Leitura do Testamento

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Espero um tempo e a porta e aberta.

— Quem deseja? Pergunta Evan Harde o mordomo.

— Evan! Vai me dizer que não se recorda de mim, não mudei tanto para que não me reconheça. Digo brincando e o abraçando fortemente.

— Senhor Monte Carlo? Pergunta surpreso.

— Eu mesmo. Respondo.

O homem me analisa e sorri com carinho.

— É bom vê-lo senhor, senti sua falta. Disse ele.

— Também senti falta de todos. Falo.

— Vou mandar que preparem um quarto para o senhor. Disse ele.

— Preciso que chame o advogado imediatamente, não poderei ficar na fazenda por muito tempo, tenho assuntos a resolver na Thália do Norte. Digo a ele.

— Como desejar senhor. Responde em demonstrar sentimento.

— Onde está Alice? Pergunto a ele.

— A senhorita Clarck está no cemitério da Fazenda. Diz o mordomo com pesar.

— Está bem, vou até ela, preciso conhecê-la. Digo a ele.

— É uma ótima garota. Diz ele sorrindo.

— Preciso que me explique algo antes de ir até Alice. Digo a ele enquanto tiro meu casaco.

— Estou aqui para esclarecer qualquer dúvida senhor. Ele diz sério novamente.

— Qual a idade dela? Pergunto curioso.

— Ela tem 20 anos de idade. Ele diz.

— E por quê Alice não sai de casa, meu pai a prendia? Pergunto.

— A senhorita Clarck tem um trauma, por isso, não sai de casa, sua família morreu em um acidente na estrada. Disse Evan.

— Obrigado por me dizer. Digo a ele.

— Senhor Monte Carlo. O mordomo chama quando já estou a porta.

— Diga Evan? Pergunto.

— A senhorita Clarck é muito afetuosa com as pessoas, uma criatura muito doce e amável, não estranhe se ela agir como se conhecesse o senhor a tempos. Ele diz.

— Bom está bem. Digo concordando.

— Obrigado senhor. Ele fala cortês.

— Vou subir e me lavar, para depois ir ver Alice. Digo a ele.

— Como quiser senhor. Disse o velho homem.

Subo as escadas em direção ao meu antigo quarto, quando entro fico muito surpreso ao saber que está tudo do geito que eu sempre deixei, não havia nada mudado, exceto minha locomotiva a vapor que estava bem maior, agora ela tinha 30 vagões de madeira escura, sinto o cheiro do perfume que eu usava quando era criança, era tão bom estar alí, estava me sentindo em casa, a cama de casal enorme que papai havia feito sob encomenda estava perfeitamente alinhada, com meus lençóis de cor azul clara.

Olho para o banheiro e caminho até ele, tudo do mesmo jeito, a tina dentro estava com água quente que fumegava, deixando o banheiro com uma densa névoa.

Sai do banheiro e caminho até o closet, minhas roupas estavam todas lá as roupas antigas e outras roupas novas, em ordem cronológica de crescimento, pego um suéter grosso de lã e sinto o cheiro do perfume de minha mãe.

— Ah mamãe, você sempre achou que eu ia voltar não é? Pergunto sabendo que não teria resposta.

Saio do closet e caminho até o banheiro, tiro toda a minha roupa e entro na tina de madeira, me lavo rapidamente e coloco uma calça que estava em meu closet e uma camisa branca de botões, coloco o suéter de cor preta e coloco as botas pretas.

DOCE ALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora