DOCE ALICE

Agora Eu Lembro De Tudo

Acordo desorientado e olho para os lados, estava em casa, pisco algumas vezes e sento na cama.

Coloco meus pés no chão e sinto uma típica brisa de outono em minhas costas, olho para as portas da sacada e elas estão fechadas e com as cortinas grossas de inverno.

Levanto e caminho até elas, puxo as cortinas e olho lá fora, tudo estava cinzento algumas rosas floreciam e davam uma cor aquela palidez.

Logo as lembranças mais recentes, assim como as antigas se ordenam em minha cabeça e eu sorrio.

Sinto lágrimas em meus olhos e fico mais do que feliz por lembrar de tudo.

Saio do quarto e caminho pelo corredor.

Alcanço as escadas e desço-as rapidamente, encontro Jorge o mordomo.

_ Onde estão todos? Pergunto a ele.

_ O senhor Neto e a senhorita Maria estão para a escola e a senhora Alice foi ao park com Harley e Helinho. Ele fala.

_ Quando tempo eu dormi? Pergunto a ele.

_ Três dias. Ele fala.

Subo as escadas rapidamente e corro para o quarto, coloco uma calça, botas, camisa branca e um suéter vermelho vinho.

Desço rapidamente e jorge me ajuda a colocar o casaco e as luvas, caminho para fora e corro para o pátio interno.

Entro em um dos carros, ligo e dou partida.

Chego ao park e vejo Alice de longe.

Corro até ela e abraço por trás cheirando seu cabelo.

_ Eleck. Ela fala surpresa.

_ Me desculpe por ter sido um completo imbecil amor. Digo a ela.

Ela se vira e olha em meus olhos sem acreditar.

_ Você lembrou? Ela pergunta.

_ O suficiente para saber que eu a amo mais que a mim mesmo. Digo a ela.

Ela me abraça e me beija com amor.

A manhã é agradável e eu não poderia estar mais feliz.

***

_ Diga a Vicente para vir o mais rápido possível, passe na mansão Monte Carlo menor e diga a Albert para trazer a mala que eu cheguei a casa, para ele não tirar absolutamente nada de dentro dela. Digo a Jorge.

_ Sim senhor. Ele fala e se retira.

Depois de um tempo Vicente entra no escritório.

_ Pediu para eu vir com urgência? Ele pergunta.

_ Sim, eu lembrei. Digo a ele.

_ De que exatamente você lembrou? Ele pergunta se sentando.

_ Eu estava no trem, para voltar para Thália do Norte, no terceiro ou quarto dia de viagem, eu entrei na minha cabine e tinha um homem dentro, ele tinha uma barra de ferro nas mãos. Falo a ele.

_ Ele falou alguma coisa? Ele pergunta.

_ Ele disse "Frederick mandou lembranças, provavelmente as últimas." Ele bateu com a barra na minha cabeça e eu apaguei, acordei 1uando senti o impacto da queda, ele me atirou do trem em movimento. Falo a ele.

_ Você acha que pode descrever o homem? Ele pergunta.

_ Não, as lembranças são turvas. Digo a ele.

_ Estamos atrás de Frederick Chapman. Ele fala.

_ Ele me viu no park, só não entendo por que não me matou lá mesmo, ele sentou ao meu lado. Digo a ele intrigado.