Capítulo 14_ Dia sobrenatural, se é que isso vale como tal.

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- Josiscleiton, Jubiscreusa, Havana Leandra, Maria Luíza e Nayme Defini, vocês podem sair. Os demais se quiser recuperar a nota da prova permaneçam na sala
Caraí, em impressão minha, ou só A GENTE saiu?
O que fazer em quase 60 minutos? Só a gente saiu. Cinco pessoas, apenas.
Resolvemos ir para biblioteca. Não tínhamos muitas opções. Se a biblioteca tiver aberta já vai ser uma vitória. Enquanto caminhávamos, Leandra só reclamava.
-É chato, não pode nem falar nada.
-Justamente. Havana é uma bi-bli-o-te-ca. –Falou Luíza.
-Havana deixa de ser chata. Tu tem alguma opção melhor?
-Eu não quero ir. -Ela respondeu
-Então fica –Eu disse abrindo a porta.
-Tá aberta! –Josiscleiton comemorou.
Quando entramos não tinha ninguém, e então não fomos necessariamente obrigados a ficar em silêncio. Mesmo se tivesse, as pessoas conversam da mesma forma.
Não podíamos falar muita besteira, pois, segundo Luíza, tinha câmera na biblioteca, e claro que ignoramos esse fato. Como não tinha nada para fazer, Nayme perguntou se alguém queria brincar de o mestre mandou, e eu só eu concordei. E depois todos brincaram, até mesmo Leandra.
-O mestre mandou pegar um livro que seja a personalidade da Luíza. –Ela ordenou e menos de um minuto já encontramos.
-‘’Maria vai com as outras’’. Porque, não precisa justificar. Ela é Luíza Modinha.
Luíza me fuzilou com o olhar e Nayme riu e disse ‘’arrasou’’
-História do passado no museu. Porque ela é que nem museu, que vive de passado.
Nayme e eu rimos.
-Maravilhoso Leandra. –Eu disse.
-Os farsistas. –Disse Josiscleiton, o.k., sem comentários.
-Eu não sou falsa com ninguém e esse é o livro que define minha personalidade? –Ela se defendeu e todas concordamos que o livro do Josiscleiton foi o melhor, não que tenha a ver com ela, mas a gente ama irritar ela.  Ele foi o novo mestre.
-O mestre mandou...pegar um livro que lembre a Jubis.
Filho da mãe.
Eu apenas escondi um livro. ‘’ET. A HISTÓRIA DO EXTRA TERRESTRE’’. Para caso Leandra pegasse.
O que ela escolheu podia ser pior. Ficou assim:
-Planetas solitários. –Disse Josiscleiton –Porque, ah, todo mundo sabe que tu é sad...
-Nossa, valeu.
Ele nem precisa pegar porra de livro nenhum, depois eu não sou sad. Não como antes.
-Corações disparados –Falou Leandra –Porque tu gosta de dez meninos aleatórios e depois para.
Nem todos.
-Nunca nem vi, Leandra.
-É verdade. Lembra aquele da educação física? Que tu gostou dele durante cinquentas minutos...
-Oh louco. –Josiscleiton disse
-Chega Leandra. –Digo
-Vocês três. –Disse Nayme colocando o livro sob a mesa – Desculpa, mas resumiu tua vida amorosa
Ela disse isso em relação ao Arthur e a Juliana. Só não entendei o que tem a ver com minha vida amorosa, o livro da Leandra teve mais sentido.
A brincadeira ficou chata e paramos. Continuamos na biblioteca e sentamos, mas não tinha assunto.
-Gente achei o livro do Josiscleiton –Disse Leandra saindo de trás de uma estante.
-Qual? –Perguntei.
-Os contos de invernos.
Todos riram
-A Leandra sabe direitinho os livros e as personalidades.
O silêncio continuou.
-Meu amigo Bob –cantarolou Nayme, e Josiscleiton, Luíza e eu acompanhamos –Diz que é um menininho corrompido, e toda vez que se ascende a luz do quarto fica espantado, por isso todo esse caco..

Paramos por causa de um livro que caiu da estante do nada. Ficamos calados e começamos a rir. Nayme voltou a cantar, só que dessa vez sozinha, e então outro livro foi ao chão.
-Levanta e ver quais foram os livros.
-Será que tem livro de são Cipriano por aqui?
Quando chegamos lá não deu para identificar exatamente quais foram, pois tinha uma pilha de livros no chão.
Talvez não foi o Bob que visitou a gente.
Nossa escola tem umas lendas, mas são lendas.
Antes de ser escola era um convento, já ouvi muitas histórias. Parece que quando a fundaram era época da segunda guerra mundial, por isso tem tanto túnel e tantas passagens ‘’secretas’’. Tem gente que disse que o maior túnel tem saída perto da Catedral.
A escola tem muitas salas, ano passado a gente estudava na sala que era um dormitório, agora nossa atual sala parece que era a sala de reza ou coisa assim.
Saímos da biblioteca e encaramos o enorme corredor, nesse corredor tem uns quadros de todos os formandos, e o primeiro deles é no formado do Brasil que tem fotos de umas sete ou nove pessoas. A maioria era freiras. Mas nada é pior que passar por um dia assim junto com uma ariana e uma capri. Mas pelo menos não teve o Bob e nem faltou luz como um outra vez; as luzes do corredor foram apagando uma por uma. Pqp.

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