22. Bem?

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Benjamin

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Benjamin

Espero pacientemente enquanto Samanta é examinada, mas a cada minuto que passa, um décimo da minha paciência se esvai.

As lembranças da noite passada ainda são muito vívidas em minha mente. A fragilidade em seu olhar, o medo, suas unhas se cravando em minha pele cada vez que eu fazia a mínima menção de me afastar....

Tenho que conter minha vontade de ir até a delegacia, do contrário eu sei que farei uma loucura. E falando em delegacia, o número piscando na tela do meu celular me diz que não terei tanta paz quanto gostaria.

** ligação on**

_ Pode falar, Banson.- atendo.

_ O advogado do Roges acabou de chegar aqui.- ela fala nem um pouco empolgada. - aquele babaca já chegou botando banca, querendo falar com você.

_ Pois avise a ele que não irei a delegacia hoje, e que seu cliente está na solitária e só poderá receber visitas na segunda-feira.

_ Ficarei feliz em transmitir seus recado capitão.- posso ver o sorriso diabólico de Olívia mesmo por telefone e isso me faz rir.

_ E Banson, depois que o advogado se for, garanta que nosso mais novo hóspede se sinta bem vindo a delegacia. Não é sempre que recebemos um estuprador em nossas mãos.

_ Sem sombra de duvidas.

** ligação off **

Desligo o telefone bem na hora que uma enfermeira vem em minha direção.

_ Benjamin Nogueira? - ela pergunta olhando para mim por cima dos óculos de grau e eu apenas afirmo com a cabeça.- ela pediu que o chamasse.

Sigo a enfermeira por um corredor branco e com cheiro de álcool até uma sala de exames e depois de algumas batidas nossa entrada é liberada.

Assim que entramos eu vejo San sentada em um maca, vestida com uma roupa hospitalar, com a mão enfaixada e com o olhar distante. Vou até ela, sem nem mesmo cumprimentar a médica e assim que estou eu sua frente eu a abraço apertado, até que seus braços também me envolvam.

_ Eu estou aqui. Vai ficar tudo bem.- sussurro para ela e lhe dou um beijo na testa antes de me afastar para falar com a médica, que nos olhava atentamente. - e então doutora Saroia?

_ O corte não foi tão profundo, mas nós demos alguns pontos apenas para ajudar na cicatrização e como você pediu delegado, foi feito o exame de corpo de delito. As enfermeiras acabaram de levar e será enviado para a delegacia.

_ Muito obrigado doutora. Nós já podemos ir? - pergunto ajudando San a descer da maca..

_ Ela está liberada, mas antes eu gostaria que ela fizesse um teste de estupro.

_ Posso saber o por quê?- pergunto voltado a olhar para ela, mas sinto a mão de San apertar meu braço fortemente.

_ O estado dela é evidente delegado, eu já vi muitas vítimas em minha carreira.- ela fala de forma profissional, mas eu não pretendo permitir que Samanta passe por mais essa humilhação. Não depois dessa noite de cão que tivemos.

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