Get Back

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Eu e Davi conversamos por mais de uma hora, ele também gostava de Maura, o que era bom, e foi fácil fazer ele se abrir comigo, não sei porque, mas ele confia em mim.

Fiquei sabendo sua história e seu passado, ele era um bom garoto, o problema todo seria como convencer o Ian, mas isso iria ficar nas mãos de Maura.

Quando sai da cabana dele, passei na minha, escrevi um bilhete e dei disfarçadamente pra Maura, com tudo que nós havíamos conversado.

Estava voltando para minha cabana quando ouvi a voz de Brenda me chamando.

Só que eu tinha acabado de vê-la voltando do jantar com a Nah.

Procurei por todos os cantos e não encontrei de onde vinha a voz, já estava ficando escuro, achei melhor voltar pra cabana.

Devia ser só minha mente pregando peças.

Ouvi de novo, dessa vez mais clara e nitidamente.

Não havia nada a minha volta que não fosse mato, observei as árvores que faziam uma trilha para dentro do bosque.

Eu estava acostumada a andar por ali desde quando cheguei no acampamento, mas de noite as trilhas eram traiçoeiras e muitas vezes letais.

Me movi cuidadosamente rumo a voz e não parei até já estar andando a um bom tempo.

Olhei para trás e não conseguia mais ver as cores do Acampamento. Merda!! Continuei a andar.

Cada passo que eu dava, sentia meu coração acelerar, minhas mãos suarem e meu estômago revirar.

Até que eu me perdi e tudo não passava de um grande borrão preto e fedido de terra.

Uma pequena garoa fina começou a cair do céu. Sim, estava chovendo e pra piorar, eu estava de shorts, camiseta e sapatilha.

Desfiz meu coque conforme a chuva ia molhando meu rosto e continue a andar sem direção, em busca de algum lugar seguro pra ficar até amanhecer.

Esqueci que meu celular estava no bolso, e só lembrei quando ele fez um barulhinho antes de desligar. Sem bateria.

Ouvi a voz novamente depois de muito tempo, só que como um sussurro bem perto do meu ouvido.

Me arrepiei toda, me virei e não vi nada, me virei de novo e bem na minha frente, a apenas alguns metros de mim, estava a sombra mais assustadora que eu já tinha visto em toda a minha vida.

Minhas pupilas dilataram e eu fiquei sem reação. Depois de alguns segundos parada em transe, eu comecei a correr como se minha vida dependesse disso. E dependia.

Corri com todas as minhas forças enquanto as lágrimas salgadas se misturavam a chuva quente que descia pelo meu rosto me fazendo ver as coisas embaçadas.

Minha sapatilha prendeu em algo e quando eu fui puxar, rasgou uma das tiras, me fazendo cair e ficar sem sapatilha.

Eu nem olhei para trás, apenas levantei o mais rápido que pude e continuei correndo.

Os galhos arranhavam minhas pernas e a dor era quase insuportável, uma das alças da minha camiseta rasgou e toda a minha roupa estava colada no meu corpo numa mistura de água, sangue e lama.

Um espinho entrou no meu pé e eu gritei de dor até quase perder todo o ar que eu continha nos meus pulmões.

Estava tudo embaçado e girando, eu estava ofegante e suja. O medo me dominava mais que nunca. Pensei em desistir até que ouvi outro grito, e dessa vez não era meu.

Brenda- Fernanda!!

Pensei que podia ser aquela coisa outra vez, mas percebi que não quando avistei várias lanternas.

Estavam me procurando.

Nah, Brenda, Nau, Maura, Ian, Brad, Cass, a diretora, o coordenador e Davi.

Me atirei no meio dos arbustos tentando chegar cada vez mais perto, até que tudo apagou.

Poucos segundos depois eu abri os olhos e encarei Ian com uma feição preocupada me segurando.

Ian- Ela está acordando!!

Todos ficaram em volta de mim.

Diretora- Você está bem Fernanda?? O que aconteceu?? Consegue me ouvir??

Eu apenas concordei com a cabeça.

Depois de muito gaguejar, conseguir explicar o que havia acontecido, desde a parte em que ouvi me chamarem, até a parte em que eu me perdi.

Coordenador- Há muitos espíritos nessa floresta, alguns bem malignos. Não se deve entrar aí sozinho a noite. Nunca!! Isso que ocorreu com a colega de vocês serve como exemplo para todos. -ele praticamente berrou.

Diretora- Cale a boca Perry você não sabe do que está falando.

Coordenador- Não me mande calar a bica na frente das crianças. Está tirando toda a minha autoridade Candycce.

Diretora- Quem manda aqui sou eu. A autoridade sou eu. E não volte a me char assim.

Ainda acho que entre esses dois rola alguma coisa.

Depois de muito conversamos, cada um foi encaminhado para sua devida cabana e eu nem aguentei tomar um banho, estava tão exausta que adormeci no estado nojento em que me encontrava.

Mas ainda tinha certeza que algo lá fora me desejava.

E me deseja morta!!

Acampamento Fairy Tail - 1° EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora