Alanna.
E Deitei na cama sentindo o cheiro dele e não demorei muito para cair no sono ali no quarto sozinha, enquanto Michel dormia na sala.
(...)
Acordei sentindo o sol no meu rosto, resmunguei sentindo minha cabeça doer e me sentei devagar. Flash da noite anterior começaram a surgir na minha cabeça e eu rezei para Deus me dar coragem de olhar na cara daquele homem sem querer matar ele ou beijar ele de saudade!
— Acordou bela dormecida.. – Ouvi uma voz rouca me tirar dos pensamentos e dou um pulinho de susto.
— É bom bater na porta sabia? – Falo me virando de costas para ele e me levantando.
— Eu queria te ver logo.. – Ele diz sorrindo sem graça.
— Eu vou embora!
— Vamos conversar, depois você faz o que você achar melhor! – Ele diz e eu assenti.
(...)
Fiz minhas higienes matinais e depois desci para tomarmos café, o dia estava ensolarado, muito quente mesmo e eu morrendo de saudade dos meus bebês.
— Está pensando em que? – Michel diz me tirando dos pensamentos.
— Meus filhos.. – Falo sem coagir e ele se cala instantaneamente.
— Olha, eu sei que não tem motivo cabível por tudo que fiz.. Mas eu não abandonei vocês, nunca faria isso sem motivo, motivo esse que afetaria vocês e eu não ia me perdoar se algo acontecesse com minha família! – Ele diz fazendo meu coração palpitar.
— Eu sofri tanto.. E o Léo também, todos! – falo triste.
— Eu tô na mira da polícia, na mira de um vagabundo e eu não tinha crédito o suficiente pra ir atrás de vocês! – Ele diz e o olho sem entender nada.
— Como assim Michel? Crédito?
— Alanna, é complicado de explicar. Mas.. esse cara me tornou dono disso aqui pro próprio benefício, eu não queria nada disso, não quero, eu não sou feliz desde que vim pra cá! – Ele diz e percebo a sinceridade em cada palavra.
— Quem é esse cara? Por que ele não deixava você ver a gente? – Pergunto sentindo minha garganta doer.
— Ele ia matar vocês, a um tempo atrás tive um surto e quase cheguei a ir pro Rio mas ele colocou vocês na mira dele e a única forma de deixar vocês bem era longe de mim.. Não é, como continua sendo!
— Quem é ele? Me fala!
— Bruno.
Passei a mão no rosto chorando tudo que segurava, eu não acredito que aquele cara depois de tudo ainda infernizava minha vida. Me deixou na mira dele por puro orgulho e sei lá o que.. Eu sei que ainda tem muita coisa por trás disso, mais tudo que ja sabia era o bastante!
— Me perdoa, eu sei que fui fraco, mas eu não podia arriscar.. Não a vida de vocês! – Ele diz olhando nos meus olhos e eu nego.
— Eu sofri todos os dias desde que tudo aconteceu. Eu quis vir aqui por que não acreditava que você estava vivo, minha ficha vai demorar muito pra cair! – Falo chorando e me levanto.
— Pode ter certeza que eu também sofri, eu vim pra um lugar longe de vocês, sem conhecer ninguém. Tudo que eu queria era minha família, meus amigos, a minha vida, a nossa vida de volta.. – Ele diz e sinto seus braços me abraçarem por trás.
Fechei os olhos tentando raciocinar tudo que ouvi, eu devo acreditar nele, eu sinto que ele está falando a verdade mas eu não podia fingir que não sofri todos esses anos sem ele. Tudo que passei, tudo que chorei, o sofrimento do Léo..
— Eu preciso ir.. – falo baixo.
— Eu prometo que vou te explicar tudo melhor, tudo que você quiser saber! – Ele diz beijando meu pescoço.
— Você ainda me ama?
— Claro Alanna, nunca deixei de te amar.. – Ele diz me virando de frente para ele — Não teve um dia sequer que eu não perguntava de você e dos nossos filhos, eu sempre soube de tudo, você nunca deixou de ser minha mulher! – Ele diz alisando meu rosto.
Nossos lábios se encontraram com um beijo lento, ele enroscou uma das mãos no meu cabelo e com a outra apertou minha bunda me puxando e colando nossos corpos. Nossas línguas brigavam por espaço e eu juro que poderia passar décadas assim, eu não iria reclamar, eu amava esse homem!
— Michel.. – falo ofegante e ele cola nossas bocas com um selinho rápido — Eu preciso ir, é sério! – Falo com um aperto no coração.
— Eu vou te levar!
— Não! – Falo rapidamente.
Eu tinha a ligação com a polícia e precisava resolver essa parte que me enrosquei, não posso ficar andando com o Michel por aí.
— Por que não?
— Por que não Michel, vou mandar mensagem pra uma colega.
— Me passa seu número, vou te ligar depois.. – ele diz pegando o celular e eu sinto um gelo na minha espinha.
Tudo que eles queriam era isso e eu não ia dar o Michel de mão beijada para eles, e não posso esquecer que minha linha telefônica está clonada.
Acabei passando um número errado para ele e depois mandei mensagem para Japa vir me buscar, saímos da casa dele e ficamos na calçada conversando e com uma distância razoável.
— Você tá ainda mais gostosa! – Ele diz mordendo os lábios com cara de safado, esse homem não muda nunca mesmo!
— Cala a boca Michel! – Falo sem graça.
— A para vai ficar vermelha? – Ele diz rindo.
— Oi Michel! – Ouço uma voz perto de nós e olho para o lado vendo a loira tatuada que falei.
— Oi Gabi! – Michel diz ficando sério.
— Já tomou café, trouxe pão pra gente! – Ela diz e percebo a sacola em sua mão.
Olho para o lado querendo que o carro vermelho de japa aparecesse logo vendo que estava sendo completamente ignorada ali no meio daquele dois.
— Já tomei sim! – Ele diz forçando o sorriso e percebo que ela não gostou muito da resposta pela sua cara.
O carro de japa estacionou no outro lado da rua e agradeci mentalmente.
— Tchal Michel! – Falo saindo dali sem esperar resposta.
Entrei no carro e soltei o ar que nem sabia que estava preso, eu precisava sair de Sp o mais rápido possível, não ia aguentar tudo isso por muito tempo!
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Como o final do ano está aí e no Natal não teve capítulo, estou pensando em postar mais um hoje, o que acham?
E sobre a Alanna, o que acham que ela vai fazer agora?
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Alanna | 2 Temporada
Romance"Não permaneça presa ao passado, nem a recordações tristes. Não remexa numa ferida que já está cicatrizada. Não revolva dores e sofrimentos antigos, O que passou, passou!" Eu não me lembro quem me disse isso, mas sei que é isso que deveria ter feito...