A Visita Dos Demônios

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Passado dois meses após meu casamento com Alice, eu ainda estava em êxtase total.

Olho Alice sentada na cadeira a minha frente e suspiro, depois desse tempo Alice estava mais madura, eu podia ver isso na forma que se expressava, que andava e que se portava.

A cada dia eu estava mais e mais apaixonado por ela, a cada dia eu encontrava um novo motivo para amar ela ainda mais.

_ O que foi? Ela pergunta me tirando dos devaneios.

_ Só estou olhando pra você. Digo sorrindo.

_ Está tudo certo aqui. Ela fala e me entrega os papéis que estava revisando.

Olho os números e vejo que tudo está perfeito.

_ Impecável amor. Digo a ela.

_ Seu pai me ensinou alguma coisa. Ela diz sorrindo.

_ E vejo que aprendeu muito bem. Digo sorrindo para ela.

_ Vou ver como está o jantar. Ela fala e se levanta, mas logo senta novamente apertando os olhos.

Me levanto e vou até ela.

_ Você está bem? Pergunto preocupado.

_ Estou, foi só uma queda de pressão. Ela fala.

_ Você tem certeza? Pergunto.

_ Tenho sim, acontece com muita frequência. Ela diz.

Depois de um tempo ela se levanta e sorri.

_ Acho que você precisa descansar. Digo a ela.

_ Não é necessário, eu já estou melhor. Ela fala e sai do escritório.

Depois do jantar, eu vou para o escritório e Alice para o estúdio.

Trabalho em alguns documentos e saio do escritório.

Caminho até o estúdio e entro.

Alice toca uma melodia doce e alegre.

Assim que me vê ela para de tocar.

_ Amor, por que não me fala de sua família biológica? Pergunto a ela.

Seus olhos ficam sombrios e ela me fita por alguns momentos.

_ Eu lembro muito pouco deles, mas sei que meu pai e minha mãe eram muito amorosos comigo. Ela fala alisando o vestido.

_ E seus tios? Pergunto a ela.

_ Eu não lembro de muita coisa, mas me lembro vagamente de minha tia puxando meu cabelo, ela dizia que eu estava seduzindo meu tio, embora eu se quer soubesse o significado da palavra na época. Ela fala e da uma risada amarga.

_ Você se lembra de mais alguma coisa? Pergunto.

_ Lembro que eles eram muito interesseiros, queriam tudo o que era de meus pais. Ela fala.

_ E o seu tio? Pergunto.

_ Era um homem horrendo, ele ficava me tocando de um jeito muito estranho, era horrível. Ela fala.

_ Vocês moravam todos juntos? Pergunto.

_ Sim, meu pai sempre gostou muito da megera da minha tia. Ela fala e desvia o olhar.

_ Você se lembra de alguma coisa do acidente? Pergunto curioso.

_ Lembro-me que a nossa carruagem estava balançando, mais que o normal, a roda bateu em uma pedra e ela virou no penhasco, minha sorte foi que papai e mamãe me abraçaram. Ela diz com as lágrimas deslizando por se rosto.

DOCE ALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora