21. Momento de Fraqueza

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Madrugada de sábado...

Acordo desorientada e sentindo uma dor de cabeça horrível que me impede de raciocinar com clareza.

Eu não me lembro de nada....

Tento olhar ao redor para me localizar, mas a constatação de que aquele não é o meu quarto, me apavora.

Eu não consigo respirar....

Eu não conheço esse lugar, não faço ideia de como vim parar aqui e o silêncio e a escuridão parecem zombar de mim.

Não consigo respirar....

O desespero toma conta do meu corpo, como a muito tempo eu não sentia. Meu peito dói, a agonia em meu ser é desesperadora.

Eu não consigo respirar....

Me debato em busca de ar, tento a todo custo me apegar a qualquer coisa que possa me salvar, mas não é suficiente.

Eu não consigo respirar....

_ Samanta... - escuro uma voz preocupada me chamando ao longe, mas estou desesperada de mais para me focar nela.- Samanta....- escuto de novo e sinto mãos prenderem meu corpo sobre a cama me imobilizado.

Eu não consigo respirar.....

As lembranças vem como um raio sobre mim, me levando de volta aquela noite e ao mesmo tempo se misturando ao passado. Rindo de quão quebrável e indefesa eu sou, debochando da minha tentativa torpe de não ser fraca, vítima.

Eu não quero respirar....

_ Sam, por favor. Por favor abre os olhos. Olha pra mim Sam.- escuto uma voz desesperada me chamar e é como se de alguma forma, aquela voz fosse um grade alento para a minha alma.- Amor, por favor, você precisa abrir os olhos....eu não posso te perder....SAMANTAAAA!

Sinto minha consciência me deixando aos poucos, mas antes que eu desista, um grito me trás de volta. Meus pulmões se enchem de ar e eu abro os olhos, como se voltasse de um sonho ruim.

"O pior dos pesadelos é a realidade".

Sinto braços fortes me abraçarem apertado e eu deixo que o choro saia sem pudor.

Eu me sinto segura em seus braços, completa. E apesar da dor, apesar do sentimento de fraqueza o que mais me entristecer e saber que eu o amo. Eu amo Benjamin como nunca amei ninguém em toda minha vida e como jamais amarei de novo.

_ por favor não chora, eu não aguento te ver assim. - disse Ben segurando meu rosto. - aquele verme não merece suas lágrimas.

_ por que Ben, eu não consigo entender. Será que eu fiz alguma....- a angústia é como um caminhão de tijolos em cima do meu peito.

_ não diga isso, você não tem culpa. - ele me interrompe falando com tanta convicção que por um segundo eu me permito acreditar.

Eu o abraço apertado, pedindo em pensamento que ele me perdoe, que tire de mim a culpa de tê-lo feito sofrer e que me ame como eu o amo.

Naquele momento, em seus braços, eu percebi algo que eu não queria reconhecer. Eu jamais poderia deixa-lo, mesmo que continuar com ele fosse sinônimo de remorso eterno, eu não poderia viver longe dele.

"o que isso quer dizer?"- meu subconsciente recriminador me pergunta.

Isso quer dizer: Chega de viver do passado, chega de remoer a dor e principalmente, chega de vingança.

🍁🍁🍁

_ Essa casa é sua? -pergunto deitada em seu peito enquanto ele acarícia o meu cabelo.

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