You are my light [Concluído]

Capítulo XXIV

Eijirou

Abro meus olhos lentamente, ainda sonolento, mas a partir do momento que não sinto mais o corpo de Katsuki ao meu lado, levanto bruscamente procurando pela figura loira. Sem sucesso. Imagino que ele tenha ido embora, então pergunto para minha mãe se ela o viu saindo e ela diz que o ele precisava ir embora logo.
Também sinto o olhar dela estreitar-se em minha direção, como se quisesse perguntar alguma coisa.

Tenho medo do que ela poderia perguntar, então volto para o meu quarto rápido e pego meu celular, já indo pedir desculpas para o Suki por ter dormido. Na verdade, talvez eu deva desculpas por mais coisas...
Mesmo que ele me diga o contrário.

Katsuki pareceu ficar levemente irritado com aquilo que tentei fazer, mas sei que foi porque era algo totalmente idiota.
Não quero mais agir assim. E, de agora em diante, vou tentar não agir.
Quero confiar em cada palavra que Suki me disse.

***

O final de semana passa normalmente e, infelizmente, rápido demais, não dando nem para descansar direito.
Sinceramente, por que o final de semana tem que ser tão curto? É injusto ter apenas dois dias de descanso.
Quando vou para a escola na Segunda, chego um pouco mais tarde que o normal, mas ainda no horário de aula.
Todavia, eu acabei perdendo ela de qualquer jeito, pois eu, Katsuki e Tetsutetsu fomos chamados na diretoria. Merda.
Nos levantamos e fomos até lá

— Será que nos denunciaram? — vejo o platinado questionar.

— Só pode ser isso. — Bakugou bufou.

Ao chegarmos, vemos os outros cinco garotos – incluindo Mineta – que haviam tentado me bater no dia anterior. Dois deles estão cheio de bandagens na cara, me fazendo lembrar da cena do Suki quebrando a cara de um deles. Foi uma cena terrível, mas ainda assim, foi aquilo que me salvou naquele dia.

Somos convidados a nos sentar enquanto os olhares de nojo e puro ódio por parte dos garotos eram direcionados à nós.

— Acho que os senhores já sabem muito bem por que estão aqui... — o diretor Nezu começou a falar.

— Nós dois eu até entendo — o platinado apontou para Katsuki — Mas por que o Kirishima?

— Né, cacete. Não faz sentido. — Vi Katsuki bufar conforme concordava com o outro.

— Ele está aqui, pois vocês supostamente defenderam ele, certo? — concluiu — Então gostaria de saber isto por ele.

Assim, ele me pergunta o que exatamente aconteceu e eu digo sem rodeios, falando apenas a verdade, mesmo em momentos onde eu quisesse muito mentir pois sei que Katsuki exagerou ao deixar o garoto desacordado e quase desfigurar seu rosto. Mas o próprio me encorajou a contar a verdade, mesmo que soubesse que fosse ficar ruim para ele.

Em conclusão, tentei fazer com que saíssem impunes daquilo, ou ao menos com uma punição pequena, mas essa escola é rígida demais. Ambos, Katsuki e Tetsutetsu, foram suspensos por uma semana junto aos outros garotos. Droga. Tudo por minha culpa, se eu não tivesse sido tão fraco...

Começamos a voltar para a sala para participar das aulas restantes.

— Nem pense em se culpar — Katsuki fala ao meu lado, provavelmente já prevendo meus sentimentos. — Você não fez nada de errado, entendeu? — ele me coloca seu braço ao redor da minha cintura e me abraça de lado.

— Mas eu fiz você e Tetsutetsu serem suspensos... Se eu não fosse tão fraco isso não aconteceria.

— Kirishima, a escolha de acabar com eles foi nossa — o platinado me explicou — E não me arrependo de ter feito isso com aquele bando de desgraçados e tenho certeza que o Bakugou menos ainda.

— Isso aí — o loiro concordou — Agora pare de falar que a culpa e sua, porque não é. — declarou.

Não pude conter o sorriso minimo que escapou de meus lábios, apesar de que ainda estou me sentindo culpado pelo acontecido, mas a insistência do loiro em me convencer de que a culpa não é minha me deixa mais tranquilo.

Chegamos na sala e, felizmente, nenhuma bolinha de papel dessa vez. Nenhuma provocação, nada. Isso é reconfortante, tenho que me lembrar de agradecer Bakugou propriamente logo.

***

Terça chegou e eu fiquei meio "preocupado" e me senti solitário. Quer dizer, eu sempre fiquei sozinho, mas nestes últimos dias Suki sempre insistiu em me fazer companhia durante os intervalos, mas agora ele estava suspenso...
Tudo bem, Eijirou, é só ficar no celular até os intervalos acabarem, por mais vazio que pareça, é a única escolha que tenho já que não possuo amigos.

Apesar de que sinto olhares de duas pessoas em específico me observando por um tempo. Eles vão realmente me encarar? Olho para onde os olhares vieram e os vejo fingirem que nada aconteceu. Hanta e Denki eram estranhos. Fiquei surpreso quando descobri que agora são da mesma família, mas não mudou basicamente nada.

Chegou um momento em que não aguentei e me levantei indo na direção deles.

— Por que continuam me encarando? — pergunto — Se tem algo pra me falar, apenas falem logo!

Ambos se olham um para o outro.

— É que estávamos pensando se você gostaria de companhia — vejo o loiro admitir com um sorrisinho na cara.

— Ou voltar a ser nosso amigo... — Sero completou.

Fico travado com aquilo. Por que queriam tanto voltar a serem meus amigos? Eles não sabem o que aconteceu, eu imagino, e mesmo que eles não tenham nada a ver com aquilo, me fazem lembrar do passado.

— Acho melhor não. — começo a voltar ao meu lugar.

— Kirishima, por favor — vejo o loiro de orbes cor âmbar insistir, mas apenas continuei andando me sentindo mal por ter que ignorá-lo assim.

Será que seria tão ruim assim me aproximar deles? Quer dizer, eu perdoo eles, mas tenho receio do que podem fazer.
Mesmo assim, eles não parecem estar tramando nada, talvez eu dê uma chance alguma hora.

[...]