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3 dias depois.

Alanna.

— Cuidado! – Minha tia diz me ajudando.

— Eu vou ter que ficar o tempo todo assim? – Pergunto.

— Vai, vai sim! – Ela responde — E já arrumamos o seu quarto e um para as crianças lá em casa! – Ela diz empurrando a cadeira.

As crianças já estavam no carro com a Daí e eu iria com a minha tia, enquanto estivesse com cadeira de rodas eu teria que ficar no tuiuti, por mais que aquele favela não me traga tão boas lembranças ali eu passei momentos maravilhosos

(...)

— Vamos tomar sorvete na pracinha? – Léo pede quando me sento no sofá ao lado.

— Pergunta pra sua tia se ela pode levar vocês.. – Falo segurando o choro, não poder fazer coisas mínimas com meus filhos acabavam comigo.

— Mais eu queria que você fosse! – Ele diz passando as mãos no cabelo.

— Léo, você sabe que não dá!

— Eu empurro sua cadeira mãe!

— Filho eu tô cansada, olha sua tia ali, vai lá pedir pra ela, vai.. – Falo e ele se levanta emburrado.

4 dias depois.

Era hoje, hoje era o dia de ir ao tribunal, pelo que eu entendi são duas etapas ao júri para decletarem um ponto final e hoje seria a primeira. Eu quase não havia dormido, durante esses dias eu não tive nenhum contato com Michel desde o meu acidente com as crianças e eu não fazia nem ideia se ele sabia do ocorrido ou não, independente de tudo ele deveria estar magoado comigo assim como estou com ele!

Daí me ajudou a se arrumar, durante esses dias eu tava tentando não deixar isso me abater, minha tia e Daí estavam dando conta de levar e buscar as crianças, eu não podia fazer muito então o máximo que fazia era sentar na calçada com elas, pois minhas pernas nem haviam dado nenhum sinal de estar melhorando.

— Desse jeito vai seduzir o juiz! – Daí diz enquanto eu me maquiava com o espelho a altura.

— Ridícula! – Falo rindo — Eu só tô tentando cobrir essas marcas horríveis, eu tô péssima! – Falo sem ânimo.

— Deixa de k.o em! – Ela diz se levantando e eu reviro os olhos.

Por fim eu estava com um macacão preto, ele era liso e longo e só tinha uma abertura na parte dos ombros, coloquei uma rasteirinha aberta e fiz uma maquiagem neutra, Bruna havia mandado mensagem dizendo que já estava no local me esperando, eu iria chegar mais cedo para ela me explicar algumas coisas, até porque do jeito que sou é capaz de mandar o juiz ir a merda se ele acusar o Michel de algo que ele não cometeu e ai acabaria nois dois presos.

Antes de sair decidi postar uma foto, eu não estava me sentindo 100% comigo mesma mais eu não podia me odiar por um fato que aconteceu, aliás já tinham entrado com um processo para saber quem estava no carro que bateu contra com o meu.

instagram — alannacds: Não a nada que possa me derrubar!!!

— instagram — alannacds: Não a nada que possa me derrubar!!!

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(...)

Eu e Daí já estávamos a caminho do tribunal, eu estava nervosa, nunca tinha feito isso em nenhum momento da minha vida e eu sabia que não seria nada fácil.

— Fica tranquila, vai dar tudo certo! – Daí diz parando o carro eu sorrio tentando relaxar.

Ela me colocou na cadeira e avistei Bruna de longe, ela veio até nós sorrindo com uma pasta nas mãos e nos comprimentou.

— Preparada? – Ela pergunta.

— Não! – Falo e ela ri.

— Pode ficar tranquila, Michel já está transferido pra cá, vou te levar até ele e vocês podem conversar por um tempo, depois vamos ter uma reunião com a defesa, ok? – Ela pergunta e eu apenas assenti respirando fundo.

Me despedi de Daiane e entrei com Bruna, ficamos numa sala e depois um homem nos conduziu a um outro andar.

— Michel já está aí! – Ela diz andando comigo e abrindo a porta de uma sala toda branca.

— Obrigada Bruna! – Falo sorrindo e ela retribui fechando a porta.

Me virei com uma certa dificuldade e Michel me olhava calado, fiquei parada esperando ele dizer algo e nada.

— Michel.. – Começo a dizer e ele me interrompe.

— Eu já sabia de tudo, Bruna me contou quando você e as crianças estavam no hospital.. – Ele diz seco.

— Então por que esta me olhando assim? – Pergunto nervosa.

Ele abaixou a cabeça cobrindo o rosto com as mãos e segundos depois consegui ouvir sua respiração pesada, fui até ele parando em sua frente e tirei as mãos de seu rosto limpando suas lágrimas.

— Para, tá tudo bem! – Falo tentando me controlar.

— Se você tivesse morrido, se tivesse acontecido alguma coisa com nossos filhos.. Eu não sei o que eu faria depois Alanna, eu não aguento mais ficar aqui sem poder defender vocês, vocês são as únicas coisas que eu tenho, eu tô na merda, eu já perdi tudo a muito tempo e a única coisa que eu posso dizer que é meu ainda são vocês! – Ele diz deixando suas lágrimas caírem e eu não controlo as minhas.

Ver Michel vulnerável desse jeito acabava comigo, eu sabia que talvez ele estivesse lutando consigo mesmo para não fugir daqui. Eu sou muito cabeça dura e ele é durão nos somos incompatíveis mais a gente precisava tanto um do outro agora que nossas diferenças e tudo que havia acontecido não importava mais.

— Você nunca vai perder a gente tá? Nós somos tudo que você tem e você é tudo que a gente precisa, vamos sair daqui juntos ta me ouvindo? – Falo segurando seu rosto e ele assente me abraçando forte.

Não sei por quanto tempo nos ficamos abraçados mais isso era tudo que precisávamos para ter força e encarar o que estava por vir, estávamos distraídos até ouvir Bruna bater na porta me chamando.

— Eu vou indo, até daqui a pouco! – Falo dando um beijo rápido em seus lábios.

— Tá! – Ele diz limpando seus olhos e eu me virei saindo da sala.

Nos iríamos encarar juntos seja o que estiver por vir!

———————

Como já tenho alguns capítulos prontos vou deixando a meta para vocês, conforme forem batendo eu vou soltando os capítulos.

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Alanna | 2 Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora