Epílogo

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Seis meses depois

— Acho que vou vomitar.

— Não no meu pé! — Henry exclamou. — Se for mesmo vomitar, usa os pés da rainha Daphne como baldinho. Mulher irritante.

— Não me faz rir numa hora dessas — reclamei erguendo a cabeça.

— Viu? Passou a vontade.

— Meu herói! — agradeci a meu irmão com um sorriso.

Lynn  entrou na conversa nessa hora com sua barriga gigantesca, ajudando-me  com o véu enorme que estava preso por uma tiara delicada de brilhantes,  emprestada da rainha America apenas para a ocasião.

— Está na hora  — minha cunhada declarou. — E esse vestido é a sua cara. Como sempre,  cobrindo as costas — ela fez uma careta divertida antes de entrar na  fila de damas de honra ao lado da minha melhor amiga.

— Às vezes é melhor guardar as suas cicatrizes só para você, Lynn — eu sorri levemente embora a minha cunhada não pudesse ver.

Ela riu baixinho.

— Tudo vai dar certo — Henry sussurrou quando a música mudou para a marcha nupcial de Wagner.

Fiz  que sim enquanto minhas duas damas — Lynn e Kim — flutuavam à frente. Eu sabia que  era uma má ideia ter bailarinas me antecedendo. A mão de Henry  estava tão fria quanto a minha e isso não me acalmava muito.

Suspirei  assim que saímos da saleta. O Grande Salão estava lindo em tons de  branco e prata como meu vestido elegantemente bordado por minhas  competentes criadas.

Reconheci grande parte dos rostos ali: reis e  rainhas de outras nações, celebridades, Jay e sua família, Ethan, Jamie  (o namorado de Kayla), Beatrice... Todos queriam assistir ao casamento  do príncipe-herdeiro de Illéa.

Falando nele, Caleb estava parado  diante do altar, à frente dos pais e do juíz de paz e eu podia jurar que  aquele holofote branco me iluminando era reflexo do seu sorriso enorme.

Quando a mão fria de Henry colocou gentilmente a minha sobre a mão muito quente de Caleb, tudo passou a fazer sentido.

— Eu te amo — meu noivo sussurrou para mim.

— Eu também amo você — respondi no mesmo tom baixo quando nos ajoelhamos de frente para o juíz.

O  juíz, um homem gordo e careca em um terno caro, fez todo aquele  discurso repetido um milhão de vezes para casais apaixonados e durante  todos os votos os olhos de Caleb não desgrudaram um segundo do meu rosto  e eu me senti a pessoa mais amada e feliz do mundo. Meu noivo havia  esperado o meu luto passar, não que qualquer um de nós tivéssemos usado  aquelas palavras, mas ambos sabíamos que era verdade. Ele havia esperado  por mim.

Sua mão tremeu ligeiramente enquanto deslizava a aliança  de ouro com uma única safira em meu dedo anelar e beijou delicadamente  meus dedos. Sorri com os olhos marejados ao notar o amor sincero e a  devoção em seus olhos que, eu tinha certeza, espelhavam o que eu tinha nos meus.

Toquei seu rosto quando foi minha vez de deslizar o anel, simples e dourado, em seu dedo.

Caleb  não esperou a liberação "oficial" para me beijar. Ele me tomou em seus  braços, afastou o véu e beijou-me com adoração. Muitos flashes me  cegaram antes de irmos todos para o lado de fora, onde a festa  aconteceria ao pôr do sol.

Nos jardins tudo estava tão lindo  quando o lado de dentro: as mesinhas brancas, a pista de dança prateada e  as milhares de flores. Tudo estava perfeito.

Minha primeira dança  com Caleb foi fotografada um milhão de vezes, me deixando tonta. Eu  ainda estava vendo o mundo piscar quando Caleb me entregou nos braços do  pai dele. Girei e girei e fui dançar com Georgie que tinha um sorriso  enorme no rosto.

— Eu sabia que o Caleb ia escolher você — ele confidenciou. — Ele sempre fazia uma cara boba quando te olhava.

Devo  ter dançado mais umas dez músicas com meu marido antes de outra pessoa  me separar dele. Caleb mandou-me um beijo e foi dançar com a rainha  America, de quem eu gostava cada vez mais desde que, delicadamente, Lynn  havia explicado sobre a conversa que eu havia entreouvido. America  havia dito que não estava se referindo a mim, e sim à Pietra. Caleb  fingia não ligar muito para isso, mas às vezes eu o via sorrindo sem  motivo algum enquanto eu e minha sogra conversávamos sobre todas as  coisas possíveis.

Henry me tirou para dançar, reclamando sem parar  de como Lynn estava gigante, apesar de ter um sorriso bobo na cara toda  vez que os olhos tocavam a barriga da esposa.

Minha cunhada deu-lhe um soco no ombro quando paramos na mesa onde ela estava conversando tranquilamente com Maryse.

— O que eu vi em você para te aguentar?

Um sorriso malicioso se abriu no rosto de meu irmão.

— Esse é o tipo de coisa que eu não posso responder na frente da sua mãe.

Tanto eu quanto Lynn quase caímos no chão de tanto rir e Maryse fez uma expressão ofendida, como em noventa por cento do tempo que estava na presença do genro.

Dancei  com cada homem na festa antes de Caleb me reinvidicar novamente, mas em  vez de exibir o quão bem sabia dançar ele me girou para longe de tudo  aquilo e me tomou nos braços.

— Ei! O quê você acha que está fazendo? — protestei meio embolada.

—  O jato chegou. Vamos sair de fininho enquanto ninguém está olhando —  ele brincou enquanto todos os olhos nos acompanhavam junto com as palmas  ensurdecedoras.

— Eu tenho que trocar de roupa — lembrei-lhe fingindo socar seu peito.

— Não precisa. Você não vai precisar de roupas para o que eu planejei para essa noite — sorriu, descarado.

— Ai meu Deus, socorro — sussurrei. — Meu marido é um tarado.

Seu sorriso se alargou.

— Repete isso — pediu quando nos aproximávamos do jato branco.

— Meu marido — eu sorri enquanto Caleb me beijava intensa, porém gentilmente.

— Para sempre — confirmou.

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E é isso, meus chuchus! Mil beijinhos de luz e espero esbarrar com vocês em outra história, minha ou de vocês <3

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Uma nova princesa para uma nova Illéa [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora