You are my light [Concluído]

Capítulo XXXVI

Muito previsível, né? kk
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Hanta

Depois que descobri sobre o Kirishima, escondi minha descoberta do Denki, que continuava determinado a saber sobre o que aconteceu com o ruivo igual a mim. Eu não quis expor Eijirou - além de ter sido levemente ameaçado por seu namorado - então guardei o segredo e vou apenas esperar pelo dia em que ele possa confiar em nós novamente para revelar algo assim.

Muita coisa aconteceu nesses dias, incluindo a vinda do Tetsutetsu aqui para casa. Nossos pais aceitaram numa boa e eu fiquei confuso com a situação, mas depois que explicaram que ele foi expulso de casa, me senti mal por ele. Descobri que ele também roubou o primeiro beijo do meu irmão, que sempre foi muito atirado nas garotas, mas nunca realmente conseguiu beijar alguma. Agora ele havia beijado um cara e ele nem pareceu desgostar. Isso me deixou feliz, talvez ele tenha encontrado alguém? Depois eles me contaram que foi por conta desse beijo que o Tetsu foi expulso e isso me deixou bem puto com o pai do cara.

Outras coisas aconteceram, como o trabalho na escola, que acabou rápido, graças a Deus e eu voltei para casa o mais rápido possível depois que as aulas acabaram.

Porém, hoje, que é sábado, eu, Denki e o Tetsutetsu estamos planejando sair um pouco para descontrair. O platinado afirma que não pretende incomodar e só irá caso quisermos, o que me deixa meio triste, pois ele tem o direito de escolher se quer ou não ir. Não consigo imaginar como ele incomodaria.

No fim, nós decidimos ir todos nós – eu tenho quase certeza que vou ficar de vela – e pegamos o táxi para ir ao shopping logo.

***

Conforme andamos no shopping noto a proximidade do platinado com o Denki. Estão lado a lado, seus ombros se encostam às vezes e vez ou outra vejo o platinado inclinar a cabeça na direção do loiro para falar algo que faz sua face ficar vermelha.

É meus amigos, eu sou uma vela, confirmado.

E não só deles.

Quando eu encontrar alguém, vai ter vingança.

Passamos por várias lojas até chegarmos à livraria, que é onde o loiro queria ir, porque esse ridículo é um otaku viciado em shoujo que vive comprando mangás deste tipo para ficar lendo em seu tempo livre.

Enquanto Denki procurava incessantemente pelos mangás junto ao namoradinho de ferro dele, eu passeio os olhos pelo lugar, tentando ajuda-los em sua busca. Meus olhos se prendem à algumas estantes mais a frente na loja, onde tem duas pessoas quais não presto atenção no momento, pois noto que há alguns livros com capas diferentes e assumo que seja o que meu irmão procura, então trato de chama-lo.

— Ei, Denki, achei as porcarias que você tá procurando — aviso, olhando para ele e Tetsutetsu que começam a vir em minha direção e os guio ao lugar. A medida que me aproximo, presto atenção nas pessoas que estão lá, reconheço a cabeleira loira e a cara fechada de Katsuki me encarando com ódio. O que eu fiz dessa vez?

É muita coincidência ele estar aqui. Será que ele também gosta de mangás? Também é realmente estranho estar sendo encarado por um Bakugou capaz de assassinar umas mil pessoas de vez, ele realmente está mais ameaçador que o normal. Quando me aproximo o suficiente, sorrio a fim de retirar a tensão do ambiente e abro a boca para dizer algo.

— Eai Bakugou, beleza? — digo e vejo sua cara se fechar mais ainda diante de minha presença — Tô interrompendo algo? — questiono realmente curioso e por um momento desvio meu olhar para a figura ruiva que dedilhava os mangás com uma concentração invejável e acabo notando que se trata de Kirishima.

Espera... se os dois estão aqui juntos e o Bakugou está morrendo de raiva só com a minha presença...

Oh, legal, estou interrompendo outro encontro deles. Porém, dessa vez, comigo vieram dois idiotas apaixonados que ficam basicamente flertando ao meu lado.

— Tá, caralho. — depois de alguns segundos me encarando indignado, ele declara.

— Bakugou, você por aqui? — Denki chega ao meu lado junto com o platinado, exibindo uma expressão surpresa ao fitar o outro loiro, que fervia de raiva com a presença de mais pessoas.

— Sim, agora vazem cacete — ele rosna para meu irmão e eu vejo Tetsu se mover um pouco, em uma pose de defesa ao Denki. Ele nem disfarça, que incrível.

— Ah, vocês estão aqui também? — Ouço a voz de Kirishima e ele se aproxima, a surpresa está estampada em sua face e ele parece não se incomodar tanto assim com a nossa presença. — Que coincidência.

— Viemos procurar mangás pra esse otaku iludido. — digo, sorrindo amigavelmente para o ruivo que ri um pouco com como chamei meu irmão. Estranho, ele raramente sorri para nós e sempre tentou nos evitar. Será que talvez nós tenhamos mudado sua opinião?

— Também tô procurando. — ele admite e solta uma risada. Vejo a expressão de puro ódio que Katsuki sustentava na cara sumir e no lugar sorriso mínimo apareceu direcionado ao ruivo que continuou falando — Eu gosto muito de mangás com luta e você, Denki? — ele pergunta animado e eu apenas fico observando a conversa.

— Romance. — O loiro coça a nuca meio envergonhado, mas Eijirou diz que é um gênero "muito másculo" o que arranca algumas risadas de nós e eles continuam com outras conversas, até que chega em uma específica, quando Kirishima pergunta inocentemente:

— Vocês e o Tetsu andam bastante juntos ultimamente, até chegam juntos. Faz parecer que moram na mesma casa. — ele comenta e ri, mas o platinado fica sério por um momento. Eu e Denki também. Bakugou nos encara confuso pela seriedade repentina e Eijirou fica ainda mais confuso.

— O que foi?

— Bom, é que moramos... — o próprio Tetsutetsu teve coragem de falar, sua voz parece soar magoada e dói no meu peito ver alguém assim — Por enquanto, pelo menos.

— Quê? Explica essa porra direito! — ouço Bakugou bradar com pura indignação no olhar.

— Bom, é que... — Tetsu engoliu em seco — Meu pai me expulsou de casa depois que descobriu que gosto de garotos. — ele resumiu, ocultando o fato de ter beijado Denki — É isso.

— Ah. — o ruivo diz isso e olha para baixo. Ele pareceu triste com a informação — Sinto muito...

— Tudo bem. — vejo-o sorrir.

— Matar um filho da puta desse... — Bakugou praguejou.

— Não tem problema, sério... acho que ele só precisa de tempo... — explicou ao casal, mas eu duvido muito que ele mesmo acredite em suas palavras.

— Tempo? Manda ele enfiar o tempo no cu! — Katsuki rosna novamente, ele realmente deve ter ódio de pessoas assim, tanto que Eijirou coloca a mão em seu ombro para, só assim, acalmá-lo. — Não entendo filhos da puta assim... — e cruzou os braços.

— Acho que ninguém entende. — o ruivo ao lado de Bakugou diz. Um sorriso meio desgostoso está em seus lábios, o que me faz lembrar do dia em que Dabi, além de recusa-lo, o humilhou e... também fez aquela merda.

Todos concordam em silêncio, principalmente Tetsu, que parece ter um semblante mais entristecido depois dessa conversa.

Logo depois, Denki traz algum assunto idiota para conversarmos e posso ver seu esforço em tornar o ambiente descontraído entre nós.

As coisas estão ruins por agora, mas espero que se resolvam logo.

[...]