Piano

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Entro em meu quarto e Eleonor me abraça, acaricia meu peito e vai descendo com a mão, seguro antes que ela chegue onde quer.

_ Hoje não Eleonor, eu estou realmente cansado. Digo a ela.

Ela me solta e caminha para a cama, tira o vestido rosa pink e fica só de calcinha.

_ Como quiser. Ela diz.

Olho para o corpo bonito, mas nada acontece, caminho para o banheiro exausto, estava tão cansado, o dia foi longo, tiro a roupa e olho no espelho.

Fecho meus olhos e vejo Alice, seu corpo nu, seu rosto ruborizado, sinto meu membro latejar e a dor, abro os olhos novamente e me fito.

_ Está ficando louco? Pergunto ao meu reflexo.

Sim.

Estou ficando louco, por desejar tanto Alice, olho para baixo e vejo meu membro rígido, nunca fiquei assim por ninguém.

_ Merda. Digo baixo.

Seguro meu membro e meu pensamento foge para Alice, sua boca pequena de lábios carnudos e bem desenhados, seus olhos me fitando enquanto ela me tomava por completo em sua boca.

Tiro a mão de meu membro rapidamente e caminho para a ducha, ligo a água gelada e deixo ela cair sobre mim, sinto como se pregos estivessem entrando em meu corpo, mas o banho frio tinha um objetivo que foi alcançado.

Saio do banho sonolento, coloco apenas uma calça de e deito na cama, esquecendo completamente da presença de Eleonor até que ela se aconchega em meus braços, adormeço com a lembrança do corpo de Alice.

****

Escuto uma melodia suave e triste, uma que eu conheço muito bem, pois foi eu quem a criou, abro meus olhos e vejo que ainda é noite.

Por ordem minha, ninguém entrava no estúdio de música, e ninguém, absolutamente ninguém podia mexer no meu piano, mas as notas ecoavam pelo quarto, a melodia para por um momento, apenas para se iniciar de novo.

Me desvecilio de Eleonor e caminho para as escadas.

A melodia se arrasta mais lenta, e as notas mudam, a voz de Alice chega aos meus ouvidos quase que imperceptível, sua voz é abafada e triste, parecia estar chorando, ela para de cantar e os soluços baixos chegam a mim, posso sentir a dor e o medo, ela começa a tocar novamente e sua voz falha ao tentar cantar, sinto meu coração apertar e já nem ligo mais se ela está na parte proibida de casa ou se está tocando meu piano, a única coisa que importa, é o fato de ela estar tão desamparada.

Quando chego ao estúdio vejo a porta entreaberta, entro sem ser percebido e vejo as janelas abertas, uma vela sobre a mesa ao lado do piano, o lençol que o cobria no chão e Alice sentada no banco grande, onde podiam sentar três pessoas, seus cabelos balançando com o vento frio, sinto um arrepio correr meu corpo quando o vento gelado acariciou minha pele com sua brisa não tão suave, fico parado olhando ela tocar, cruzo meus braços sobre o peito e continuo olhando ela, seus dedos habilidosos deitavam sobre as teclas do piano com suavidade e delicadeza, seu rosto está molhado e seus olhos estão levemente inchados, mas o que me chama atenção é a camisola de cetim, com um decote simples, alças finas e que caia muito bem em seu corpo bonito.

Eu era apenas uma menina quando vocês se foram,
Mas eu lembro de como éramos felizes,
Aaaaaa, o tempo passou rápido demais,
Rápido demais para nós,
Pensei ter encontrado a paz,
Em pessoas que tanto amei,
Que tanto quis,
Mas se foram como vocês

.....

Ela para de cantar e tocar e chora, seus soluços são angustiados e eu sinto toda a sua dor, porque de certa forma também era a minha dor.

DOCE ALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora