Capítulo 30

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Quem quiser ler o capítulo ouvindo uma música de fundo, aí está a que eu achei mais apropriada pro momento. Beijinhos e boa leitura!
E. Yawk


Me negava a acreditar que estava passando por aquilo de novo. Eu não acreditava que quando finalmente estava começando  a aceitar que tudo daria certo entre o Sebastian e eu, ele beijava Drina às escondidas na garagem. E pela segunda vez na vida eu fui feita de otária, pela segunda vez eu fui corneada, por alguém vivo! Não consigo nem explicar o que eu senti, em palavras tortas, era como se minhas pernas tremessem tanto que no mesmo instante eu caí de joelhos e me apoiei na porta, meus braços estavam fracos e tão dormentes que mal senti quando Sebastian se aproximou e me tocou. Minha visão embaçada devido as lágrimas, minha cabeça latejava e meu coração batia compulsivamente.

-Kiera! Pequena, eu juro que não foi nada do que você está pensando!- típico. Ele negaria com todas as forças que estava beijando aquela mulher mesmo depois de eu ter visto

-É mesmo? E o que eu estou pensando? - falei calmamente levantando o rosto e fitando-o

-Vamos lá, hot guy , diga logo a ela quem sou e como nos conhecemos- Drina se apoiou na parede

Sebastian suspirou e fechou os olhos, ele não me olhava. Se afastou de mim virando de costas e passando as mãos nos cabelos, pegou a maleta de ferramentas que foi a primeira coisa que estava na sua frente e a atirou contra a parede próxima à Drina.

-Ficou maluco?!- ela gritou- Ok, se você não conta, conto eu. Sebastian me conheceu assim como conheceu várias outras mulheres, em pubs, tivemos várias transas selvagens e meu Deus! Ele era insaciável! Nem eu sabia como o aguentava. Mas tive que ir pro Canadá a trabalho, e a verdade é que ele nunca me esqueceu, Kiera. Quando me viu na festa, a chama reacendeu, e admita, se fosse com você e um amor do passado, não faria o mesmo?

-É mentira! Essa puta está mentindo!- Sebastian gritou partindo pra cima dela e socando a parede ao seu lado, próximo à sua cabeça- Eu só tenho olhos pra você, minha pequena! Ela é uma louca, quer me ver infeliz porque eu não a amo, nunca a amei e agora que finalmente te encontrei ela quer te detonar. Por favor, Kiera, acredita em mim!- ele se aproximou de mim e ficou de joelhos segurando minha mão

Era difícil me pedir pra acreditar em alguém que se agarrava com qualquer uma, na primeira noite que estive na Inglaterra, presenciei ele transando com minha secretária! Sebastian não tinha mudado, ele não seria homem de uma mulher só. Talvez nunca mais fosse, talvez essa vida de mulherengo fosse mesmo pra ele.

Drina encarava as unhas com um leve sorriso, e foi nesse momento que o ódio subiu minha cabeça. Eu levantei e minha expressão mudou completamente, meus olhos ficaram vazios e eu empurrei Sebastian que caiu sentado no chão. Fui andando até a Drina que me encarou séria.

-O que foi?- perguntou com ar de superioridade

Eu dei um tapa na cara dela e depois puxei aqueles cachos horríveis que só me lembravam bom-bril e ela caiu no chão aos berros. A arrastei pelo chão com todo ódio depois de dar mais tapas na cara dela e até arranhá-la e deixar algumas marcas pelo seu pescoço e na face, não me arrependi de nenhuma delas.

-Sua megera! Eu vou te denunciar!- ela gritava

-Denuncia! Eu sei de muito mais que você fez, sua prostituta!- eu gritei por fim a chutando pra fora da casa,  literalmente

Entrei em casa novamente e Sebastian estava horrorizado com a cena que acabara de presenciar, eu apenas passei por ele como se fosse mais insignificante que um papel rasgado e jogado no lixo. Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto, peguei minha mala de viagem e tirei a maior parte de roupas que consegui do armário, enfiando todas de qualquer jeito na mala, Sebastian subiu as escadas e deu de cara comigo saindo do banheiro com minha necessaire.

-Kiera, o que você está fazendo?!- ele falou apavorado

-Indo pra qualquer lugar que seja bem longe de você- respondi

-Não faz isso... Pra onde você vai?! Já é tarde, não pense besteira!

-Besteira? Ver você beijando outra é besteira?! Eu vou pra puta que pariu mas não fico mais nenhum minuto aqui com você. Agora sai da minha frente!

Empurrei Sebastian e desci as escadas com certa dificuldade devido o peso que carregava. Peguei o celular e liguei pra Patrícia, a única pessoa que eu sentia que poderia me ajudar nesse momento por mais estranhas que pudéssemos ser.

-Pat, tem lugar vago no seu apê pra mim?

-Claro! Eu te passo o endereço e você pega um táxi, todos sabem como chegar aqui, não tem erro. Mas eu moro com uma outra amiga, só temos mais um quarto vago.

-Sem problemas, estou chegando.

Fui abrindo a porta ainda chorando e Sebastian me segurou pelo braço.

-Kiera, você não sai daqui- ele falou firme

-Me solte!- gritei

-Pare de causar escândalo!

-O primeiro foi quando tirei sua paixão de casa à força? Pode trazer ela de volta quando eu sair, aliás, já estou de saída- disse chamando um táxi que passava bem na hora (amém!)

-Kiera! Não faz isso! Eu juro... Pequena... Prometo te contar tudo diretinho, volta aqui, por favor!- ele gritava, mas eu já estava longe

-Vá à merda você e suas promessas, Sebastian Miller!- gritei e fechei a porta do carro- Por favor, esse endereço.

Disse o endereço ao taxista e me acabei de chorar no banco de trás. As lágrimas pesavam no meu rosto e eu mal dei conta de que estava de calcinha e blusão. Mas foda-se, eu não tinha mais nada a perder.

Cheguei ao endereço da Patrícia e subi ao seu apartamento. Quando ela viu meu estado, arregalou os olhos e eu me estiquei para um abraço caindo em prantos no seu ombro.

-Calma Kiera, me conte o que houve...- ela falava calmamente me levando pra dentro da casa e sua amiga fechava a porta e colocava minha mala pra dentro também. Sentamos no sofá.

-Eu vi... O Sebastian beijando outra...- eu soluçava- Tive que sair de lá correndo... Me desculpa por vir pra cá.

-Imagina, você pode sempre recorrer a mim- ela me apertou mais ainda- Eu sou sua amiga, tive a Carly quando precisei e quero que você tenha a mim agora.

-Você é Carly?- perguntei à morena de cachos meio black power, mas lindos nela e seus olhos eram amendoados

-Sou eu sim, muito prazer- ela sorriu- Olha, pode ficar conosco sem problemas. E quanto a esse Sebastian, depois vocês se acertam. Agora se acalme e tenha uma boa noite de sono, você precisa descansar.

Entrei no quarto que elas me ofereceram, era pequeno, com uma cama de solteiro e um armário escuro, um criado-mudo com um abajur e uma cama de solteiro. Deitei na cama e pus a mala embaixo da janela, liguei o ventilador que estava numa estante aos pés da cama e tentei dormir, ainda visualizei 49 chamadas não atendidas do Sebastian e a 50° sendo feita no momento, eu não iria atender, resolvi desligar o celular e virar de lado, ensopando meu travesseiro com mais lágrimas...

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