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Maratona 4/4

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Michel.

— Que merda! – Falo olhando o número que Alanna me passou.

Alanna queria me foder mrm pprt só pode. Sem perceber um sorriso escapou do meu rosto com as lembranças de dois dias atrás. Fazia tanto, tanto tempo que não me sentia daquele jeito, fazia tempo que eu não me sentia vivão de verdade!

Nesses dois dias não teve um minuto sequer que eu não pensava em como as coisas poderiam ter sido diferente. Se eu tivesse me arriscado como Alanna tinha dito, será que hoje eu taria com eles? Se eu tivesse ido embora sob ameaça eu taria arriscando a vida dos meus filhos?

Ou talvez eu não fosse homem suficiente pra ter minha família de volta?

Sai dos pensamentos quando ouvi seguidos disparos, larguei meu celular e peguei meu fuzil atravessando no meu peito, peguei minha moto e desci pra boca vendo os moleques na atividade.

— O alvo deles tá aqui, eles tão subindo de novo! – Sabia diz nervoso enquanto disparava.

— Eu que não sou, já tô foragido a tanto tempo que já devem ter me esquecido! – D2 diz rindo e dando os ombros.

— Independente de quem é o alvo eles não vão arrumar nada, essa favela é nossa porra! – Sabia diz e eu começo a viajar em pensamento.

— É aqui! – Bruno diz chegando numa favela

— Quanto tempo? – Pergunto sem reação.

Eu preferia ter morrido do que ter que fazer qualquer coisa pra esse idiota.

— Hum.. Um ano! – Ele diz estendendo a mão e eu nem faço questão de apertar.

— Eu ainda vou te matar nesse meio tempo! – Afirmo e ele sorri negando.

— Você é marrento, igual a nossa Alanna! – Ele diz rindo e eu parto para cima dele mas logo sou puxado para trás.

Olho em volta e vejo várias caras armados, deveriam ser os traficantes dali.

— Quem manda nessa merda sou eu, você só me representa, agora eu tenho mais o que fazer. Aproveita sua nova vida, por que daqui você só vai sair morto! – Ele diz saindo dali”

— Michel porra, mete bala filho da puta, tu é estátua viva agora? – Sabia diz nervoso e eu começo a atirar em todos que via.

Daqui eu não podia salvar minha pele, se eles subissem eles acabavam comigo. Como que eles já  acabaram outras vezes, só que eu sentia que estava perdendo as forças!

— Passaram pela viela eles tão na rua da boca principal! – Alguém grita pelo radinho.

Em questão de segundos me virei para pegar o radinho e minha visão ficou totalmente preta, me fazendo cair mole no chão.

Alanna.

— E cadê seu outro filho? – Nita a vizinha da minha tia perguntava.

— Ele está com o avô! – Falo sorrindo sem mostrar os dentes e logo em seguida dou um gole na minha cerveja.

— Minha mãe tá doidinha pra saber da história! – Daí diz se sentando do meu lado.

— Eu acho que ninguém deveria saber que fomos para lá, ainda mas envolvendo o Michel! – Falo baixo.

— Só a minha mãe sabe do Michel, o Jp e a Millena só sabem que fomos resolver algumas coisas, eles querem saber o que é! – Ela diz dando os ombros.

— Sabe o que estava pensando? – Falo olhando para ela.

— O que?

— Você acha que o Pk e o Gabriel sabiam disso.. Sei lá, tinham contato ou algo do tipo, eles e o Michel viviam grudados! – Falo e ela franziu as sobrancelhas parecendo pensar.

— Eu mato o cachorro do Pk. Ele não quis saber o que fui fazer em São Paulo com você por que passou o fim de semana com as filhas dele, então.. – Ela diz.

— A ex dele já superou? – Falo mudando de assunto.

— Aquela ali? Minha filha no dicionário dela essa palavra nem existe. Ela continua infernizando e colocando as meninas no meio! – Ela diz bufando e eu nego.

— É foda! – Falo por fim.

— Você viu o tamanho da barriga da mocreia da Juliana? Tô doida pra ver o rostinho do bebê dela, tomara que puxe o rosto lindo do pai! – Daí diz cheia de veneno e eu não controlo a risada.

— Mesmo se puxar ela a criança vai nascer bonita, aquela cadela é linda! – Falo rindo.

— Pior, mais aquele macho dela.. Se me desse moral eu pegaria, só pra descontar os estresses que ela já fez tu passar!

— Tô fora de mexer com qualquer coisa que me ligue nessa doida! – Falo e rimos.

Fiquei ali bebendo minha cerveja e admirando meus bebes correrem para lá e para cá. Raissa se jogou no chão rindo de algo e eu não pude evitar de sorrir junto, Raissa era um milagre na minha vida, ela passou os 2 primeiros meses na emcubadora e o ano novo mais difícil da minha vida passei longe dela. Apesar do meu pós parto não ter sido bom eu queria meus filhos bem e graças a Deus hoje eles estão!

Estava perdida em pensamentos quando senti uma pontada forte no peito, chega dei um pulo, Daí me olhou preocupada e eu sussurrei um “Estou bem”, me arrumei novamente na cadeira e respirei fundo sentindo uma sensação nada boa.

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Fim de mais uma temporada. Obrigado pelos votos e por cada comentário, vocês me motivam muito a escrever!

Os próximo capítulo posto na quarta-feira.

Lembrando que, os dias de postagens são SEGUNDA e QUARTA. Sempre a noite!

Alanna | 2 Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora