Hoje olho para tudo o que já construí e me orgulho de mim mesmo, tudo o que meu pai disse que aconteceria, não aconteceu, sou o melhor arquiteto de toda a Thália Do Norte.
Lembro-me tão bem de quando saí da casa de meu pai.
Anos Antes
— Você acha que eu quero algo seu? Perguntei chateado.
— Claro que quer. Meu pai disse com rispidez.
— Eu não preciso de você para nada Erick. Falei com raiva.
— Não precisa? Você esqueceu que quem sustenta você sou eu, que sou eu que pago o seu colégio? Ele perguntou com sarcasmo.
— Querido...
Mamãe tentou controlar ele, mas já era muito tarde.
— Eu não preciso de você para absolutamente nada. Falei para ele e subi as escadas da enorme casa grande da fazenda Monte Carlo.
Era tão bonita que qualquer um que estivesse em sã consciência não sairia dela.
Talvez meu pai estivesse certo quanto a minha sanidade.
— Eleck volte aqui imediatamente! Ele gritou mesmo sabendo o quanto isso me atormentava.
Senti meu corpo tremer, mas continuei meu caminho.
Atravessei o corredor da direita e entrei em meu quarto, eu sabia que o que iria fazer era demasiadamente arriscado, mas eu não podia mais ficar na casa dele.
Não quando ele me tratava como um doente mental.
Eu sabia que tinha alguns problemas, mas eu era muito inteligente e educado sempre, ele podia levar em consideração isso também.
Peguei uma pequena mala e coloquei algumas roupas dentro, peguei o meu casaco e desci as escadas.
— Acha que vai conseguir algo lá fora? Você não passa de um um menino sem posse alguma e com problemas, como vai estudar, como vai se manter? Ele perguntou enquanto eu saía pela porta.
— Prefiro passar fome a estar nesta casa onde sou humilhado sempre que você tem oportunidade. Falei para ele descendo as escadas do pórtico de grossas pilastras redondas que sustentavam a sacada do quarto principal.
— Você vai fracassar e vai voltar correndo para esta casa, não dou uma semana. Ele disse da porta.
Parei diante do caminho de cascalhos e virei.
Olhei para minha mãe e senti meu coração doer, o que mais me doeu foi deixá-la com ele, quando ele era aquela criatura intragável e sem coração, mas eu prometi que voltaria para buscá-la.
****
Alguns anos depois eu de fato voltei para buscá-la, mas ela não quis vir comigo, ela ficou lá, e eu realmente não podia culpá-la por amá-lo, embora ele me odiasse, ele a amava, ele a amava tanto quanto eu a amava.
Sentei na mesa do meu escritório e revisei alguns documentos de compra de material que precisavam ser assinados.
Tanto tempo havia passado e mesmo agora que eu tinha vinte e nove anos de idade, eu não tinha coragem suficiente de voltar lá para confrontá-lo, então decidi viver minha vida como se, ele fosse apenas uma parte irrelevante do meu passado.
Eu sabia que eles tinham adotado uma garota, e que os dois amavam muito ela.
Em uma das cartas que recebi da minha mãe, ele descreveu a Alice como meiga, doce e agradável.
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DOCE ALICE
RomanceUma jovem doce, meiga e inocente. Um homem duro e sem coração. Eleck Monte Carlo e Alice Galeno Clarck O destino foi insolente ao juntar um homem frio e sem coração a uma garota meiga e inocente.