Capítulo 19 - Reencontro

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Eu demorei ainda uns dez segundos para processar a informação: o Danilo! O Danilo está diante de mim!  Acho que ele também ficou na mesma situação que eu, porque nesses segundos, nenhum de nós esboçou reação alguma. Uma dormência tinha tomado de conta de cada membro do meu corpo assim que o reconheci, e fui incapaz de sair do meu lugar.

Porém, logo depois, fui tomada por uma emoção que me fez correr e pular diretamente em seus braços. Não sei se foi coisa do momento, mas percebi uma leve hesitação e surpresa da parte dele quando fui ao seu encontro para o abraçar. Não que isso fosse me preocupar, o importante era que ele, finalmente, estava comigo. O Danilo tinha voltado! Ele cumpriu sua promessa. Está com ele era tudo o que eu mais tinha aguardado, e eu estava realizando aquele sonho. Fechei os olhos, aspirando seu perfume,  e pouco depois, senti o carinho que ele fazia em meus cabelos. Ele era real. Ele estava comigo.

Ainda bem que não havia ninguém na loja fora nós dois, mas não faria diferença nenhuma se tivesse. Era mais de um ano de pura saudade. Aquele momento era só nosso. Continuamos ainda abraçados por mais um tempinho sem dizer uma única palavra. Percebia-se que ele também estava muito emocionado. E eu estava morrendo de medo de acordar e descobrir que tudo não passava de um sonho.

- Você veio... - susurrei as palavras ainda envolvida naquele abraço.

- Eu disse que viria, não foi? - ele respondeu com o rosto ainda em meio ao meus cabelos.

- Sim. Mas você demorou...

- Desculpe, Júlia, vim o mais rápido que pude. Mas aconteceram tantas coisas...

Eu o soltei, mesmo sem querer, mas precisava olhar para ele. Seus olhos despejavam carinho sobre mim.

- Quando você chegou aqui na cidade? Você viajou sozinho? Está na casa de quem? - Minha natureza curiosa começava a se manifestar.

Danilo riu.

- Meu Deus! São muitas perguntas! Mas, depois eu lhe respondo tudo. Com calma. 

-  Como sabia que eu estava aqui?

- Eu não sabia. Só vim olhar uns livros.

Eu olhei confusa para ele, e ele começou a rir. Aliviada, vi que aquilo não passava de uma brincadeira.

- Eu fui até à sua casa. Não tinha ninguém, mas sua vizinha falou que você trabalhava aqui.

Eu ainda tinha mil e umas perguntas para fazer, mas meu local de trabalho não era o lugar mais apropriado para conversarmos. Sem falar que o Danilo aparentava está muito, muito cansado mesmo.  Mesmo assim, ele estava radiante.

- Então,  - ele falou olhando ao redor - você aprendeu mesmo a gostar de livros, hein?

- Uma certa pessoa me incentivou. - Eu disse com um sorriso bobo, típico de uma pessoa apaixonada.

No mesmo momento, entraram duas moças na loja que começaram a olhar umas agendas. Eu não queria que ele fosse para casa logo, e acredito que ele também queria ficar mais um pouco, não havia se passado nem dez minutos que ele havia chegado. Mas era preciso ele ir, e nós sabíamos disso.

- Eu estou muito cansado, - confessou - passei a noite viajando. Mas posso descansar esta tarde e nos encontrarmos à noite, que tal?

- Nossa, tenho aula hoje! - falei no automático. O que eu estava fazendo? Era o Danilo! Esperei por ele mais de um ano!  - Mas eu posso faltar. - disse logo em seguida antes que ele me interpretasse mal.

- Você está na faculdade? Que bom! - ele falou todo feliz. Eu já havia compartilhado com ele a vontade de cursar Letras. -  Tem certeza que dar para faltar? Não vai se prejudicar?

Sua preocupação o deixava fofo, mas por ele, eu perderia o semestre todo!

- Claro que não tem problemas. - garanti. 

- Eu passo em sua casa às dezenove horas. Eu adoraria almoçar contigo, mas foram horas de viagem. Realmente, estou caindo de cansaço. - seu rosto denunciava isso, embora seus olhos brilhassem toda vez que repousava em mim, que era praticamente o tempo todo!

Eu me sentia nas nuvens ao vê-lo que mesmo exausto de uma longa viagem, ele nem mesmo descansou e logo procurou me ver. O Danilo não havia me esquecido. Eu repetia isso a todo instante para mim mesma. E quanto mais eu o olhava, mais meu coração transbordava de alegria e amor. Depois de tanta dor, ele era o bálsamo em mim.

Dessa vez, foi ele que me puxou para um abraço.

- Eu quase morri de saudades, Júlia... - disse enquanto me aconchegava em seu peito.

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Aiiin😍😍 Meu casal juntinho! Deixe seu voto nesse capítulo fofinho!

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