"William, ligue para o Sebastian e avise que é ele que vai ficar com as crianças hoje!" May gritou da cozinha. Wiliam a
ouviu da sala, mas ignorou-a, continuando a brincadeira no chão com Lily, sua filha de quatro anos e Brady, filho de Sebastian de seis anos, enquanto Peter, agora com doze anos, ria divertidamente dos três, sentado no sofá. May continuou a falar. "Eles estão muito espertinhos. Este fim de semana é deles!" Reclamou e apareceu na porta da sala. "WILLIAM!!!" Gritou, quando o viu com o rosto todo pintado, a barriga, costas. Tinha as marcas das patinhas de Beau pela barriga, braços; as mãozinhas de
Lily em seu rosto; os pés de Brady no peito. "William, vocês estão todos sujos e nós temos que sair!" Exclamou horrorizada.
Ele olhou para ela e sorriu, ainda impactado com as duas correntes distintas entre a menina que tinha só para ele em casa, e a mulher que fez o discurso duas noites atrás em um jantar beneficente promovido pelo pai dele na mansão, noite em que Wiliam lançou seu livro Recomeço, com recursos destinados à casa de recuperação. May foi quem arquitetou tudo e foi a diligente anfitriã que levou sutilmente juízes, promotores e colegas de laboratório de Wiliam a abrirem suas carteiras e contribuírem com a causa: Flor de Lótus. Flor de Lótus foi o nome com o qual batizaram o novo programa o qual integravam—por sugestão de Wiliam. Ele
argumentou que o nome representava pessoas que estão na lama, mas que desejam se libertar... Mera bajulação à sua mulher.
O grupo de voluntários, que envolvia agora psicólogos, médicos, e outros profissionais, expandiu, e juntamente com
eles o trabalho. Eles se dispunham a cuidar, orientar e assistir pessoas que querem sair de vícios desde bebidas alcoólicas a ácidos estimulantes. Os assistidos eram acompanhados e reinseridos na família e sociedade.
E quinta-feira tinha acontecido o jantar para angariar fundos para a causa, onde ocorreu um leilão de quadros e produtos artesanais feitos pelos recuperandos; e leilão dos quadros de May. Ela atraía os investimentos e doações com seu
otimismo e graciosidade.
Wiliam venderia as calças para dar tudo que ela pedisse.Foi uma noite bem-sucedida, em que ele sentiu orgulho e prazer com sua mulher que se doa ao máximo às pessoas. "Florzinha..." Ele estendeu a mão com um olhar cálido, agora a mãozinha de Lily tentava passar batom em sua boca. "Estamos brincando." Argumentou encantando com o quanto May continuava linda mesmo depois da maternidade.
Observou seu quadril mais acentuado no short curto e sorriu malicioso, lembrando-se da grávida charmosa, saudável e resplandecente que ela foi, em uma gravidez minuciosamente planejada e acompanhada.
Lembrava-se dos primeiros meses com bebê novo em casa, época em que enquanto ele portava-se nervoso a cada
choro da criança, ela agia com segurança e diligência de alguém dotada de experiência. E por incrível que pareça, enquanto a observava cuidar de sua filha, o amor dele por May inchava, crescia, amadurecia. Sentia orgulho. Saber que ela tinha gerado algo seu, que os dois fizeram algo juntos era sublime. Era um milagre, uma união além do compreensível.
Ele não entendia porque algumas pessoas abstinham-se de relações sexuais durante a gravidez. Lógico que se exigia
mais cuidado, mas em nenhum momento sua fome por ela arrefeceu. Pelo contrário, cada vez que a via de shortinho e bustiê, fazendo exercícios de ioga pela casa, sua vontade era deixá-la nua e beijá-la toda.
Ela não foi uma grávida quieta. Pelo contrário, ele tinha que controlar seus excessos, embora não pudesse negar-lhe
nada. Ela foi mimada pelos amigos da pastoral, recebeu dezenas de presentes dos assistidos pela casa de recuperação. E estava sempre alegre e sorridente, com os cabelos bem cuidados e maquiagens leves no rosto. Definitivamente uma grávida deliciosa e sexy. O que não contribuía para diminuir a paixão dele.
Logo que a criança nasceu, William passou por uma dura provação quando tiveram que se distanciar para recuperação do parto, abstendo-se sexualmente. Ele dormia com ela na mesma cama, abraçado a ela, mas sofria de desejo não saciado. Ao fim dos dias exigidos, já subia pelas paredes pela contenção. Ele a amava com a alma e com o corpo. Ansiava por ela a cada
segundo.
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Recomeço
RomanceMaite cresceu rodeada de maldade, drogas e prostituição. Emergiu íntegra em meio à lama que viveu e construiu uma nova vida em que se dedica a resgatar e encaminhar viciados em drogas à recuperação. Wiliam é um homem amargo, austero, solitário. Sofr...