Felicidade e fúria

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Acordei com toda a graça de um panda bêbado graças a Caleb e o sonho na qual ele estava inserido. Aquele mesmo sonho no qual nós dois nos beijamos loucamente na torre. É, eu sei que eu sou uma tarada.

Minhas criadas comentaram que eu parecia "mais feliz" do que estive nos dias anteriores. Como se elas não soubessem o nome e o sobrenome da minha repentina alegria.

Durante o café da manhã percebi que Caleb estava extremamente disperso então nem sequer tentei me comunicar com ele. Sua expressão estava ansiosa e ele brincava com os ovos mexidos em seu prato.

Lembrei-me que ele teria que eliminar três meninas naquele dia. Olhei ao meu redor tentando imaginar quem ele mandaria de volta para casa. Eu sabia quem eu queria que ele mandasse, embora tivesse quase certeza de que ele manteria as duas cobras ali tanto pela aparência quanto por gostar delas.

Não deu outra. Estávamos quase finalizando a refeição quando Caleb anunciou em tom grave que desejava que as senhoritas Anastacia Chairs, Felicity Kamber e Alicia Reyns permanecessem no salão por mais algum tempo.

Senti-me mal por elas, mas também feliz porque não foram Pietra nem Beatrice.

Como previsto elas não apareceram para as demais atividades do dia enquanto nós que restamos fomos para o Salão das Mulheres para fazer sala. Quando finalmente fomos liberadas um minifuracão chamado George exigia minha companhia.

— Lexi — lamuriou-se — ninguém quer ficar comigo. Todo mundo está louco por causa da família real francesa que vai vir aqui só no Natal.

— É porque eles são importantes para Illéa, meu anjo.

— E eu não sou importante? — ele falou de um jeito tão Caleb que eu tive que rir. — O Natal vai demorar ainda.

— Você é importante para mim. Muito, muito muito. E eu sou mais importante que um bando de gente velha e chata.

Georgie riu ainda meio contrariado.

— Quer ir no meu quarto? Podemos jogar videogame!

Segurei sua mãozinha enquanto ele me levava pela área proibida para mim.

— Se alguém perguntar o que eu estou fazendo aqui, diz que você me arrastou. Pelos cabelos.

Dessa vez ele sorriu como sempre fazia, feliz.

— Tá!

O quarto de Georgie era lindo. Paredes escuras, uma cama grande da mesma madeira, uma lareira de enfeite, um vez que Angelees era uma cidade quente o ano todo, uma estante com livros e vários instrumentos musicais arrumados em um canto. Ah, e também tinha a parte destinada aos brinquedos que deveria ocupar mais ou menos uns dois terços do quarto.

Georgie passou direto para a parte dos brinquedos e ligou a televisão que mais parecia um telão.

Olhei embasbacada para aquilo.

— Vem, Alexia.

Sentei igual um animal acuado ao lado de Georgie, com medo de estragar tudo.

Ele me mostrou um monte de jogos para eu escolher. Apontei aleatoriamente para um deles enquanto Georgie me explicava o que fazer e qual era o objetivo do jogo: destruir todos os inimigos com uma variedade de armas. Que jogo adorável para deixar com uma criança!

Eu fiquei com o player 2, só dando cobertura para Georgie enquanto ele arrasava no jogo. Georgie meio que me enxotou de trás de si e disse-me para procurar nossos inimigos que deveriam estar escondidos atrás dos prédios destruídos.

Uma nova princesa para uma nova Illéa [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora