Capítulo 24 - Perdão

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Aquele era, definitivamente, o melhor dia da minha vida. Não! O melhor dia seria quando eu e o Danilo, enfim, poderíamos unir as nossas vidas. Todo o meu mundo se resumia em está ali ao seu lado, desfrutando de um tempo em que há muito tempo não tínhamos e, confesso, merecíamos. Somente ali, eu percebi realmente, a falta que ele me fez. Eu quase havia esquecido de como era está ao seu lado, de me sentir segura e amada. Meu coração transbordava de gratidão por aquele momento tão mágico.

- Eu aceito - falei em um murmúrio, pois a emoção não me permitia ir além disso - Eu aceito...

Aquelas duas palavrinhas foram o suficiente para nos envolver em uma bolha de amor e afeto.

- Eu prometo que nunca mais partirei. Não sem levar você comigo. - ele falou depositando um beijo em minhas mãos. Poderíamos ficar horas ali, mas o horário não permitia mais. Ainda em êxtase, por conta de tanta emoção, saímos do restaurante e nos dirigimos ao carro. Quando chegamos em minha casa, foi só o tempo de ele agradecer ao meu pai e sair. Meus pais estavam me esperando na sala, e pelos olhares travessos dos dois, percebi que eles já sabiam de tudo. Antes que fizessem alguma pergunta, fui para o meu quarto. Só ali a ficha caiu: agora eu tinha, oficialmente, um namorado.

...

Era meu horário de almoço e eu estava terminando de ajeitar algumas coisas para sair. Eu estava sozinha na livraria, Renata tivera alguns compromissos e não fora trabalhar naquele dia. Por isso mesmo, eu estava decidida a ir almoçar fora. Eu estava quase saindo quando dei de cara com Leandro.

- Eu sei que você pode está me odiando, mas por favor, me deixe falar com você. Não precisa falar comigo, só quero que escute o que eu quero dizer. - falou de um fôlego só. Talvez com medo de eu fechar a porta em sua cara.

Eu não tinha vontade nenhuma de escutá-lo, até porque já sabia que seria uma série de desculpas esfarrapadas, mas resolvi, mesmo a contra-gosto, ouvir o que ele tinha a dizer. Era uma chance que ele não merecia mas eu quis dá-lo assim mesmo.

- Tudo bem. Mas seja rápido, estou saindo para almoçar. - fingi conferir o relógio no meu pulso - Você tem cinco minutos.

- Ótimo! Muito obrigado. - ele parecia aliviado - Em primeiro lugar, eu quero te pedir perdão. Eu sinto muito, muito mesmo. Foi a coisa mais idiota que eu fiz. Eu nunca consegui me recuperar por não ter enxergado você antes da Ester...

- Leandro! - interrompi-o. Eu não estava a fim de ouvir aquilo de novo.

- Eu... eu estava desesperado, Júlia. Eu não sabia o que fazer e tomei aquela atitude por puro desespero. Mas eu me arrependo. Nossa! Como me arrependo! Se eu pudesse voltar atrás não faria isso novamente. Eu estraguei a nossa amizade. Será que um dia você chegará a me perdoar?

Eu ainda estava muito magoada com ele. Mas só em ouví-lo reconhecer que havia errado, mexeu alguma coisa dentro de mim. Seu semblante era de quem estava sinceramente arrependido.

Nossa amizade nunca mais seria a mesma, mas eu poderia fazer a escolha de perdoá-lo.

- Tudo bem. Ainda estou muito chateada com você, mas aceito suas desculpas.

Sei que aquelas palavras faziam uma diferença enorme para ele, mas confesso que fez um bem imenso também para mim. Era como se houvesse algo entalado na minha garganta e, finalmente, eu tivesse me livrado daquilo. O perdão liberta!

Ele tentou sorrir.

- Sério? Você é a melhor pessoa que existe, Júlia. A pessoa mais bondosa que já conheci. E tudo que eu fiz foi lhe decepcionar... - ele parou com a voz embargada.

Meu coração sempre foi mole. E sempre me vejo que alguém está prestes a chorar, me comovo. Mesmo que essa pessoa seja o Leandro. Seus olhos estavam marejados e aquilo me deu uma pontinha de dó dele. Por impulso, eu quis oferecer um pouco de conforto e coloquei a mão em seu ombro. Ele se surpreendeu com o meu gesto.

- Tudo bem. - falei com voz branda - Todos nós erramos algumas vezes. O importante é aprender e não repetir mais o erro.

- Eu lhe prometo. Não vai se repetir.

Eu me preparei para fechar a loja, mas antes de ir, ele ainda falou:

- A propósito, tenho que admitir : o Danilo é o cara certo para você.

Ouvir isso vindo de Leandro, já era um avanço enorme!

(Des)complicado Amor (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora