Capítulo 25 - Natal

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Eu e Danilo nos tornamos cada dia mais próximos. A cumplicidade era crescente, o que se espera de um casal de apaixonados. Nos víamos o máximo que o nosso tempo permitia, pois além da diferença do horário de trabalho, ainda havia minha faculdade, mas compensávamos com o domingo, em que ele almoçava em minha casa e passava a maior parte do dia comigo. Esses momentos em que eu desfrutava de sua companhia, eram preciosos. Meus pais o estimavam como filho, chegando muitas vezes a me fazer pensar que o preferiam a mim. Não que isso me incomodasse, pelo contrário, eu me sentia muito feliz com o relacionamento que eles tinham. Danilo era muito gentil e respeitoso para com eles, os tratava com reverência. E tinha também o lado materno de minha mãe, que se preocupava por ele está longe de sua família. Ela estava sempre preocupada com sua alimentação e isso resultava em paparicá-lo um pouco.

Era impossível não amá-lo. Para mim, ele era um verdadeiro cavalheiro e, para resumir, o melhor namorado do mundo.
Foi em um desses almoços, que nos apresentou Calebe e entendi a empolgação dele ao se referir ao amigo: Calebe era mesmo um jovem agradável. Em poucas palavras da parte dele, já deu para perceber porque Danilo o apreciava tanto.
Ele, assim como Danilo, já havia morado em muitos lugares e, apesar da saudade que sentia de sua família, estava amando nossa cidade.

Também voltei a ter contato com os pais de Danilo e suas irmãs, o que era maravilhoso. Eu e Dávila conversávamos bastante. Eu sentia que era muito apreciada por eles e isso me deixava mais segura do futuro que teria. E falando em futuro, às vezes me perguntava como seria quando eu e Danilo casasse, se ele continuaria com esse ritmo de se mudar a cada um ano ou menos que isso. Seu estágio só era por dois anos e confesso que a gente não fazia ideia do que aconteceria depois. Eu morava na mesma casa que havia nascido, nunca havia me mudado nem de rua, imagina de estado! Não sei se me adaptaria a uma vida assim.
Sem falar que nunca havia ficado longe de minha família. E tudo indicava que seria assim que eu viveria, pois Danilo estava seguindo a mesma carreira de seu pai. Esse era o único ponto que me fazia sentir um certo agito dentro de mim. Porém, de uma coisa eu tinha certeza: eu não me permitiria ficar longe de Danilo novamente.

Era véspera de Natal. Meu primeiro Natal com o Danilo. Não sei se era a empolgação de nosso primeiro Natal juntos, mas nunca senti tanta ansiedade a respeito de um data comemorativa. Nós havíamos nos reunido para a Ceia na casa da tia Paty, por ter um espaço maior, e apesar de reunir apenas as duas famílias, um casal de idosos (vizinhos de tia Paty), e ainda Danilo e Calebe, era mais gente que no ano anterior.

Leandro, que aos pouco deu sinal de aproximação, sentou-se ao meu lado enquanto Danilo não chegava. Apesar de não voltarmos ao que era antes, ainda conseguíamos conversar trivialidades. Foi justamente nessas conversas que ele revelou que estava disposto a voltar a namorar com Natasha. Eu não quis perguntar se ele realmente sentia algo por ela, mas no fundo do meu coração desejei que eles se acertassem.

Eu estava ansiosa para entregar meu presente ao Danilo. Era um álbum com várias fotos nossas Apesar do pouco tempo, tínhamos tirado uma infinidade de fotos juntos. E ainda incrementei com diversas mensagens. Eu mesma havia feito. Sempre pensei que quando tivesse um namorado, quando fosse possível, eu confeccionaria os presentes que lhes daria. Assim a pessoa poderia ver que depositei ali meu tempo e carinho. Eu tenho esse lado romântico.

O Natal nos deixa mais emotivos. Eu podia sentir a ansiedade de ver Danilo transpirando por cada poro do meu corpo. Faziam apenas três dias que não nos víamos, mas a inquietação de vê-lo chegar era tanta que cada minuto que passava parecia horas.

Então ele chegou.

De cara percebi que algo não estava bem. O Danilo é muito bom em esconder sentimentos negativos, mas agora eu o conhecia melhor. Os sorrisos que ele distribuía aos presentes não eram verdadeiros. Alguma coisa o preocupava e seus olhos o denunciavam. Eu vi que ele se esforçava para transparecer alegria, mas o conhecendo da forma que eu conhecia, alguma coisa estava errada.
Porém, ainda não era o momento certo de questioná-lo. O abracei quando ele veio até mim e agora era eu que procurava demonstrar que não havia percebido nada. Nós participaríamos da Ceia e só depois eu tentaria arrancar alguma coisa dele.

Mas quanto mais o tempo passava, mas eu me preocupava. Danilo estava mais calado do que o normal, e Calebe, que era o que menos falava, estava mais falante que o amigo. Se antes eu suspeitava, agora eu tinha certeza: algo havia acontecido. E parecia não ser nada bom.

Nem mesmo toda aquela comida deliciosa que foi servida pôde me distrair. Eu só conseguia pensar no que poderia ter acontecido e cada hipótese que eu imaginava era pior do que a outra. Eu já estava sofrendo antecipadamente mesmo sem saber do que se tratava.

- Está tudo bem? - Danilo questionou ao perceber o quanto eu estava calada. Até mais que ele.

- Sim, sim. - respondi forçando um sorriso.

- Tem certeza? Você nem está comendo direito.

O jogo agora era inverso: ele que iria me perguntar o que estava acontecendo. Sou preocupada por natureza, e sentir que ele não estava legal já me deixou neste estado.

- Eu estou bem. - tentei a todo custo me recompor. Até coloquei uma colher a mais da farofa deliciosa de tia Paty.

- Não quero estragar seu apetite, - não sei se ele falou por ironia - mas precisamos conversar. Depois que terminar a Ceia.

Eu sabia que havia algo! Seu tom de voz estava sério. Me deu um calafrio e o resto da vontade de comer que eu ainda tinha foi pelos ares.

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Voltei!!!! Como já expliquei, essas duas semanas foram muuuito puxadas para mim, mas não esqueci desse livro um dia sequer. E nem de vocês, meus pacientes leitores! Espero terminar de escrever antes do final do ano. Bjs!

Algum palpite do que o Danilo tem para contar?

Aproveitando aqui para desejar a todos um feliz Natal!!!

(Des)complicado Amor (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora