Foi estranho chegar em casa e ver a Drina deitada na cama com uma roupa de sair, ela estava com os cabelos alisados e uma maquiagem carregada que agora borrava seu rosto todo, parecia que algo tinha acontecido.
-O que houve?- perguntei jogando minha mala na sala e indo até ela
-Eu desisto, Thiago- ela murmurou me olhando com os olhos mais tristes que nunca
-O quê?!
-Desisto. Do Sebastian. Desisto.
Eu a encarei por um tempo, não entendi o que estava acontecendo, aquilo parecia ser impossível a dois dias atrás e hoje ela me diz isso com uma naturalidade assustadora.
-Por quanto tempo está aqui?- perguntei
-Dois dias- respondeu olhando o nada
-Está sem comer nada, Drina?!
Ela permaneceu quieta, sem reação nenhuma, eu comecei a me assustar. Como pode uma pessoa passar dois dias sem se alimentar?! Eu corri na cozinha e peguei um copo de suco tentando fazê-la digerir.
-Vamos, beba- pus em sua boca
No mesmo instante em que ela engoliu, vomitou tudo, eu fiquei estático olhando aquilo, sem entender como aquela mulher tão forte e decidida poderia ter chegado àquele ponto.
-Vamos no hospital agora- peguei sua bolsa
-Não, por favor- ela implorava sem forças
Eu a ignorei e a levei nos braços até o carro. Drina mal podia abrir os olhos, estava quase desmaiando. Entrei no hospital em disparada implorando uma tomografia, um raio-x, o que fosse pra saber se ela tinha fraturado algo. Drina só podia ter batido a cabeça pra estar tão mal daquele jeito.
Passei a madrugada inteira no corredor do hospital, sem nenhuma notícia, os médicos não me deixavam passar pra saber como ela estava em momento algum, estava sobrevivendo de cafezinhos, que acabavam com meu estômago e atacavam minha gastrite. Por fim um médico veio até mim.
-O senhor é o acompanhante da srta. Trevinus?
-Sim, sou eu. O que ela tem?- levantei da cadeira
-Veja bem... A srta. Trevinus sofre... De um sério distúrbio mental- ele suspirou- Tem indícios de sociopatia, ela precisa ser internada urgentemente ou então tentará algo contra si mesma. Ou pior, contra outra pessoa.
Drina tinha me contado que não queria as mulheres perto do Sebastian, era isso que o doutor chamava de sociopatia? O que eu podia fazer?
-Posso vê-la?- pedi
Entrei na sala onde ela estava levemente dopada e no momento em que me viu, sorriu com esforço.
-Eu quero ir pra casa com você- ela sussurrou
-Eu sei- sorri passando a mão na sua cabeça enquanto ela fechava os olhos
Drina foi dormindo, e a única coisa que eu podia fazer era assinar os papéis concordando em mantê-la internada numa clínica específica para que tratassem do seu distúrbio mental.
Eu segui até meu apartamento e levei suas roupas aos médicos. Depois fui à Akus pedir minha demissão, eu era um fodido e ponto.
Coube a mim morar com minha mãe de novo, até que eu pudesse encontrar um novo emprego para que voltasse a me sustentar, e tudo o que eu queria era a Drina, mas ela era uma louca, talvez eu devesse ser louco também e ficar com ela de uma vez...
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Meu Desejo
RomancePLÁGIO É CRIME! PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! ------------------------------------ Kiera Marques é uma mulher decidida e independente que tem o sonho de morar na Inglaterra e crescer profissionalmente. Ela vê esse sonho se tornar possível quand...