30

1K 99 43
                                    

Camila

Um ano depois...

Shawn entra no banheiro da nossa casa em Nova York e me encontra relaxando em um banho de espuma. Despreocupada, eu o vejo tirar a arma da parte de trás da calça e deixá-la na bancada. Meu cabelo está preso no alto da cabeça em um coque desalinhado. Estou deitada na banheira com os braços estendidos nas laterais, um joelho fora da água, parcialmente coberto pela espuma. Foi um dia cheio. Matei John Lansen, presidente da Balfour Enterprises e estuprador de primeira linha, e ainda tenho o sangue dele debaixo das unhas.

Fecho os olhos e relaxo.

— Onde você estava? — pergunto para Shawn, sem levantar a nuca da banheira.

— Limpando a sua sujeira — responde ele, calmo.

Compelida a olhá-lo depois dessa acusação, abro os olhos novamente e o vejo de pé ao meu lado.

— Como assim? Foi um serviço limpo.

Ele ergue uma sobrancelha e olha para as minhas mãos.

— É mesmo? — pergunta ele, em tom acusatório. — Limpo significa sem sangue. Sem digitais. Sem deixar nada para trás, nem o seu cheiro.

Suspiro e fecho os olhos.

— Shawn — digo, fazendo gestos dramáticos por cima da borda da banheira. —Eu não deixei nada para trás. Limpei tudo depois. Não ficou nada. Pergunta para o Fredrik. Ele estava lá. Verificou tudo depois.

Sinto o corpo de Shawn mais perto quando ele se senta na borda da banheira.

— Mas quais são as ordens que eu dei, Mila? — questiona ele, com tanta calma quanto antes. — Antes de começar essa missão com Fredrik, o que eu pedi?

— Nada de sangue — respondo, ainda de olhos fechados. — Envenene o cara, para parecer um ataque cardíaco.

Abro os olhos de novo e encontro seu olhar dominador, o verde de seus olhos mais escuro do que de costume.

— Veneno é o lance do Fredrik, não o meu.

— Você desafiou minhas ordens. E vai ser a última vez.

Sorrio para Shawn e afundo as mãos na água para sentir a espuma na pele. Sei que não está bravo de verdade comigo. Isso se tornou um jogo que fazemos: às vezes faço o contrário do que ele manda, e ele me castiga. É o tipo de jogo em que ambos ganhamos. Eu jamais teria desafiado as ordens dele em uma missão importante. John Lansen era só uma ponta solta, e mais uma das minhas missões de treinamento.

— O que você vai fazer comigo? — pergunto, com um brilho sedutor nos olhos. Tiro a perna esquerda da água e a apoio na borda da banheira, atrás de onde ele está sentado. — Vai me castigar?

Com a manga já arregaçada acima do cotovelo, sua mão direita percorre lentamente o comprimento da minha perna e mergulha na água. Gemo quando seus dedos me encontram.

— Vou tirar você do trabalho de campo até aprender a se controlar — diz ele, pondo dois dedos entre meus lábios inferiores.

Minha nuca pressiona com mais força a borda da banheira e minhas pernas se abrem mais.

— E se eu nunca conseguir me controlar? — pergunto, ofegante, mal capaz de me concentrar na conversa, com seus dedos se movendo entre minhas pernas daquela maneira.

Ele é um canalha. E eu o amo pra caralho por isso.

Dois dedos entram em mim e minhas pernas começam a enrijecer e formigar quando seu polegar esfrega com força meu clitóris em um movimento circular.

KILLER - 2 LIVROOnde histórias criam vida. Descubra agora