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Alanna.

Durante o caminho eu não soltei nenhuma palavra sequer, Japa não parava de dizer coisas como “Você conseguiu tão rápido” “A polícia vai ficar orgulhosa quando souber” e eu só desejava voltar a meses atrás e sofrer pelo meu marido que morreu, por que o homem que eu amei morreu, independente da forma!

Japa estacionou em frente a casa que Daí estava, sai do carro me equilibrando naquele maldito salto e entrei me deparando com a cena da minha melhor amiga dando cambalhotas no sofá enquanto meus filhos imitavam e morriam de rir.

— Mamãe!! – Eles gritaram em uníssono e correram até mim me dando o abraço que eu estava precisando.

Abracei meus nenéms enchendo eles de beijo, estava com tanta saudade, era muito difícil ficar longe deles um dia sequer.

— Meus neném que saudade de vocês! – Falo sorrindo e dou um beijo neles reparando o quanto seus rostos lembravam os do Michel.

Era muito injusto isso, eu carreguei esses dois por um ano, fiquei inchada, sofri no parto e crio sozinha pra serem igualzinhos ao pai, os dois, fora minha outra cria que é um copia.

— Eai como que foi lá? – Daí pergunta curiosa.

— Não posso ficar aqui Daí, eu não vou conseguir! – Falo me jogando no sofá.

— Ele tá vivo? – Daí pergunto e eu assenti fechando os olhos.

— Eu vou lá matar aquele safado agora mesmo, que cretino, filha de uma.. – Antes que ela pudesse terminar Rael a interrompe.

— Tia não podi fala pavão! – Ele diz assustado e eu não aguento segurar a risada.

— Desculpa meu amor, eu esqueci, desculpa! – Daí diz rindo e ele bufa indo brincar com Raissa.

— Vamos embora? – Falo olhando para Daí e ela nega.

— A gente nem aproveitou São Paulo ta maluca? Deixa aquele encosto pra lá e vamos sair hoje, amanhã vamos embora e esquecer tudo isso! – Ela diz e eu assenti.

— Tudo bem.

(...)

Depois do almoço já estávamos prontos para sair, iríamos num teatro na Paulista e as crianças estavam pulando de tanto felicidade.

— Mamãe por que o Lele não veio com a gente? – Raissa pergunto quando descemos do carro.

— Ele tá com o vovó dele minha gatinha, amanhã vamos embora e você vai ver ele! – Falo segurando sua mão.

Entramos no teatro e fomos assistir a peça que Raissa tanto queria e Rael não parava de resmungar, iríamos assistir a peça da Frozen e prometemos que depois deixaríamos ele assistir o que quisesse.

Daí sentou com Raissa em seu colo e Rael se aconchegou no meu peito enquanto eu alisava seus cabelos.

Durante a peça eu não conseguia me concentrar em nada, minha ficha sobre Michel não tinha caído, como ele pode fazer isso comigo? Eu fiquei com aquele maldito no maior sufoco dele, eu amei ele mais do que a mim mesma, perdoei coisas que nunca perdoaria e ele me retribui assim.. Homem é um bicho ingrato mesmo, só não é mas que meu coração que ainda acelera só de lembrar daquela boca na minha, que ódios!

Michel.

Segui o carro com o olhar e me controlei para não segui-la, o olhar de repressão de Gabi não me causava mais tanto desconforto.

— Quem é ela Michel? – Ela pergunta engolindo o seco — É a sua mulher? – Ela pergunta franzindo a sobrancelha e percebo ela engolir o seco — Por que ela voltou? O que ela quer aqui? Se o Bruno descobrir...

— O Bruno não vai descobrir nada por que ninguém vai falar, ninguém. E sobre ela você não precisa saber de nada! – Falo entrando para casa e ela me segui.

— A não? Quando você chegou aqui destruído no fundo do poço foi eu que segurei sua mão, e ela? Quando você ficou doente por que passou a noite enchendo o rabo de cachaça quem tava com você? Quando levou um tiro? Quando chorou de saudade do seu filho? Onde ela estava e quem estava do seu lado em? – Ela diz jogando tudo no meu peito.

— Eu não te contei minha história pra você tá jogando isso na minha cara, se ela não tava do meu lado foi por minha causa, eu causei isso! – Falo.

— Ah para Michel, se ela te amasse não ia te deixar aqui sozinho! – Ela diz seca.

— Chega Gabriela, sai daqui! – Falo no meu limite.

— Sério isso?

— Sai! – Falo e ela assenti saindo dali.

Me joguei no sofá e passei a mão no meu rosto tentando pensar em qual rumo minha vida estava seguindo, eu não estava feliz mas estava estável e Alanna me desestabilizou de uma forma que só ela conseguia, eu preferiria levar um tiro do que vê-la na minha frente nesse momento, eu não estava pronto, eu não esperava!

O pior de tudo é saber que eu não tive tempo de me explicar por completo, eu não fazia ideia do que estava passando em sua cabeça, mas eu não vou deixar ela sumir sem eu ao menos me explicar.

Mandei um radinho pra os moleques seguirem o carro que Alanna estava e depois me mandarem o endereço. O resto eu mesmo resolvia!

———————

Eu sumo mas sempre volto! Haaha

Obrigado por não terem desistido da história, eu estava desanimada e lendo os comentários eu me inspirei para voltar.

Escrevi três capítulos que já estão prontos para vocês, assim que bater a meta solto eles.

Alanna | 2 Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora