Primeiro encontro

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Tinha acabado de ouvir Pietra fazendo um discurso sobre a família dela e o livro que ela planejava publicar com o pai quando Diana entrou discretamente na sala.

Ela caminhou rapidamente em minha direção.

— Senhorita Alexia, um convite para a senhorita. Do príncipe. — A intenção dela era sussurrar, mas estava tão animada que provavelmente a sala toda podia ouvir.

Beatrice fez cara de "Eu disse". Lembrei que no dia que conhecemos o príncipe ela havia dito que Caleb havia gostado mais de mim que das outras.

Desdobrei o bilhete para encontrar escrito:

17:15. Seu quarto.

– C.

Ergui o olhar para ver todos os olhos postos em mim.

— Hum, obrigada, Diana — falei dobrando o bilhete. — Daqui a pouco eu vou para o quarto e falo com vocês.

Ela pareceu satisfeita e se retirou fazendo reverências.

Depois de falar que Caleb havia pedido um encontro comigo, as meninas me bombardearam de perguntas dos mais variados tipos, mas no fim tudo se resumia a porque ele pediu um encontro comigo.

— Não sei, moças. Hoje eu descubro, amanhã eu digo a vocês — falei pelo que me pareceu a quinta vez. — Vou para meu quarto.

Já estava na porta quando ouvi um "Aposto que ela é a próxima a sair".

Exatamente às cinco e quinze Caleb bateu à porta.

Marcie abriu afobada.

— Alteza.

— Olá. Ela está pronta? — Ele estava ainda mais formal.

— Estou — respondi levantando-me e indo em sua direção.

— Até mais, moças.

— Atéé — as três fizeram coro dando risadinhas. Profissionalismo é isso aí.

Fechei a porta fazendo uma careta para minhas criadas. Elas riram ainda mais.

Caleb estendeu o braço para mim e eu o peguei.

— Você está muito bonita — murmurou.

Pensei em três ou quatro coisas para dizer. Acho que por ele ser o príncipe tinha que dizer sempre isso. "Você está bonita", "Essa cor te valoriza", "Não, o país vai maravilhoso".

— Obrigada, você também está — e isso era verdade. O homem era naturalmente lindo. — Aonde estamos indo, Alteza?

— É apenas um lugar que eu gosto — respondeu deliberadamente vago.

— Por acaso não é um calabouço secreto no qual você vai esconder meu corpo junto com o de outras garotas mortas, não é?

Ele me olhou como se eu fosse louca. O que, na verdade, eu era.

— É claro que não!

— Ah, que pena. Achei que eu veria alguma coisa interessante antes do jantar. Aparentemente vou ter que me contentar com você. Não que esse não seja um bom prêmio de consolação.

— Prêmio de consolação?

Pisquei para ele.

— Prêmio de "oh-que-bom-ele-não-vai-me-matar" soa meio estranho.

Ele riu. Tentei não gostar desse som.

— Você é uma coisinha engraçada.

— Fico feliz por saber que te divirto, Alteza — murmurei com um sorrisinho.

Uma nova princesa para uma nova Illéa [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora