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Alanna.

Eu e Bruna fomos para um outro andar, agora um escritório, tinha mais um homem ali e uma pessoa que eu não estava afim de ver, Gabriela.

- O que está fazendo aqui? - Pergunto de cara.

- Nos precisávamos de uma testemunha Alanna! - Bruna diz.

- E eu sou o que? - Pergunto nervosa.

- Você é a testemunha da vida do Michel Alanna, já Gabriela é testemunha do que ele viveu lá, os acusadores vão vir com tudo pra cima da gente e a gente precisa estar preparado de todas as formas! - Bruna responde e eu me calo.

- Eu sou o segundo advogado me chamo Alex, nos já temos o que falar sobre o Michel, mais não temos tudo por que ele não conta o que fez ele forjar a própria morte, nos precisamos saber! - Alex diz e eu penso e repenso se vai ser uma boa dizer.

- Foi policiais, em especial um chamado Adriano desse departamento, ele usou Alanna para conseguir sugar tudo que queria do Michel e acabar com ele como acabou! - Gabriela responde me fazendo ter vontade de levantar daquela cadeira e jogar ela desse andar.

- Como você pode dizer essas coisas sem ao menos saber metade do que vivemos? Bruna, essa garota não sabe de absolutamente nada, ela não mentiu sobre os policiais mas ela não sabe como e por que tudo aconteceu! - Falo nervosa.

- Quando entramos para o julgamento Gabriela só vai falar quando for sobre a vida que Michel levava em paraisopolis e sem a parte sobre comandar morro, se questionarem Michel foi um vigia colocado pela polícia e ficou apenas vigiando! - Bruna diz seria e naquele momento já não via mais a minha amiga e sim uma advogada, a advogada que precisávamos!

(...)

Faltavam poucos minutos para entrarmos em julgamento e eu estava nervosa, não fazia a menor ideia de quem estaria do outro lado e esse era meu medo.

Entramos na sala do júri e Michel já estava sentado, Bruna colocou minha cadeira ao seu lado e se sentou no outro lado dele, o juiz entrou e junto com os advogados criminalista as pessoas que eu menos queria ver nesse momento, Bruno e os dois policiais que me mandaram para São Paulo.

No mesmo instante olhei para Michel que continuava com sua mesma expressão, eles se sentaram com os advogados e naquele momento eu me senti pequena, o medo de não conseguir tirar Michel dali me dominou e eu tentava controlar minha vontade de sair correndo dali.

(...)

- Quando Michel chegou em paraisopolis eu já morava ali a anos, cresci naquele lugar e realmente não havia comando algum quando ele chegou e continuou assim até hoje, Michel nunca teve permissão da comunidade para assumir um posto de comandante, até porque ele não conhecia a favela! - Gabriela dizia enquanto era confrontada pela parte esquerda.

- Quando um criminoso sai de uma favela para outra é com certeza que vai assumir um posto maior, e mesmo que ele não comandasse o morro você afirma que ele era inteiramente ligado ao tráfico em paraisopolis? - O advogado pergunta.

- Não, claro que não! -Gabriela diz transparecendo seu nervoso.

- Um pouco antes de forjar a própria morte Michel fugiu para o Paraguai, se ele não era ligado ao tráfico por que fugiu com sua mulher e seu filho? - O advogado continua, um outro advogado que estava ao lado de Adriano se levantou e caminhou até a nossa mesa.

- Filho esse que foi parar nas mãos de Michel sem uma causa maior, pesquisando sobre, descobrimos que a mãe da criança foi encontrada morta no mesmo dia, seria muita conhecidencia? - O outro advogado diz e eu fico perplexa.

A cara de Adriano era visível um leve sorriso de satisfação, ver o nome do meu filho no meio daquela sujeira toda e saber que Michel estava sendo acusado injustamente de algo que ele nem fez estava me causando uma revolta enorme.

- Protesto! - Bruna diz se levantando e o Júri da o proceder - Não existe relevância para entrar na questão familiar do meu cliente, o processo conta com sua participação em crimes não cometidos por ele e acusados que usaram sua imagem para se auto promover! - Ela diz.

- Tem relevância até por que ele parece ser descuidado com a lei até em sua vida pessoal, então acho relevante tocar nesse assunto. A mãe da criança foi morta, quando ele já estava no crime, posteriormente ele fugiu.. - Bruno começa a dizer e naquele momento eu não aguentei me controlar.

Empurrei minha cadeira para frente chamando atenção de quem estava por ali e fui até a mesa que estava ele, Alexandre e Henrique todos os policiais que nos enfiaram nessa imundice.

- Foi quando ele tentou mudar de vida que você aproveitou a imagem dele para comandar o morro que estava no seu nome, quando manteve ele sobre ameaças para se auto promover com a polícia! - Falo firme e o advogado deles caminha até mim.

- Nos temos total contato com o processo e em momento nenhum cita o nome de nenhum dos policiais que prenderam Michel como você diz! - O advogado diz.

- Até por que ninguém vai desconfiar de políciais do 3 batalhão da polícia militar, mas temos fotos, testemunhas e inúmeras coisa que mostram Adriano no morro de paraisopolis. Ninguém aqui tem o direito de citar meu filho ou alguém do parentesco do Michel, a mãe dele morreu por que sua família estava sob dívidas e ela teve que mentir sobre a morte do próprio pai para deixar a criança sob responsabilidade do meu marido, não a nada que foi feito fora da lei e se foi, ninguém aqui tem como provar sem ser em palavras! - Falo.

- Encerrado! - O juiz declara e eu solto a respiração que nem sabia que prendia.

Voltei para onde estava e todos me olhavam perplexos, inclusive Michel.

Eu não sei o que vai ser declarado daqui para frente, mais se for para jogar tudo no ventilador que assim seja feito, eu quero a liberdade do Michel e vou passar por cima de qualquer coisa para conseguir isso!

Alanna | 2 Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora