Verdades

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Durante o café da manhã Caleb informou que as famílias das Selecionadas seriam mandadas para casa após o almoço. A notícia foi recebida com um zum-zum-zum de conversas, as pessoas ali presentes tentavam encontrar uma razão para o adiantamento da partida, que estava previsto para o segundo dia do ano novo.

Jay ergueu as sobrancelhas para mim e eu apenas confirmei com um gesto de cabeça. Aquele adiantamento tinha a ver com o que havia acontecido no dia anterior, nossa discussão e, embora Jay não soubesse dessa parte, a conversa de Caleb com a rainha America.

Enfim, Jay, Patrick e eu aproveitamos juntos as últimas horas antes da dispensa deles sempre acompanhados por Georgie e pude apresentar Jay e Patrick a Henry, cujos olhos, eu juro, ficaram estranhamente muito brilhantes ao abraçar o irmãozinho. Lynn também ficou emocionada, mas atribuiu o fato a um cisco no olho. Aham, sei.

Passei a manhã toda com minha família reunida como eu queria que fosse sempre.

E na hora da despedida um cisco caiu dentro do meu olho e por isso ele marejou. Na verdade foram dois cisco, um em cada olho.

— Não chora — murmurou Jay afagando minha cabeça. — Eu vou te irritar muito ainda, mesmo que vá demorar um pouco para nos vermos ao vivo outra vez.

Assenti meio lacrimosa.

— Se cuida, Jay.

— Você também. Não seja agressiva e conte até dez antes de fazer besteira, tipo levar um tiro.

— Eu não pedi para levar um tiro, estúpido. Agora sai daqui — mandei de brincadeira com a voz tremida.

Meu amigo riu e fez uma reverência enquanto se afastava e eu abraçava Patrick, meu rosto enterrado em seu cabelo macio.

— Seja um bom menino, obedeça ao senhor e à senhora Steelway e ao Jay, e se comporte — recomendei beijando seu rosto.

— Tá bom, Lexi — sussurrou.

Quando o coloquei de volta no chão vi que Jay e Caleb estavam conversando amistosamente em um canto.

— Homens... — suspirou dramaticamente Lynn a meu lado.

— São completamente loucos — concordei. — Todos eles.

— Eu não sou louco — objetou Henry aparecendo do nada ao lado de meu ombro.

— Você é um rebelde — sussurrei. — Quer mais loucura que isso?

Touché! — Lynn riu em tom de conversa. — Viemos nos despedir — completou com uma piscadela.

— Vão voltar para o túnel? — questionei interessada, ainda mantendo a voz baixa.

Os dois assentiram e Lynn levou os dedos aos lábios.

Com um breve discurso do rei Maxon agradecendo a presença de todos, nossas famílias foram escoltadas para os carros pretos do governo, dali para o aeroporto e enfim cada um para sua casa.

Assim que eles partiram Maryse, em um mau-humor digno de prêmio, nos enxotou para o Salão das Mulheres. E ela merecia um prêmio por pior timing da história da Seleção.

Beatrice e eu estávamos conversando (cada dia eu gostava mais daquela menina com cara de boneca de porcelana) sobre como foi bom termos esse tempo com nossas famílias e quando dei por mim estava falando pra ela, sem entrar em detalhes, sobre minha discussão com Caleb. Apesar de tudo o que havia acontecido eu e Pietra, nós havíamos voltado a nos falar embora fosse muito esquisito não voar na cara dela por andar se agarrando com Caleb por aí.

Uma nova princesa para uma nova Illéa [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora