Capítulo 4_ Quando crianças tudo se resolve fácil.

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-Deixa de ser ciumenta Jubis.
Eu juro que não entendendo porque essa vaca, que Deus colocou na minha vida pra ser minha melhor amiga fica achando que eu tenho ciúmes dela, se ela quer saber eu tenho mesmo, essa vaca é minha melhor amiga, ela é uma vaca, (sim, v-a-c-a, mas, só EU posso chama-la assim o.k.?)
–Eu não to com ciúmes, tia. –Ah, como eu queria ser debochada mano.
–tá sim. –Vaca, mil vezes vaca, respiro fundo e...
–ah, Allyn por favor ne? Eu não estou com ciúmes, pelo menos não te tu e essa aí; –‘’essa aí’’ se chama Dielly (vaca também, mas não vaca normal, vaca no sentindo vaca mesmo)
–Mano o que eu fiz pra sofrer por 7 coreanos? -A tal menina perguntou ignorando totalmente minha existência. "Nascer, existir, ser amiga da MINHA amiga..." Juro que pensei em dizer isso, mas não estou com ciúmes certo? Errado! Mas não, eu não disse nada, ela não é digna nem de dirigir uma palavra a mim(eu não sou assim, juro, só quando fico com ciúmes);
–O Jimim é muito neném mano. – Querida sabe sua boca? Fecha ela o universo agradece, fica calma Jubis.
–Verdade eu queria tá agora na Coréia do Sul com Kim Taehyuan... –ok, não surta e tenta não fazer Allyn falar só comigo porque preciso de uma amiga agora, tudo bem não vou fazer isso, mas também não sou obrigada a ver ela e a amiguinha dela falando de coreano, tudo tem um limite, e como eu estava sozinha e shallow now (sim, sozinha pacificamente, porque elas estava do meu lado, mas sozinha porque ninguém falava comigo) então saí do quarto e fui para cozinha onde minha mãe e a da dela estavam, mas só que, me mandaram de volta para o quarto, eu disse que ia ficar no cantinho com fone de ouvido e ela nem iam notar minha presença, até que minha tia chamou a Allyn e companhia, eu levei a sério o negócio de não ser notada nem notar ninguém, que só falei quando me chamaram, adivinha pra quê? Isso para o ‘’castigo’’.
Deste que temos sei lá, 3 anos de idade (isso é o que nossos pais contam pra gente, porque na verdade eu não tinha nem noção de que existia, e aliás só tenho lembranças de três anos pra frente...) então deste dessa época a mãe dela já fazia isso quando brigávamos, o ‘castigo’ funcionava assim: ela colocava a gente no quarto, e de mãos dadas por 5 minutos (ou até mais, isso durava até fazermos as pazes) e a gente sempre ria (não sei se 1.de nervosismo, 2.medo de apanhar ou 3.as duas coisas misturadas). E agora cá estamos nós novamente indo para o castigo, eu, minha amiga, e meu ranço supremo, de mãos dadas por longos 5 minutos;
Quando nós éramos mais crianças (sim, mais do que agora) e brigávamos por qualquer merda que fosse ela fazia exatamente isso, mas quando você é criança é totalmente diferente, vou explicar: as vezes em que isso acontecia, a gente não ficava nem 2 minutos de mãos dadas, do nada nós começávamos a rir, se abraça, pedia desculpas e prometia nunca mais brigar (tanto é que nossa última briga foi há 84 anos, ok, foi há 4 anos atrás, devíamos ter uns 10 anos, perdoem), mas isso era de forma espontânea, bem diferente de agora, hoje somos mais velhas, muito mais (i)maturas, e também mais orgulhosas.
Um livro que li há bastante tempo dizia algo como ‘’uma das piores coisas em ser adolescente é o chamado orgulho’’ (ok, talvez não seja bem assim a frase, mais você entendeu o quis dizer, certo?) Eu bem que concordo com isso, e isso é em relação a tudo, (amizade, família etc.…) por exemplo: meu orgulho, somando com os das duas seria igual a: nunca mais fala comigo (certo, talvez nós nunca deixamos de ser aquelas garotas de 4 anos atrás que brigava por qualquer coisa e que brincava de Barbie e desejava ter a vida perfeita delas...)
Resumindo, deu os 5 dias, opa 5 minutos e a Allyn deu uma risadinha falsa, só não mais falsa que minha cara de ‘’não estou com ciúmes porra’’; Mas sim, nos livramos e voltamos ao quarto, e com a gente o ciclo vicioso veio também, elas continuam a falar da merda que a vida dela é pelo fato de conhecer o BTS, e eu, continuei existido.

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