Capítulo 18

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Depois do fim de semana agitado, a vida tomou um novo rumo para Wiliam, que após ter passado dois meses fora, obrigava-se a adaptar novamente à rotina na Agencia da DEA.
Quinta-feira, envolveu-se numa série de expedientes atrasados, documentos negligenciados, ainda tendo que lidar com a rejeição de sua retomada de cargo. Era a mesma oposição que sentiu quando assumiu dois anos atrás a chefia. Na época, os subordinados esperavam que assumiria um Agente de carreira, não um recém formado na academia que assumiu o cargo por influência política. Todavia, com o tempo a resistência diminuiu. Portanto, presumia que em poucos dias a crise seria contida.
Como precaução, voltou tudo aos devidos lugares. A equipe Delta, que era a equipe de Martin e Paul, voltou a fazer serviços internos. Eugenio também voltou ao seu lugar de origem, nas escutas. Já Koko, que foi o chefe substituto da DEA em sua ausência, pôde escolher o que quisesse. E este preferiu, como todo agente antigão, ficar nas ruas, não no serviço burocrático.

Eugenio grampeou, embora sem autorização judicial, o telefone de Iam, lacaio de Sebastian; assim teriam notícias de quando Sebastian voltaria. Nesse tempo, Wiliam orquestrava um plano para interceptar Sebastian antes que este acercasse de sua casa, produzindo no caso uma situação em que pudessem predefinir uma trégua. Como barganha no trato, se comprometeria a não se interpor em seus negócios obscuros. Sebastian não iria opor resistência, pensou. Ninguém troca sua liberdade, por uma dissensão antagônica. Iria persuadi-lo de seu interesse legítimo em May e se comprometeria a dar a ela o tempo que precisasse para sobressair à adolescência. Mesmo inimigos, eram ligados coaxialmente. Tinham um interesse em comum: a felicidade de May. Logo, não poderiam magoá-la.
Seria uma trégua. Não perdão.
Sentado atrás de sua mesa, decidia se ia ou não a casa de May, já que ela deixou em aberto desde segunda que sua tia não estaria em casa terças e quintas à tarde, caso ele quisesse ir lá. Queria ser um namorado normal e simplesmente ir, qualquer horário que sentisse saudade. Inclusive à noite. Mas ainda tinha o temor de sua tia o reconhecer.
Enquanto decidia, suspirava pensativo, ainda lembrando-se do tumultuado fim de semana, em que ela agiu calma, tranquila e lhe trouxe quietação de ânimo.
Após fechar a conta e pegar as bagagens, tomaram um táxi e hospedaram-se em um hotel menor. Como era sábado à noite, os melhores hotéis da cidade estavam cheios. Então locaram dois apartamentos duplos para os cinco, dividindo ele com as duas meninas, e o pai com Poncho, quando este chegasse.
Silenciosa como todos os outros, Any seguiu para um quarto e, ainda na sala do apartamento, May o abraçou forte ao perceber seu estado abatido.
"Você não tem que ligar para aquilo que ela falou de sua família." Sussurrou complacente, no mesmo instante que desabotoava habilmente seus botões da camisa.

"Não quero falar. Apenas me abrace." Pediu e a apertou forte, com o nariz sob o seu cabelo, deixando que a amargura lhe comprimisse o peito. Ela caminhou de costas, conduzindo-o abraçada a ele rumo ao quarto que ocupariam, enquanto isso lhe beijou o peito com apaixonada demanda, tirou a camisa de dentro do cós da calça e desfez do fraque. "Não, May. Agora não." Cingiu-a, ao perceber sua intenção.
"Deixe-me cuidar de você." Pediu, empurrou-o na cama e no mesmo ato puxou fora o vestido, passando-o por sua cabeça. Depois se inclinou, tirou dele os sapatos e ato seguido desfez das calças, cuidadosamente.
"Vem aqui." Ele puxou-a pelo pulso e a fez deitar em cima dele. "Se você quer cuidar de mim, deixa eu ficar quietinho... Só quero te abraçar." Mudou na cama e deitou de lado, com a cabeça apoiada em seu seio, abraçando-a pela cintura e quadril.
Ficou ali, inspirando seu perfume, com a mente mergulhada nas lembranças. Não queria que depois de tanto tempo o fatídico acontecimento o atingisse tanto. Mas não era algo que pudesse evitar. Ver a infausta fraqueza de sua família exposta por Maria o magoava excessivamente, quando algo que seu pai lutou por discrição, difundiu-se. Pior ainda do modo como foi: uma vingativa infâmia.
A consciência disso doía.
Inspirou profundo, apertou-a mais forte e fechou os olhos, sentindo seus dedos nos cabelos, ouvindo o embalar tranquilo de seu coração; até que o sono o levou.
Acordou ainda de madrugada suado, com uma névoa de prazer em volta do seu cérebro ao sentir o fundo da boca quente chupando seu pênis. Estremeceu com a língua explorando cada centímetro de sua extensão, e a urgência despertou nele os mais lascivos desejos.
"Sou o homem mais feliz do mundo." Chiou e voltou a fechar os olhos. "Acordo com uma mulher me devorando e ela ainda sorri para mim." Contorceu-se, com a boca pequena atracada a sua anatomia. "Isso... Hmmm..." Gemeu, preguiçoso. "Senta aqui, vai... Quero você." Pediu e a trouxe para seus lábios.

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