Mantenha seus amigos por perto

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Quando saímos do abrigo, pudemos ver a extensão dos danos. Haviam muitas coisas quebradas e manchas vermelhas do que me pareceu sangue no chão. Meu estômago se embrulhou.

— Isso acontece com que frequência? — perguntou Katie Lager tremendo.

— Os ataques, minha querida? — questionou o rei com bondade.

Ela assentiu.

— Isso varia muito, geralmente duas vezes por ano, às vezes mais. Sendo esse ano de Seleção, imagino que mais.

Katie assentiu. Até suas sardas estavam brancas.

Ela desistiria, todo mundo podia ver isso.

Aos poucos a ação foi tomando conta das pessoas: o rei meio que arrastou Caleb para o escritório, a rainha levou George até o quarto dele e as meninas da Seleção foram para seus quartos, imaginei que tal como eu elas deveriam querer descansar.

Infelizmente eu havia esquecido que elas já tinham dormido um pouco.

Pietra e Beatrice entraram no segundo em que minhas criadas haviam terminado de me vestir para dormir.

— Ninguém mais bate na porta hoje em dia? — reclamei puxando as cobertas até o queixo. Elas sentaram na cama a meu lado. Pietra falou primeiro

— Desembucha, amiga! O que vocês estavam fazendo?

— Conversando. E não faça essa cara para mim — disse para ela franzindo o rosto.

As sobrancelhas elegantes de Beatrice se ergueram.

— Vocês estavam de mãos dadas.

— Ele estava me puxando. Eu não conheço o caminho.

Nenhuma das duas pareceu feliz com minha resposta.

— Meninas, eu estou exausta. Me deixem dormir. Amanhã eu falo tudo que vocês quiserem.

— Você só pode estar brincando! Eu preciso de detalhes — guinchou Pietra.

Gemi e virei para o outro lado.

— Amanhã.

Ela bufou.

— A primeira coisa que você vai fazer!

— A segunda. Primeiro vou tomar café. Não, antes eu tenho que tomar banho. E me arrumar. E também...

— Você entendeu o que eu quis dizer.

— Certo... Agora, tchau — murmurei enquanto elas saíam emburradas do meu lado.

Minhas criadas, que ainda estavam no quarto, ergueram as sobrancelhas.

— Nem comecem — avisei com um sorriso.

Dando gargalhadas, Marcie, Gabe e Diana me deixaram para dormir.

No dia seguinte eu estava terrivelmente cansada.

Sempre me virei bem dormindo pouco porque não confiava o suficiente em meu pai para dormir enquanto ele estivesse acordado, mas ficar horas acordada e sob tensão de ser morta por rebeldes me fez sentir péssima. Eu não queria sair da cama e Gabe teve praticamente que me arrastar até o banheiro.

Percebendo meu cansaço elas trabalharam o mais rápido possível e me vestiram com a coisa mais leve do guarda-roupas: um vestido creme acinturado que tinham separado na véspera e um par de sapatos combinando.

Estava quase animada para sair do quarto quando senti uma dor excruciante no pé esquerdo.

Chutei o sapato de tipo bonequinha que estava completamente manchado de vermelho.

Uma nova princesa para uma nova Illéa [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora