Katsuki
– O que quer dizer com namorado, meu filho? – Você sabe exatamente o que quero dizer porra.
– Que eu encontrei alguém que me suporta? – respondi meio confuso com sua pergunta idiota.
– Um homem? – o espanto era evidente.
– Sim, um homem, velha.
– Quando eu disse que deveria arrumar alguém para ficar eu quis dizer que deveria ser uma mulher, não uma praga dessas. – Ela resmungou – Eu sei que você não é uma, Katsuki, então por que está fazendo isso?
Como ela ousou se referir àquele anjo assim? Puta merda, agora eu tô puto.
– Como sabe que eu não sou gay? – faço questão de enfatizar a palavra que ela insiste em ignorar.
– Você não é, não te criei para ser uma dessas coisas abomináveis. – Suas palavras eram carregadas de nojo, e sua expressão só ajudava a reforçar isto. Velha desgraçada.
– Isso não depende de como você me cria, velha – explico tentando não deixar evidente minha fúria – Eu nasci assim.
– Você está doente então, vou agendar uma consulta no médico e no psicólogo – disse indo pegar o telefone.
– Não tô doente, cacete! – vocifero não aguentando mais – Não preciso de médico nenhum. Gostar de outro cara não é uma doença, porra.
– Meu deus, quem te disse isso? Seu... – contorceu sua cara em desgosto – “Namorado”?
– Não, isso é simplesmente óbvio. E mesmo que ele tivesse me dito, qual seria o problema? Ele só teria dito a verdade.
– Quem é o garoto? – desviou da minha pergunta – A mãe dele tem que saber sobre sua condição.
– Ela já sabe o que ele é, e ao contrário de você, ela faz questão de apoia-lo.
– Deus, é pior do que eu pensava... – murmurou com lágrimas nos olhos – Por que foi influenciado assim meu filho?
– Não fui influenciado. Eu simplesmente sou isso! Não é tão difícil de entender, porra!
E começo a subir as escadas furioso.
Nunca pensei que a velha fosse ser homofóbica, puta que pariu.
Ela teve a audácia de chamar a mim e Eijirou de doentes sem mais nem menos, apenas se baseando no que acha que sabe. Ridículo.
Sim, é ridículo, mas então por que estou chorando? Porra, isso dói.
Não ser aceito dói pra cacete.
Não que eu busque aceitação de qualquer um, mas é a porra da mulher mais importante pra mim nesse mundo não me aceitando por “não ser natural”. Querendo me levar no médico e chamando a mim e meu namorado de aberração.Dói demais.
Corri para o meu quarto e tranquei a porta, me jogando na cama enquanto não era capaz de segurar a merda do choro.
Foi assim até eu pegar no sono.
No dia seguinte, ouço batidas na porta e vejo que meu alarme ainda não tinha tocado. Acordei mais cedo.
– Filho? – Ouço a voz do meu velho.
– Que foi cacete? – já rosno irritado, lembrando da noite passada. Meus olhos pesavam. – Vai falar que tenho que ir na merda de um psicólogo também?
– Não – ele pareceu sincero – Vamos conversar.
Então abro a porta e vejo a figura de cabelos castanhos me fitar preocupado.
– Você... chorou? – disse observando meus olhos.
– Não importa, cacete.
– Sinto muito pelo que sua mãe disse
– Quem tem que sentir muito é ela porra.
Ele suspira.
– Posso entrar?
Ele entra e senta ao meu lado na cama.
– Eu não concordo com o que ela pensa – diz fitando o nada – Mas ela parecia preocupada, sabe? Mesmo que fosse de um jeito ofensivo.
– Não sei – finjo não saber. Eu sei que, mesmo que ela tenha sido homofóbica pra cacete, ela provavelmente estava preocupada que eu estivesse doente de verdade. – Por quê caralhos ela acha isso?
– Lembro que seus avós tinham a mesma opinião sobre isso, então imagino que ela tenha sido influenciada por isso.
– Que merda – ele solta uma risada fraca.
– Vai me apresentar esse seu namorado algum dia?
– Só se for longe da velha – Nunca que eu iria trazer Eijirou para cá apenas para minha mãe ficar com essa merda de que somos doentes pra cima dele.
– Fechado então – Ele sorri, bagunçamdo meus cabelos e se levantando para ir trabalhar – Tenha um bom dia, filho. – sorrio tranquilo em resposta.
*
– E foi isso que aconteceu – Ainda estamos na enfermaria, quando termino de explicar o que aconteceu para Eijirou. Não era justo deixá-lo sem saber, ainda mais quando exijo que ele me diga seus problemas.
– Entendo... – Ele parece meio pensativo. – Desculpa... – por quê diabos está se desculpando?
Antes que eu tivesse chance de perguntar, a enfermeira chega e Kirishima se levanta, indo para a sala, provavelmente.
– Vamos juntos mais tarde? – questiono antes que ele saísse da sala, mas sem resposta. Ele não me ouviu? Ele me ignorou? Ele parecia assustado...
Puta merda, o que foi que eu fiz?
[...]
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You are my light [Concluído]
Fiksi PenggemarKirishima Eijirou é um jovem com experiências passadas traumáticas, agora ele se encontra solitário em sua própria turma. Evitou confiar ou se apegar as pessoas. Mesmo estando apaixonado pelo loiro, Katsuki Bakugou, ele sente medo de se aproximar. ...