33. O Dia do julgamento...

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Aquela manhã estava nublada e as nuvens carregadas no céu cinza era um prenúncio de que aquele era um péssimo dia para morrer.

Ben foi embora durante a madrugada depois de um beijo caloroso e mais uma vez afirmar que daria um jeito em tudo, o que só aumentou minha preocupação. E agora eu estou só, assim como deveria ter sido desde o começo.

🍂🍂🍂

Depois de algumas horas, um banho quente e roupas novas, eu fui escoltada para o tribunal e apesar dos pesares, eu não estava nervosa ou com medo. Tudo que eu sentia era paz, em fim.

Finalmente eu estou preste a fazer o que é certo e não posso falhar em nenhum detalhe.

Sigo dois oficiais até uma sala grande e cheia de livros, provavelmente o escritório ou a biblioteca de alguém, para aguardar o início do julgamento.

O lugar não tem janelas, apenas uma parede de vidro, do teto ao chão que me permite contemplar toda a cidade a nossa volta. Estamos no quarto andar e daqui eu posso ver o topo de algumas casas e as pessoas desinteressadas seguindo suas vidas lá embaixo.

Os policiais me sentam no sofá próximo ao vidro e algemam minhas mãos para frente para que eu não fique tão desconfortável e eu aproveito esses tempo para perguntar. Não tenho nada melhor pra fazer mesmo.

_ por que me trouxeram para cá? Pensei que eu ficaria em uma cela, ou coisa parecida.- pergunto ao oficial a minha frente enquanto ajeito minha saia.

_ provavelmente esse será seu último dia na terra, é melhor ter uma boa vista para se lembrar, não acha.- escuto a voz de Olivia e olho para a porta onde ela acaba de entrar.

_ pelo visto mesmo após matar quatro pessoas com quase o dobro do meu tamanho e peso, eu não sou considerada de alta periculosidade, não é?! Mas pensando bem, o que uma mulher de 1,65 de altura poderia fazer contra quatro policiais armados....- falo com deboche e seu rosto fica vermelho.

_ fomos uma piada pra você? Nós deixamos que você fizesse parte da nossa família, que fosse uma de nós e ainda assim você nos apunhalou pelas costas. - o rancor na sua voz é evidente.

_ ah Olivia, sempre tão emotiva. Deveria aprender a esconder melhor seus sentimentos ou eles podem ser usados contra você. Quanto a fazer parte da sua "família", eu nunca pedi isso. Para falar a verdade, tudo não passou de uma boa distração. Algo para me divertir durante minha estadia na cidade.

_ e o delegado também foi uma distração?

_ a maior deles.- falo sorrindo com crueldade e a vejo sair da sala seguida pelos policiais e escuto a porta sendo trancada.

Novamente estou só, e esse silêncio de Benjamin me preocupa muito.

🍂🍂🍂

Cerca de meia hora depois vejo Ed entrando na sala que eu estou e ele parecia nervoso com alguma coisa muito séria.

O que será que aconteceu?

A porta volta a ser trancada e eu aproveito nossa privacidade momentânea para descobrir o motivo do meu amigo estar emanado preocupação.

_ o que aconteceu. - eu perguntei já me preocupando também.

_ nada. - diz ele, mentindo visivelmente.

_ Edgar, me conta agora o que está acontecendo. - sou incisiva e o vejo respirar bem fundo antes de tomar coragem para me contar.

_ ele está aqui.

_ quem está aqui Ed?

_ Dilan Rouck.

Meu mundo caiu....

_ Não, ele não pode estar aqui Ed. Não pode. - O desespero tomou conta.

Dilan é a última pessoa que poderia aparecer agora. Eu ainda o odeio, eu ainda o quero morto, eu ainda quero sua cabeça exibida em praça pública e tê-lo aqui não será nada produtivo para mim.

_ e essa não é a pior parte.

Ah Ed, muito animador de sua parte.

_ e qual seria a pior parte? - pergunto tentado conter o nervosismo mas falhando miseravelmente.

_ ele será o promoter de justiça do seu julgamento.- Ed fala se afastando de mim e como meu amigo ele sabe que eu vou surtar.

_O QUE!?- grito me levantado e procurando algo para esfaquear ou apenas destruir.- Isso não pode estar acontecendo.- tento me acalmar enquanto ando de um lado pra o outro, mas não está ajudando.- Ele não pode ser o promotor, ele faz parte do caso.

_ eu estava em uma reunião com o juiz a alguns minutos, e aleguei o fato dele não ser imparcial, visando que ele era uma de suas possíveis vitimas. Mas segundo o juiz, Dilan é um profissional ético e respeitável e o fato de ser um dos alvos não interfere em seus trabalho de forma nenhuma.

_ Isso não é bom.- digo voltado a me sentar e pegando uma almofada para sufocar meu grito de ódio.

_ não mesmo. O que faremos agora?- Ed pergunta se sentando ao meu lado.

Eu tenho que me acalmar e ser fria agora, ou terei um colapso nervoso.

_ nós seguiremos o plano. - falo deixando a almofada de lado e respirando bem fundo.- Isso acaba hoje Ed e nem mesmo a aparição repentina de Dilan mudará as coisas.

Um policial entra na sala, interrompendo nossa conversa, e avisa que o julgamento vai começar.

Eu sou levada por um corredor até a sala onde o julgamento acontecerá e assim que entramos todos os presentes me olhavam com reprovação.

Sou conduzida até a mesa da defesa e me sento ao lado de Ed que já assumiu sua postura de advogado responsável.

De onde eu estou ter um vislumbre de algumas pessoas, entre elas Mary a recepcionista, Olivia, alguns policiais conhecidos da delegacia e até mesmo o detetive Bones, mas ainda não vi Ben em lugar algum.

Eu ainda estou observado as pessoas quando ele entra. Seus ar altivo e marra infantil continuam presentes, seus olhos azuis ainda são tão frios quanto eu lembro e meu ódio por ele continua intacto. Ele me vê e sorri exatamente como naquele dia cruel e eu sinto um arrepio terrível se espalhar por todo o meu corpo.

Algo muito ruim irá acontecer

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Algo muito ruim irá acontecer.

O juiz entra na sala e todos os presentes se levantam.

O julgamento começou....

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