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Michel.

Joguei a bola contra parede e ela voltou para minha mão, joguei novamente e novamente.. Era isso que fazia o meu tempo todo.

Eu já estava na minha sela, sozinho, minha mente me maltrata dia e noite por conta das minhas escolhas e eu me sentia um leão preso numa jaula pequena. Pra ser sincero já estava me conformando, eu não tenho a mínima chance de sair daqui!

— Ei michelzito.. – Ouço a voz do viado que ficava na sela ao lado.

Como se já não bastasse estar preso ainda tinha que ficar com um viado me atormentando o tempo inteiro, eu merecia essa porra toda mrm!

— Essa sua barba tá crescendo ta ficando uma delícia! – Ele diz e eu o olho sério — Não me olha assim seu safado! – Ele diz batendo as mãos e eu não controlo a risada.

Antes que eu pudesse falar algo o guarda me chama dizendo que eu tinha visita, pensei na possibilidade de ser aquela maluca mas depois da nossa última conversa acho difícil ela vir me ver. Deve tá vivendo muito bem lá fora!

O guarda me levou para a sala de visitas e me algemou, entrei vendo uma garota que não fazia a menor ideia de quem ela era.

— Boa tarde Michel, sou Bruna, amiga da Alanna! – Ela diz e eu continuo a olhando sem entender — Vamos se sentar para conversarmos! – Ela diz se sentando e mesmo recuoso me sentei.

— Qual a tua? – Pergunto.

— Vou ser sua advogada daqui pra frente! – Ela diz seria e eu dou uma risada irônica.

— Tá atoa é? Quer perder tempo tentando me tirar daqui.. – Falo negando e ela continua séria na mesma posição.

— Michel seu julgamento é daqui um mês, nesse um mês eu vou fazer o possível e mesmo que você não saia daqui na mesma hora, você tem um crime de forjação da sua própria morte e tenho certeza que existe inúmeras testemunhas que você comandava o morro em paraisopolis, sua pena pode ser até de 20 anos!

— Eu não dou mínima, se tenho que ficar aqui e pagar pelo que fiz eu fico! – Falo dando os ombros.

Ela respirou fundo e pegou um celular, mexeu por segundos e mostrou uma foto de uma bebê, ela era branquinha e os cabelos extremamente pretos.. eu sabia que era minha filha, linda desse jeito.

— Essa é a sua filha que tem apenas 2 anos de idade, você não a viu nascer, você não ficou com ela no hospital quando ela nasceu com problemas respiratórios e agora ela está crescendo sem a mínima noção do que é ter um pai, e além dela tem outro.. Um garoto que daqui a pouco vai encher Alanna de perguntas por que vai ver os amiguinhos com um pai e ele nem se quer conheceu o dele! – Ela diz jogando tudo na minha cara e eu abaixo a cabeça, meu ponto fraco pprt!

Só Deus sabe o quanto eu quis participar da criação dos meus filhos, só eu sei o tamanho da minha vontade de ver eles me chamando de pai e a saudade que eu tenho do meu moleque que deve tá enorme já. Eu tentei, eu fiz o que tava ao meu alcance que era nada, não tinha nada ao meu alcance!

— Você já teve uma noção do que é ser pai com o Léo, e imagina toda a pressão que você sentiu em dobro nos ombros da Alanna. Eu não posso te obrigar a aceitar minha ajuda mas eu posso te dar motivos para isso! – Ela diz por fim.

— Eu faço minha parte e você faz a sua, mas pode ter certeza que não vai ser nada fácil! – Falo sério lembrando de tudo por trás e ela assente.

Nos conversamos e eu contei a ela algumas coisas, não tudo até pq ninguém precisa saber. Nós finalizamos nossa conversa e depois ela se levantou.

— Bom por hoje é só, em breve eu volto! – Ela diz se levantando.

Apenas assenti e me levantei também ela saiu e eu me virei para sair também mas logo me chamaram de novo.

— Ei, tem outra visita! – O guarda diz e eu me viro vendo minha loira entrar.

Ela estava com uma calça jeans que marcava suas curvas perfeitas, sua blusa rosa social deixava ela ainda mais linda, na verdade essa desgraçada fica linda de qualquer jeito.

O guarda fechou a porta e ela parou na minha frente com uma distância segura.

— Como está? – Ela pergunta baixo.

— Na medida do possível! – Falo seco.

— Trouxe algumas coisas pra você.. – Ela diz e eu assenti.

Nos estávamos tensos, talvez pq não fossemos mais um casal e nossas brigas não acabavam mais com a gente se beijando, era só isso.

— O que achou da advogada, gostou dela? – Ela pergunta recuosa.

— É.. na verdade nem sei como ela teve coragem de aceitar tudo isso! – Falo respirando fundo e olhando para o teto.

— Isso não foi problema.

— Talvez não seja..

— Eu te falei que ia te tirar daqui, não sei se vou mas estou tentando! – Ela diz passando as mãos nos seus cabelos e eu volto a olhar pra ela.

— Você não tem obrigação de me tirar daqui!

— Eu te coloquei aqui!

— Minhas atitudes me colocaram aqui Alanna, você só foi um.. Sei lá! – Falo desviando meu olhar do dela.

Percebi que ela mordeu os lábios e se virou para a porta como se estivesse se preparando para ir, eu não aguentei e acabei a abraçando por trás.

Virei ela para mim e puxei sua cintura grudando nossos lábios, ela abraçou meu corpo durante o beijo e finalizou me dando um selinho.

— Eu já vou! – Ela diz se afastando.

Eu queria pedir pra ela ficar mais um pouco, falar o quanto eu amava ela e o quanto eu queria sair daqui pra ficar com nossos filhos, mais o orgulho acabou falando mais alto e ela saiu, me deixando sozinho do jeito que eu tinha que ficar.

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Como prometido!

O que acharam do capítulo?

Alanna | 2 Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora