Eijirou
Já eram 11 horas da manhã e eu estava acordado desde às 8. Ansioso? Nem um pouco.
Mas me questiono continuamente por quê diabos eu convidei Katsuki para passar o dia em minha casa. E por que ele havia aceitado?
Ao menos desta vez minha mãe estaria em casa depois do almoço, já que ela trabalha durante a manhã. Eu me sinto mais seguro com alguém aqui em casa.Quando o horário de almoço passou, apenas senti a ansiedade aumentar, mas não de forma necessariamente ruim. Eu estava minimamente empolgado. Isso não quer dizer que agora confio nele, pois não é assim que funciona, e seria ridículo se fosse. Porém, depois daquela reação, pude notar um lado dele que até então era desconhecido por mim e, provavelmente, pela maioria das pessoas.
De qualquer forma, não vou me deixar levar por qualquer coisa que tenha ocorrido ontem. Não posso confiar em ninguém.Eu estava imerso nestes pensamentos deitado em minha cama até ouvir a voz de minha mãe chamar pelo meu nome. Ele havia chegado.
Desci as escadas, e dei meu melhor sorriso para Katsuki que já havia entrado. Chamei ele para meu quarto para jogarmos ou assistirmos algo, já que não havia muito o que fazer. Novamente me questiono, porque diabos convidei ele? Devo apenas estar jogando seu tempo valioso fora.
– Eiji, lembre-se de deixar a porta aberta! – Ouço minha mãe avisando, não me surpreende, já que foi a mesma que me encontrou naquele estado terrível no dia que tudo aconteceu. Odeio me lembrar disso, sempre sinto meus olhos marejados e meu corpo enfraquecer com essas lembranças.
– Então, o que faremos? – Bakugou me perguntou – Espero que essa visita valha a pena. – Ele disse em um tom sarcástico.
– Quer jogar algo? – Pergunto de forma amigável – Não sei se você vai gostar de algum jogo que eu tenha, mas diga algum para eu ver se tenho.
– Qualquer jogo serve. – Não, qualquer não serve não, escolha um, idiota.
– Só escolhe um. – Agora um sorriso nervoso se forma em meus lábios.
– Não quero escolher, quero que você escolha. Qualquer um que você escolher serve.
– Tá bem – Suspiro desistindo, vendo um pequeno sorriso em sua cara.*
– Ganhei de novo haha! – Bakugou sorri vitorioso vendo minha face irritadiça por ter sido derrotado pela décima vez seguida.
– Droga, você é bom demais.
– Eu sei – ele sorri convencido. – Vamos fazer uma pausa antes que eu possa voltar a acabar com você – fala, levantando-se e se espreguiçando.
– Vou ir pegar algo para comer e beber, tem algo que queira? – pergunto.
– Tanto faz.Fui a cozinha e peguei algumas bebidas e salgadinhos que tinham no armário. Quando eu já estava voltando, ouvi minha mãe me chamar novamente.
– Eiji, quem é aquele garoto? – Ela perguntou com um misto de curiosidade e preocupação notável.
– É um amigo da escola, mãe –sorrio – Ele é irritado e boca suja, mas parece ser uma boa pessoa.
– Tudo bem então. – Ela diz, sorrindo ternamente, mas ainda um pouco preocupada.Volto para o quarto e vejo Katsuki sentado na beirada da cama olhando para o celular de forma distraída. Devo ter demorado demais.
Ao me notar, ele desliga o celular e espera eu me sentar ao seu lado.– Merda. – Xingo baixo depois de engolir um salgadinho, mas noto que o loiro me ouviu, por conta de sua cara de surpresa ao me ver falando um 'palavrão pesado'. – Por que veio aqui?
– Hã? Porque você me convidou, caralho.
– Você poderia ter recusado.
– Não me quer aqui? – ele pareceu magoado, ainda que não deixasse isso transparecer.
– Não é isso. – digo em pânico por ter me expressado de maneira impulsiva – É que nem nos conhecemos direito, então não sei com o que você se divertiria.
Ele parece incrédulo com minhas motivações.
– Idiota – disse irritado. – Eu vim justamente porque queria te conhecer melhor. – falou um pouco mais baixo, não me olhando nos olhos.
– Como? – questiono desacreditado. Como um cara como ele pode ter interesse em alguém tão sem graça como eu?
– Como o que? Não é difícil notar que eu te trato diferente de todos aqueles outros desgraçados da escola.
– Diferente? Olha, não precisa me tratar diferente por ter dó de mim ou algo assim.. – Comecei a falar, de certa forma, ofendido com o fato dele me tratar diferente mas ele não deixou eu terminar de falar.
– NÃO É NADA DISSO IMBECIL – bufou irritado antes de continuar – Eu GOSTO de você caralho, por isso eu não suportaria de tratar tão mal quanto eu trato os outros. É tão difícil assim perceber?
Eu paralisei na mesma hora que ele falou a palavra "Gosto". Não era possível. Ele estava me brincando e era um brincadeira de muito mal gosto por sinal. Ele? Gostar de mim? Impossível. Não tem como alguém gostar de mim assim. Ah, certo, ele não deve ter falado nesse sentido, ele com certeza disse algo no sentido da amizade, por mais que isso também não seja algo que eu acredite.
– Não precisa mentir, haha. – digo rindo para não entrar em pânico.
– Você quer que eu prove então caralho? – E antes que eu pudessem responder, ele avançou em meus lábios.
Certo, agora tenho certeza absoluta o tipo de gostar a qual ele se refere. Eu também gosto dele assim, mas o problema é que eu não vejo motivo algum para ele nutrir os mesmo sentimentos por mim, com certeza é mentira.
O beijo que ele havia me dado não durou muito, pois eu o afastei com certo medo.[...]
******
Próximo capítulo o Bakugou que vai narrar, só avisando.
E também irei deixar destacado quem está narrando a partir de agora (Isso inclui os capítulos anteriores e acho que isso vai notificar novamente sobre eles, desculpa ai) porque sinto que tá meio confusa ou que pode ficar mais quando eu mudar eles.
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You are my light [Concluído]
FanfictionKirishima Eijirou é um jovem com experiências passadas traumáticas, agora ele se encontra solitário em sua própria turma. Evitou confiar ou se apegar as pessoas. Mesmo estando apaixonado pelo loiro, Katsuki Bakugou, ele sente medo de se aproximar. ...