Seremos Eu, Você e Ele

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Depois de examinar Alice o médico se retira, acompanhado de Harley.

_ O que o médico disse amor? Pergunto preocupado.

_ Que dentro de três meses o mal-estar vai passar. Ela fala vagamente.

_ Mas ele não disse o que você tem? Pergunto ainda mais preocupado.

_ Bem, ele disse que agora que seremos eu, você e ele. Ela diz e coloca a mão sobre o baixo ventre.

Paraliso totalmente com a mão nos cabelos de Alice.

Pai? Eu seria pai? Era isso?

Escuto Alice falando comigo ao longe, mas sua voz não é nítida.

Levanto da cama e caminho até a janela.

Uma enxurrada de lembranças borradas invadem minha mente e eu sinto as lágrimas transbordando de meus olhos e molhando meu rosto.

Suspiro e sinto as mãos de Alice em minhas costas.

_ Amor, você está bem? Ela pergunta.

Me viro para olhar seu rosto e vejo que já está corado novamente.

_ Alice...

Início a frase mais as palavras se perdem.

Envolvo ela em um abraço e a felicidade invade meu peito de uma forma que nunca antes aconteceu.

Eu me sinto em êxtase, essa seria minha chance de fazer diferente, de ser um homem melhor, seria a minha chance de ser diferente de meu pai em alguns aspectos e não chegar com meu filho ou filha onde eu e meu pai chegamos.

_ Amor você está bem? Alice pergunta novamente.

_ Eu estou radiante Alice, nunca sonhei em ser pai, mas agora que eu sou me sinto detentor de uma nova chance. Digo a ela.

Alice me abraça e assim ficamos.

***

As semanas passam e eu estava feliz e nervoso ao mesmo tempo.

Feliz porque eu seria pai e nervoso porque o investigador não tinha achado qualquer pista sobre a pessoa que queria matar Alice ou eu.

Fora isso não havia mais preocupações.

As coisas são tão diferentes quando se tem alguém ao lado.

Quem diria um dia, que eu estaria como estou.

_ Senhor Monte Carlo, há uma mulher que deseja falar com você. Dara diz.

Olho para ela que está a porta e aceno com a cabeça.

_ Diga que entre. Digo a ela.

Me volto para olhar pela janela e me distraio novamente com o movimento de carros dentro do complexo.

_ Bom dia senhor Monte Carlo. Escuto a voz e sinto meu coração errar uma batida.

Me viro de frente para a mulher de cabelos ruivos debaixo do chapéu branco, vestido verde escuro, sapatos de salto alto, olhos verde oliva intensos e estranhamente tristes e fico paralisado ao ver como ela estava.

_ Matilde. Digo surpreso.

_ Agora é senhora Chapman. Ela fala sorrindo.

Sinto as lágrimas em meus olhos e corro para abraçar ela.

Ela me abraça de volta e acaricia meu cabelo, como fazia quando eu ainda tinha 12 anos de idade.

Solto ela e a afasto, olhando ela novamente.

DOCE ALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora