Vicky
Nós estavamos muito próximas. A luz branca da lua iluminava os nossos corpos. Os olhos azuis dela brilhavam tanto que era possível ver o meu reflexo neles! A mão dela subiu até ao meu queixo, puxando-o levemente para mais próximo dela...
Repentinamente, ouvimos alguém a abrir a porta de casa. Era a Rita!! Assustei-me e caí a baixo do sofá, ao mesmo tempo que os braços da Sofia se estendiam para me agarrar.
Rita: Meninas! Desculpem, assustei-vos!- Levantei-me e sentei-me no sofá, tal como a Sofia.
Vicky: Olá! Um pouco... Ehehehe...-Será que ela percebeu alguma coisa? Será que nos viu?
Sofia: Então, foi bom o jantar?
Notei que a Sofia estava um pouco stressada.
Rita: Foi. Mandaram-te um beijo. Logo que souberam que eras filha de uma amiga deles, fizeram uma festa e disseram que te queriam conhecer! Mandaram-te esta fotografia deles com a tua mãe em pequenos. A minha tia andava sempre com ela na carteira.- Deu-ma.
Sofia: Ahmm... Obrigada! Diz-lhes que também lhes mando um beijo, quando falares com eles.- Acendeu a luz.
Rita: Está bem... Vocês já estavam a dormir? Estava tudo apagado...-
Vicky: Sim, estavamos! Adormecemos ao pouco e acordamos contigo.
Rita: Bem, peço desculpa.- Olhou para o relógio.- Já são duas da manhã?! Tenho que ir dormir, já é tão tarde. Vocês ficam?
Sofia: Sim, mas daqui a bocadinho também já vamos para os nossos quartos.
Rita: Boa noite meninas, até amanhã.- Foi-se deitar.
Depois disto, não sabia como olhar para a Sofia. Estava envergonhada, sentia as minhas bochechas a escaldar!
Sofia: Estás corada...- Começou a rir. Olhei de relance para ela.
Vicky: Oooh. Não estou nada.
Sofia: Estás com vergonha?
Vicky: Não, estou só assustada, ainda!
Sofia: Então porque é que não olhas para mim?- Levantei-me para apagar a luz.
Vicky: Estou a olhar, parva...- Olhei-a nos olhos.- Estou a olhar.- Esbocei um sorriso e sentei-me, deitando a cabeça para trás no sofá.
Sofia: Está a ficar tarde.
Vicky: Está...- Brinquei com o meu cabelo.
Definitivamente, não sabia como lidar com a situação naquele momento. Estava envergonhada, com vontade de olhar para ela e de me aproximar, mas sem coragem para tal. Nem sei se ela entendeu o mesmo que eu em relação a este momento. Eu sei lá se ela ia fechar os olhos e adormecer, ou continuar assim, ou...
Sofia
Dava para reparar que ela não estava muito à vontade. Olhava para as paredes, para o teto, para o chão, para todo o lado, menos para mim. E eu queria que ela olhasse para mim. Olhar para mim, em comparação com o que estava a acontecer há 10 minutos atrás, não era nada. Por isso agarrei na mão dela, apertei-a com força e disse-lhe: Não tens de ficar assim. Olha para mim, Victória.
Ela olhou. Eu não conseguia ficar só a olhar para os olhos dela. Olhava ora para os lábios, ora para os seus olhos, milhões de vezes. Uns olhos lindos, verdes vivos, que me hipnotizavam.
Sofia: Os teus olhos são tão lindos..- Sussurrei.
Vicky: Os teus sim, são muito!
Sofia: Oh. Estou a falar dos teus.
Vicky: É só dos meus olhos que tu gostas?
Sofia: Eu podia ser má e dizer que sim.
Vicky: Hmhm, mas tu não és má, pois não?- Aproximou-se de mim novamente, com aquele jeito doce de quem quer alguma coisa...
Sofia: Não...
Vicky: Não és, pois não?...- Encheu-me de beijos desde a testa até à ponta do nariz.
Sofia: Vicky, isto...
Vicky: Shhhhh...- Deitei a cabeça no peito dela e abracei-a.
Os braços dela protegiam-me. Eram como um cobertor enorme que me tapava dos pés à cabeça. Era quente e macio.
Vicky: Está a ficar tarde.- Mexeu nos meus cabelos.
Sofia: Eu sinto-me bem contigo. Sinto que te conheço há anos...
Vicky: Sentes isso? -Sorriu.
Vicky
Sofia: Sinto... -Fechou os olhos.
Vicky: Está na hora de irmos para a caminha...
Sofia: Já estamos na caminha...
Vicky: Espertinha, tu...
Sofia: Está-se bem aqui, fica aqui comigo...- Pediu-me, com voz de sono.
Vicky: Queres que fique?
Sofia: Quero.
Deitei-me, então, no sofá. Ela seguiu os meus movimentos, e deitou-se do meu lado, com o braço por cima da minha barriga. Eu estava-me a sentir bem com ela...
Ela já estava cheia de sono, e a qualquer das perguntas que eu lhe fizesse só me respondia "hmmmm...". Fiquei a olhar para ela, enquanto dormia, a mexer-lhe no cabelo, nas orelhas... Ela é um anjo.
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Fica Comigo (Lésbicas/Gay) PT
AléatoireVictória é uma rapariga de 17 anos com uma árvore genealógica muito obscura. Nasceu e viveu em Itália grande parte da sua vida mas, forçosamente, teve que ir para Portugal. Com o passar do tempo, conhece Sofia, uma rapariga Lisboeta uns meses mais...