36. Viva....

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Três dias depois....

Alguns dizem que quando você morre sua alma volta para Deus, outros que seu espirito é levado e você é destinado para o céu ou para o inferno, existem aqueles ainda que dizem que sua alma fica vagando pela terra a espera de um novo corpo para abitar, mas para mim, a morte é como um sono sem sonhos, o único som é o silêncio, a única visão é a escuridão, e sua única companhia e a solidão.

Não existem preocupações na morte, não existe dor, não existe culpa ou angústia. Tudo que se sente é paz, completa e absoluta.

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Quem diria que algumas pílulas suicidas adulteradas poderia me tirar daquele pesadelo de dor e culpa. É por isso que eu sempre digo, não à quase nada que a ciência não resolva. Umas alteraçõezinhas mínima na composição das pílulas e seu corpo entra em um estado de transe tão profundo que se tem a aparência de morte. Seus batimentos são diminuídos a tal ponto que nem mesmo uma maquina de eletro cardiograma poderia capta-los. Em resumo você morre.... Por 72 horas.

Você deve estar se perguntando, mais isso não é perigoso e se seus batimentos realmente pararem? Sim, é extremamente perigoso, mas quando seu único outro caminho é a cadeira elétrica, qualquer fio de esperança é válido.

Em nenhum momento eu tive medo da morte, não era meu objetivo, mas se acontecesse eu estaria pronta para ir. Sempre soube que estava fazendo o que era certo, me afastando para sempre da vida de Benjamin e de sua família, mas apesar disso eu tenho que viver, minha mãe precisa de mim e eu não pretendo deixa-la sozinha.

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Tento abrir os olhos, mas ainda os sinto muito pesados. Meu corpo todo dói e é como se pesasse uma tonelada.

Meu maior medo nesse plano sempre foi acordar antes da hora e ainda estar presa dentro do caixão, então enquanto tento abrir os olhos novamente eu faço uma oração silenciosa, e um alívio instantâneo me atinge quando a luz do ambiente me cega.

Não estou em um caixão....

Olho em volta do quarto pouco mobiliado e bem velho e agradeço por estar viva. Dolorida, meio grogue, e um pouco dispersa, mas ainda assim viva.

Vasculho com o olhar lentamente o ambiente, graças aos meus movimentos ainda retardados, e encontro Ed deitado em uma poltrona pouco confortável. Tento me levantar, mas percebo que foi uma péssima ideia, porque ainda sinto meu corpo pesado e lento, o que faz com que eu quase caia da cama.

Ed acorda de supetão pelo barulho da minha quase queda e em poucos segundos meus pés estão fora do chão e eu sinto os braços do meu amigo me esmagarem em uma braço.

_ você está viva.- ele fala nos girando e eu sei que ele está chorando.

_ por quanto tempo eu dormi?- pergunto porque esse desespero todo não é normal.

Ed me solta e eu me sento na cama, porque estou tonta e minha cabeça dói, o que só piora quando ele começa a falar.

_ você está desacordada a 78 horas e na última hora teve três ataques convulsivos.

Suas palavras são como uma bomba em minha mente e o pânico tenta me dominar. Eu poderia ter morrido.

Olho para o meu amigo tentando controlar minha respiração e algo faz com que eu esqueça por um segundo minha crise existencial.

_ o que aconteceu com seu olho?- pergunto me levantando e indo para mais perto dele, para analisar seu hematoma que já possui uma tonalidade esverdeada.

_Onde? - ele começa a tatear o rosto e quando sua mão toca o local Ed faz uma careta de dor.- digamos que eu andei irritando quem eu não deveria. Mas mudando de assunto, é melhor nós começarmos a nos arrumar porque daqui até Vegas é muito chão para percorrer.

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