temos vista direta para ela, onde conseguimos ver todas as luzes de todas as casas, de todos os candeeiros e todas as ruas e todas as pessoas que passam nelas.
A minha ex-namodada morava perto daqui.
Rita: Então, como está a correr a escola? Já sabes o que queres seguir na faculdade?
Sofia: Está a ir bem. Eu gostava de ir para engenharia electromecânica.
Rita: Gostas de carros?
Sofia: Gosto muito. E tu, já sabes o que vais seguir para o ano?
Rita: Medicina! Se tiver nota, claro.
Victória
Pai: Partimos para a Rússia amanhã. Deixamos-te dinheiro no banco. Tenho a certeza de que te vais portar bem aqui. - Apertou a minha mão. - O tio pode já não estar aqui, mas vão te proteger. Lembraste do tio Aro ? Ele gostava muito de ti, costumava dizer que eras a sobrinha preferida dele!
Vicky: Podera, não tinha mais nenhuma! -Ri.
Pai: Foram bons tempos. Ele era muito brincalhão. Arranjava muitos problemas, mas no fundo era um bom homem.
Permaneci calada. Beijou a minha testa.
Pai: Espero que um dia nos perdoes. -Terminou a conversa, saindo do meu quarto.
O meu tio tinha 36 anos quando foi morto. Morreu pela família.
A Máfia Italiana procura o meu pai incansavelmente. O meu pai, no passado, foi um dos membros da Cosa Nostra (Máfia). Quando a Bruna (minha irmã mais nova) morreu aos 3 anos de idade, o meu pai decidiu abandonar a Máfia mesmo sabendo de todo o perigo e riscos a que estava sujeito. O meu pai era o braço direito do líder. Eram como irmãos, melhores amigos. Depois de ter tentado sair a bem, começaram a raptar membros da nossa família como chantagem para o meu pai voltar para a Máfia.
Foi o que aconteceu com o meu tio Aro. O Aro também trabalhava para a Máfia, e como sabiam que eramos parentes, torturatam-no para que ele dissesse onde estava o meu pai. O meu tio não cedeu e, por isso, mataram-no. A única coisa que me resta dele é o seu colar.
Sofia
Sofia: Quem é a rapariga que vem para cá morar amanhã?
Rita: Não me lembro do nome dela... Mas esteve cá com os pais de manhã. Amanhã já vem para cá. Parece que os pais dela têm que sair do país por questões de negócios. Pelo menos foi o que o pai dela me disse.
Sofia: Deve ser mau ficar cá sozinha sem os pais... Eu não aguentava.
Rita: Eu sei o que custa. Os meus pais estão no México. Quando acabar o décimo segundo ano volto para lá. Já tenho saudades.
Sofia: Tu nasceste lá?
Rita: Sim. Vim estudar para cá porque tinha cá uma falecida tia, que tinha condições para me dar educação e me sustentar. Os meus pais viviam na miséria e a única coisa que conseguiam arranjar para comer era uma sopa para cada um. Felizmente, já arranjaram trabalho. O meu pai abriu um restaurante com a ajuda da minha tia e a minha mãe é jardineira em casa de uma senhora.
Sofia: Tiveste muita sorte. Os teus pais conseguiram dar a volta mas há gente que não tem como dar.
Rita: É a vida. Está a ficar tarde e amanhã tenho uma visita de estudo ao Algarve. Vou me deitar. Já sabes onde são as divisões e sabes onde fica o meu quarto, por isso se precisares de alguma coisa é só chamares!
Sofia: Obrigada. Eu também me vou deitar. Tenho aulas cedo amanhã!
Fomos, então, cada uma para o seu quarto.
Estou a estranhar a cama e não consigo dormir por causa do calor. A roupa cola-se à pele, grrrr!!!
De manhã, acordei e fui direta para a escola. Como agora moro na Baixa, posso-me levantar uma hora mais tarde, já que demoro 10 minutos a pé a chegar à escola.
Mal entrei no portão, vi a Victória. Ela olhou para mim e piscou-me o olho, sorrindo. Respondi-lhe sorrindo-lhe, envergonhada.
Victória: Olá! -Disse, indo em direção à sala de aula dela.
Sofia: Bom dia! Estás melhor?
Victória: Ah, estou! Obrigada pela preocupação. Vou para a aula. Talvez falemos depois.
Sorri.
À uma hora, fui almoçar fora com as minhas primas e com mais umas amigas: A Diana, e o casalinho: a Margarida e a Maria João.
Depois de nos empanturrarmos com a comida, fomos cada uma para sua casa.
Quando cheguei, a casa estava vazia. A Rita estava no Algarve e só chegava às quatro da tarde e eu estava ali sozinha a olhar para as paredes.
Liguei a televisão e vi o Dr House, na Fox. A minha mãe adora o Dr House e passa a vida a dizer ao meu pai que o vai trocar por ele quando ele diz que não lhe apetece lavar a louça.
Às quatro e meia, chegou a Rita. Veio cheia de lembranças para distribuir pela casa inteira.
Esteve, no mínimo, uma hora a contar-me onde esteve e o que fez. Pareceu ter sido divertido.
Victória
Pai: Bem, já cá chegamos. A casa é esta, já sabes. Ligamos-te assim que pudermos.
Mãe: Toma cuidado. Não descuides os estudos nem faças asneiras. Olha que dentro de 3 horas podemos estar na Rússia mas também num instante me ponho cá para te puxar as orelhas!
Vicky: Não te preocupes, mãe. Eu porto-me sempre bem. -Disse, ironicamente. Saí do carro com as malas e despedi-me deles umas cinco vezes. Finalmente, dirigi-me à porta do apartamento e toquei à campainha.
Sofia
*Ding Donnngggg*
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fica Comigo (Lésbicas/Gay) PT
RandomVictória é uma rapariga de 17 anos com uma árvore genealógica muito obscura. Nasceu e viveu em Itália grande parte da sua vida mas, forçosamente, teve que ir para Portugal. Com o passar do tempo, conhece Sofia, uma rapariga Lisboeta uns meses mais...