013

915 103 25
                                    

─── Daniel Seavey
08:43 pm

     DESCI AS ESCADAS PARA encontrar Lindsey novamente. Pelo menos agora eu estava limpo e arrumado.

  Vi ela, Kay e Chris com meus filhos. Lindsey sorria para eles, mas os gêmeos estavam fazendo cara feia. Fui até elas, e peguei Blake.

— Eu vou colocá-los para dormir.

— A gente faz isso. — Chris pegou o menino de volta. — Pode ficar aí no seu... Encontro. — Revirei os olhos.

  As duas subiram rapidamente com os gêmeos.

— Então... — Comecei, sem ter a mínima ideia do que fazer, afinal, não nos falávamos há uma semana.

— Você está limpo. — Ela riu. — Sempre vou te encontrar daquele jeito? Fedendo, sujo e desarrumado?

— Engraçadinha, agora pode ir embora. — Me sentei no sofá ao lado dela.

— Pena que eu não vou. — Ela sorriu. — Essa casa é sua? Você mora com todas essas garotas? — Lindsey olhou ao redor, observando a casa. — E nunca teve vontade de pegar nenhuma delas?

— Meu pai, não! — Gargalhei. — Essa casa é dos meus amigos, eu tô aqui por um tempo, bom, já faz quase um mês. E essas garotas são namoradas dos meus amigos, que fazem parte da banda em que eu canto.

  Ela fez uma expressão desentendida, mas não comentou mais nada sobre isso.

— Seus filhos são fofos.

— Sim, eles são. — Sorri bobo.

— Mas me conta, o deu em você? — Ela apoiou seu braço no sofá, ficando de frente para mim. — Pai solteiro de gêmeos bebês, a ex te largou a pouco tempo. Como conseguiu superar tão rápido e já está indo para outra?

  Fácil, não superei.
  Eu queria contar o motivo pelo qual estou com ela, mas ela ficaria com raiva de mim e nós nunca mais nos veríamos.

— Me forçaram a encontrar alguém. — Ri. — E você? Modelo, gata, por que decidiu começar a sair logo comigo?

— Porque você é cantor. — Ela fez uma cara engraçada. — E eu disse que acho sexy.

— Pare com isso. — Ri envergonhado.

— Para falar a verdade, eu não faço a mínima ideia. — Ela deu de ombros. — Te achei engraçado, não sei. Porque para mim você não é tão bonito, nem sei se é talentoso mesmo, mas pelo menos seu senso de humor foi bonzinho até agora.

— Obrigado por acabar com todas as minhas expectativas. — Balancei a cabeça e rimos juntos.

— Ah... Você é fofo também.

— Acha?

— Sim. O jeito que você estava cuidando dos seus filhos foi lindo. Eu adoro crianças, mas não tenho jeito com elas. — Ela riu baixo. — Seus próprios filhos me odiaram.

— Não te odiaram. São bebês.

— Fizeram cara feia para mim o tempo todo!

— É, talvez tenham te odiado um pouco. — Rimos.

— Você é um bobo.

— O que? Acha isso sexy também? — Ri e ela desviou seu olhar com um sorriso.

— Talvez.

  Olhei para sua boca. Igual a de Ivy. Perfeita.
  Me atrevi a me aproximar. Eu precisava saber se o gosto era igual, se o jeito que ela beijava era igual ao da Ivy.

  Lindsey se aproximou também, eu estava cada vez mais perto de descobrir, quase lá...

  Fechei os olhos, eu iria beijá-la.

  Pelo menos nas minhas expectativas, porque mãozinhas foram até meu rosto, me separando de Lindsey. Era London.

— Papai... — Ela choramingou.

— O que aconteceu, minha flor? — Peguei ela no colo, e a bebê coçou os olhos com as mãozinhas. — Desculpe, preciso colocar ela para dormir.

— Está tudo bem. — Lindsey colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e sorriu tímida. Eu iria beijar pelo menos a bochecha dela, mas London me interrompeu, começou a chorar.

  Me levantei com a pequena nos braços e fui em direção ao meu quarto.

— Você está com ciúmes? — Sorri para ela que estava com cara feia. — Não precisa ter ciúmes, eu sempre vou ter você e seu irmão como prioridades. — Beijei a bochecha dela várias vezes, e a menina riu.

  Deixei ela na cama, onde Blake estava dormindo.

— Você deixou seu irmão sozinho? — Neguei para ela, mas ri.

  Minutos depois, consegui fazer ela dormir tranquilamente ao lado do irmão.

  Voltei para a sala, onde Lindsey estava em pé me esperando.

— Eu preciso ir, está ficando tarde.

— São dez da noite, não está tarde. — Argumentei.

— Você precisa cuidar dos seus filhos, eu estou atrapalhando.

— Não está. Eles já estão dormindo.

— Eu preciso mesmo ir. — Ela deu um meio sorriso triste. Suspirei.

— Certo, então. — Acompanhei ela até a porta.

— De qualquer forma, foi bom conversar com você e ver o quão imundo você pode ficar. — Ela riu.

  Eu não estava aguentando mais, então a beijei. Ela levou as mãos para minha nuca, e as minhas mãos foram para sua cintura.

  O beijo dela era completamente diferente de Ivy. Não sei, era complicado de explicar. Era mais doce, era melhor.

  Puxei seu corpo até ficarmos colados um no outro. Acho que ela estava gostando pois sorria no beijo e fazia carinho em minha nuca.

  Tivemos que nos separar por causa da maldita falta de ar, mas fixei minhas mãos em sua cintura, e ela sorria enquanto mordia seu lábio inferior.

  Haviam se passado somente segundos no nosso beijo, mas parecia muito mais tempo. Nos separamos logo, ela deu mais um sorriso e eu retribui o gesto.

— Boa noite, então. — Ela falou antes de atravessar a porta.

  Suspirei totalmente apaixonado.

father × Daniel Seavey (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora