You are my light [Concluído]

Capítulo II

Eijirou

O caminho até em casa foi longo, não havendo muito diálogo entre nós.
De vez enquando nossos olhos se encontravam, o que me deixava extremamente envergonhado.
Enfim, chegamos em minha casa. Abri a porta e adentrei nela, com o garoto de cabeleira amarelada me seguindo.
– Fique a vontade... - falei de forma desconfortável. Sem resposta.
Questionei se queria algo para degustar enquanto fazíamos o trabalho. Ele respondeu apenas acenando a cabeça de forma negativa.
Nos direcionamos até meu quarto, onde possuía uma mesa, tornando o trabalho mais prático.
Fiz questão de sentar-me na cadeira que mais se aproximava da saída do quarto, ainda deixando a porta do mesmo aberta.
Bakugou se sentou em minha frente na mesa retirando algumas folhas brancas de sua mochila e às depositando na mesa. Ele parecia bastante concentrado.
Já eu, peguei meu celular e comecei à realizar pesquisas à respeito do assunto que o professor propôs em relação ao trabalho.
É realmente uma droga. Pensei que minha mãe estaria em casa, iria me sentir mais seguro assim. Mas infelizmente meu plano falhou, e agora estou só com um estranho, mesmo sendo íntimo dele na escola, nunca fui realmente seu amigo.
Estou com o receio de que algo possa acontecer, igual da última vez. Quando alguns garotos que eu considerava meus amigos me levaram até um depósito e....
Não, não devo trazer memórias ruins assim. Estou me segurando para não chorar agora. Que medo.
Na tentativa de quebrar a linha de pensamento que me trazia amargas memórias do passado, eu comecei a de fato me concentrar nas pesquisas.
Fazendo isso, passamos uma hora em silêncio concentrados em adquirir informação.
Isso durou até o momento que chamou pelo meu nome, a fim de chamar minha atenção.
– Kirishima – Ele chamou.
– O-oi..? – Respondi ao seu chamado, me assustando com a quebra de silêncio.
– De certa forma.. – iniciou sua fala calmamente – você parece distraído pra caralho – cuspiu as palavras.
Imaginei que estivesse. Por mais que eu tentasse me concentrar nas pesquisas, a presença do loiro ainda me incomodava. Não era nada contra ele, era apenas a sensação de desconforto ao estar perto de alguém que mal conheço.
– Que? Pfft, você quem está. Pra ficar prestando atenção em mim assim.. – Respondi ao loiro de forma usual e simpática.
Após minha resposta ele virou seus olhos para baixo e voltou ao seu silêncio seco.
– Tch. – Resmungou, se levantando de modo brusco.
Ele se aproximou de modo severamente rápido. Quase não tive tempo para reagir corretamente, mas felizmente consegui graças ao meu senso de perigo que me mantinha atento até aos meros detalhes.
Enquanto ele se aproximou, eu me levantei da cadeira da maneira mais desajeitada possível. Me direcionei à entrada da porta, me posicionando defensivamente.
Não sei o que se passou em sua mente, mas ele parou me encarando com uma expressão séria após entender que eu me encontrava em desespero. Parecia até que sabia exatamente qual seria minha reação.
– Do que tá com medo? – ele perguntou, sem se mover do lugar.
– Medo? Não tô com medo, apenas pensei que iria para algum lugar e decidi te seguir – Respondi o loiro, dizendo uma mentira totalmente sem sentido.
– Sei... – Falou vagamente enquanto passava os olhos por todo meu corpo, como se quisesse encontrar alguma evidência de minha insegurança.
Meu coração estava disparado e o suor escorria de minha face, até mesmo minhas pernas estavam tremendo com o olhar penetrante do loiro fitando todo meu corpo.
Não tenho certeza, mas acho que ele já sabia de minha total insegurança, já que eu não conseguia escondê-la de jeito algum.
Passaram-se alguns segundos com essa mesma cena. Um silêncio absurdo. Porém, ele foi quebrado novamente pelo loiro.
– Você me odeia? – foi essa sua pergunta, sua voz rouca ecoou por meus ouvidos, me fazendo abaixar a guarda para formular uma resposta mais sincera possível.
– Claro que não! Por quê eu te odiaria? – Respondi, abrindo um sorriso amigável.
Ele não respondeu essa minha última pergunta. Enquanto eu aguardava ele pensar no motivo, que provavelmente já estava óbvio, acabei continuando de guarda baixa.
Eu já estava um pouco mais calmo, pensando que ele não se aproximaria.
Porém me enganei.
Ele se moveu rapidamente em minha direção agarrando meu pulso. Eu tentei correr no mesmo instante, me debatendo para que conseguisse me soltar de sua mão, mas não funcionava.
"Droga, ele é forte demais" – Pensei, aterrorizado com minha incapacidade.
Tentei correr novamente, quase me soltando do rapaz, porém ele me puxou com mais força e conseguiu me segurar com a outra mão.
Eu continuei lutando contra sua vontade, consegui até mesmo desferir socos e mordidas contra ele, mas em seguida ele me puxou mais forte e jogou-me contra minha cama.
O loiro segurou meus pulsos com a maior força que podia, seu esforço era notável. Estava por cima de mim, impedindo-me de mexer minha pernas e até mesmo meu corpo inteiro.
– Por isso. – Respondeu minha pergunta anterior me fitando novamente com seus olhos penetrantes.

[...]