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Michel.

Deixei Alanna na casa da prima dela e subi pro Qg, eu tava tentando deixar minha relação com Alanna nos trilhos mais a gente é muito cabeça dura, ela não abre mão e se ela não abre eu também não.

Cheguei no Qg e os moleques já estavam lá, Gabriel me entregou o meu cintura ignorante e peguei o pente atravessando no meu peito, negueba jogou umas balas e eu recarreguei meu pente deixando ele pronto pra estourar cabeça.

Nós descemos pra parte que ficava em baixo do terreno e eu abri a porta fazendo Bruno se assustar, ele conversava com os outros dois idiotas e eu ri vendo aquela cena.

— Não queria me ver? – Falo caminhando até ele e puxando ele pela gola de sua blusa — Fala, faz o que você quer fazer comigo. Tô aqui! – Falo jogando ele contra parede — Não faz né? Tá vendo como é comer na mão de alguém, a diferença é que eu não meto a mão na sua família igual você fez comigo!

— Eu meti a mão na sua família por que tive liberdade, ou você acha que eu forcei a Alanna a.. – Antes que ele completasse a frase dou um soco em seu rosto fazendo ele cair no chão.

— Você pensa duas vezes antes de falar da minha mulher! – Falo jogando ele no chão e erguendo o pente.

— Michel você não precisa sujar a mão! – D2 diz entrando na sala.

Continuei encarando aquele merda na minha frente e tudo que ele fez rodava pela minha mente, eu nunca tinha precisado matar alguém a sangue frio mas ele eu fazia questão.

— Preciso sim, só esse! – Falo e faço o que eu queria a tanto tempo.

— Ainda tem aqueles dois! – Pk diz olhando os outros que só olhavam sem dizer nada, agora ninguém tinha peito pra mexer comigo.

— Da só um susto, eles já sabem o que acontece se um deles mexer com alguém da minha família de novo! – Falo saindo com D2.

Subimos para a boca e eu me joguei no sofá passando a mão no rosto, eu tava aliviado por ter feito o que eu queria mas eu não sabia se Alanna me perdoaria se descobrisse de alguma coisa.

— Vai voltar pra atividade? – D2 pergunta separando as maconhas e eu acendo um baseado tentando relaxar.

— Não sei.. Alanna não quer voltar pro morro! – Falo olhando para o teto.

— Porra, logo agora que ia te entregar o morro.. – Ele diz e eu o olho — Sem leme, tu é o melhor que temos, esse morro é teu, tu só precisa do comando! – Ele diz sério.

— Não posso colocar esse peso no meu ombro agora.. – Falo pensando na Alanna e nas crianças, se eu desse minha cara sendo dono do morro todo o esforço que ela tinha feito para me tirar da cadeia ia ser em vão, eu ia ser caçado como nunca.

— Pensa nisso cara, trás sua família pra cá, tua casa tá lá, tem uma casa vazia lá na parte alta é enorme ta no teu nome, cabe todas suas crias.. Aqui vocês vão ter tudo, do bom e do melhor sempre! – Ele diz e eu assenti.

— Por mim já taria aqui, mas Alanna.. Ela é foda! – Falo pensativo e os moleque entram na sala.

— Me dá um baseado, hoje eu vou morrer de tanto fumar! – Negueba diz acendendo um Beck e a gente ri.

— Tá em fase ruim com a mulher esse aí! – Pk diz rindo.

— Aquela maluca quer meter o pé daqui, porra.. Qual a condição que eu tenho de viver fora de lugar? – Negueba diz puto.

— Te entendo! – Falo dando um trago.

— A vida de vocês é difícil né, eu e minha Índia nem briga mais, depois que meu filho nasceu é só love, tô na maior paz! – Gabriel diz se exibindo.

— Vou meter o pé Daiane já tá me ligando pra ir embora! – Pk diz se levantando.

— Vou descer com você! – Falo levantando, Gabriel acabou indo junto e descemos pra casa da Daiane.

Alanna.

— Não quelo isso! – Raissa diz empurrando a maionese com as mãos.

— Deixa aí no canto filha! – Falo sem paciência.

Daiane sentou ao meu lado com Rael no colo, diferente de Raissa ele se acabava com tudo que tinha no prato.

— Não vai comer nada? – Ela pergunta e eu nego.

— Tô sem fome.. Eu e Michel brigamos eu nem tô no clima sinceramente! – Falo triste.

— Mais já? Ele acabou de sair.. – Ela diz e eu assenti.

— Pra você ver, ele mal saiu e já quer se enfiar aqui nesse morro! – Falo.

— Vão voltar pra cá? – Daí pergunta sorrindo e nego fazendo ela fechar a cara.

— Não.. não sei! – Falo confusa.

— Você sabe o que é melhor pra você, eu não dou conselhos por que vocês dois são igualzinhos, eu nem me meto! – Daí diz e eu sorri.

Ficamos ali conversando e Rael não demorou para sair correndo, continuei dando comida para Raissa e Millena se sentou ao nosso lado. Olhei de relance para a porta de entrada e vi Michel entrar com Pk e Gabriel.

— Demorei? – Michel pergunta se sentando ao meu lado e passando os braços pelo meu ombro.

— Sim! – Falo sem olhar para ele.

— Pai, vamo blinca lá.. – Raissa diz indo pro colo do Michel.

— Vai lá, eu já tô indo! – Ele diz e ela corre para o quintal aonde os meninos brincavam — Até quando vai durar isso? – Ele pergunta voltando sua atenção para mim.

— Até você parar de vir pra cá! – Falo marenta.

— Vamos lá fora! – Ele diz puxando minha mão.

Saimos da casa da Daí e fomos subindo a rua.

— Quer me fazer andar atoa? Não vai me convencer.. – Já logo aviso e ele ri.

— Lembra dali? – Ele diz apontando com a cabeça para o beco que ficava próximo a quadra, foi ali que ficamos a primeira vez.

— Lembro.. – Falo sorrindo e revirando os olhos — Mas nada de marcante aconteceu aqui! – Falo cruzando os braços e ele me abraça.

— Aconteceu sim.. – Ele diz rindo.

— O que? Qual foi o acontecimento mais marcante, da gente.. – Pergunto me virando de frente para ele.

— A primeira vez que te com.. – Antes que ele completasse a frase dei um gritinho.

— Não Michel! Você é péssimo, nossa.. – Falo rindo e ele ri junto.

— Agora é sério a gente se conheceu aqui, a gente fez até os nossos filhos dentro dessa favela. Porque a gente não volta? – Ele pergunta se fazendo de coitado.

— Por que lá é melhor Michel, pras crianças e pra gente também! – Falo tentando não me convencer.

Michel não via o outro lado que real de qualquer favela, se a polícia entrasse enquanto eu tivesse com meus filhos na rua? O Léo ta crescendo e vai ficar em um lugar aonde andam vários homens armados, eu não quero isso.

— Melhor no que cara? A nossa família tá aqui, eu nunca ia te tirar de um lugar pra te colocar em um lugar ruim, com nossos filhos ainda se acha? – Ele diz e eu me afasto.

— Vamos pensar! – Falo e ele me dá beijo.

Eu não queria e nem achava necessário sairmos de onde estávamos, mais eu sabia que um de nós iria ter que abrir mão e eu posso até ceder, mas não vai custar nada barato pra ele.

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Eai acham que Alanna está certa?

Alanna | 2 Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora