11. Terceiro (P.2)

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Assim que chegamos ao prédio, André me pediu que entrássemos pela garagem e que eu estacionasse em sua vaga, por ser bem tarde e ter pouco movimento dos moradores naquele horário.

Seu estado é deplorável. André vomitou pela janela duas vezes, sem falar na terceira que não deu tempo de por a cabeça para fora e acabou sujando a porta do carro e ele mesmo.

Estaciono e desço do carro sem muito esforço, já meu acompanhante mal consegue ficar em pé e eu não pretendo ajuda-lo, principalmente depois do vomito. Nós fomos até o elevador, e eu observo sem um pingo de pena, enquanto ele quase se arrastando, se joga no chão assim que as portas se abrem e ele me passa o código da cobertura.

Chegamos ao seu andar, as portas de metal se abrem e eu saio do elevador me virando a tempo de vê-lo engatinhar para fora e deitar em seu carpete com o peito para cima enquanto puxa o ar com dificuldade.

Eu não me assusto quando vejo sua pitbull vir em sua direção. Ela o cheira e em seguida deita ao seu lado cabisbaixa.

Eu me abaixo ao lado do animal, lhe fazendo um carinho e fico pensando se alguém sentiria falta se eu a levasse comigo. Acho que não.

_ Eu não entendo

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_ Eu não entendo. Eu não comi nem bebi nada de diferente. O que está acontecendo comigo?- Ele fala com dificuldade e eu me levanto, ando até o bar e me sirvo uma taça de vinho.

_ Eu tenho certeza que seu mal estar foi causado pela dose considerável de cianeto que eu coloquei no seu uísque.- Falo bebendo calmamente e voltado a andar até ele.

_ O que? - Sua voz e é quase inexistente.

_ Isso mesmo querido, eu adulterei sua bebida.- Falo parando ao seu lado e me agachado para olha-lo nos olhos agora sem brilho.

_ Eu não estou entendendo.- Vejo os primeiros vestígios de sangue serem expelidos de sua boca, junto a uma tosse seca e eu sei que não demorará muito agora.

Vê-lo daquele jeito me deixa profundamente satisfeita, tenho que admitir.

_ André, pensei que você fosse mais esperto do que isso. - Falo me levantando, mas ainda olhando para ele.- Eu envenenei você.

_ Mais por que, o que foi que eu te fiz? - Suas palavras já estão saindo falha e dolorosa.

_ Todos perguntam isso no fim.- Falo andando até a cadela e lhe fazendo um carinho.- Qual o nome dela?- Pergunto do nada, mas ele não me responde.- Como vocês podem ter esquecido o que fizeram comigo?- Volto até onde ele está, apenas para confirmar que ele ainda está vivo e pode me ouvir.- Claro que para vocês não faria diferença não é? - Sorrio sem humor.- Por que se sentiriam culpados por algo tão banal.- falo com ironia - Entretanto eu não tive a mesma sorte. Eu não esqueci. Todos os dias durante 11 anos eu tenho lembrado daquela noite como um filme a se repetir vez após outra e por isso vocês vão pagar. Todos vão pagar. Eu vou assistir você estrebuchar até a morte.

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