Nascimento

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Os meses se passaram com rapidez e agora eu estava naquela maldita sala escutando os gritos de Alice, não era nada agradável aos ouvidos, a voz doce e afinada, estava rouca e sem tom.

_ Por Deus isso não termina nunca? Pergunto a Harley.

_ Fique calmo senhor, essas coisas demoram. Ele fala.

Pelo menos Frederick Chapman não estava lá, em um momento tão íntimo meu e de Alice.

_ O que o senhor pretende fazer? Harley pergunta me tirando dos devaneios.

_ Eu pretendo parar de trabalhar por um tempo, dois a três anos, falei com o doutor João Paulo Sales que administra a Fazenda Monte Carlo e ele aceitou administrar tudo. Digo a Harley.

_ Fico muito feliz por saber disso senhor. Ele fala.

_ Alice vai precisar de mim. Digo a ele.

Assim que termino a frase um choro estridente ecoa na mansão.

_ Bem acho que o senhor já pode subir. Harley fala e eu já estou no meio das escadas.

Corro pelo corredor e entro no quarto, Alice está na cama e grita novamente me assustando.

_ Por que ela ainda está gritando? Pergunto as criadas e ao médico.

_ Porque só saiu um. Ele fala.

Sinto meu coração parar e nesse intervalo Alice da um grito que me faz pular.

Me aproximo dela e vejo seu rosto suado e pálido, os olhos cheios de lágrimas e a expressão sofrida.

Me aproximo dela e seguro sua mão.

_ Saia daqui senhor Monte Carlo. O médico diz.

_ São os meus filhos. Digo a ele teimoso.

Olho para Alice que me olha com os olhos cheios de lágrimas.

Ela aperta minha mão com força e faz força, depois respira e faz força novamente apertando minha mão novamente.

Passo a mão em seus cabelos e olho para ela solidário.

_ Vamos lá senhora, falta pouco. O médico diz.

Alice força novamente e respira com a boca, depois volta a fazer força, em seguida seus olhos se enchem de lágrimas de alívio, olho para a direção do médico e vejo o bebê em suas mãos.

O bebê não se mexe e o médico me olha com cautela.

Ele vira o pequeno corpinho de cabeça para baixo e dá uma palmada forte no bumbum de pele clara e o bebê resmunga e chora em seguida.

O rosto do médico se enche de alívio e ele me olha sorrindo.

_ É um menino e uma menina senhor. Ele fala para mim.

Sorrio e a criada me dá um bebê de rosto claro e uma pequena camada de fios pretos na cabeça pequena.

Logo depois ela coloca o outro bebê, uma fina camada de cabelos pretos e o rostinho meio arrochedo.

Olho para o médico preocupado.

_ Por quê o rosto desse está roxo? Pergunto a ele.

_ Ela saiu por último senhor, parto de gêmeos é sempre muito complicado. O médico fala.

Olhos os rostinhos e fico encantado, é impossível segurar as lágrimas de felicidade.

Volto meu olhar para Alice e seus olhos se enchem de lágrimas ao ver os pequenos em meus braços.

DOCE ALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora