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─── Daniel Seavey
10:17 pm

     ENQUANTO CANTAVA NA CABINE, vi pelo vidro da janela ao meu lado que meus pequenos estavam chorando, e que Jonah e Jack estavam tentando fazê-los parar.

  Tirei meus fones e parei de cantar, saí da cabine e fui até eles.

— Calma, calma. Eu tô aqui. — Peguei Blake dos braços de Jack e o coloquei no carrinho. Fiz o mesmo com London.

— Daniel, você não pode simplesmente sair da cabine do nada. Temos que finalizar essa música. — Um dos produtores chamou minha atenção, mas não liguei.

— São os meus filhos que estão chorando. Eu tenho que cuidar deles. — Comecei a fazer carinho na bochecha dos dois e comecei a cantar Water Fountain baixinho para eles.

  Aos poucos, eles foram parando de chorar.

— Devem estar com fome, não? — Zach perguntou. — Eu choraria se estivesse com fome.

— Eu pego a comida. — Corbyn se ofereceu e começou a revirar a bolsa das crianças.

— Para de jogar as roupinhas deles no chão! — Jonah ficou pegando as roupas caídas.

— Er... Não tem comida pra eles. Acabou. — Ele me mostrou os potes vazios.

— Como assim acabou?! Eu deixei um monte de fruta e suco para eles. — Olhei assustado. — Quem comeu?

  Todos nós olhamos para Jack que se encolheu.

— Desculpa, eu tava com fome. — Ele falou baixo.

— Jack! — Desaprovamos em uníssono.

— Eu tenho que ir em casa pegar comida. — Me levantei e os gêmeos começaram a chorar de novo.

  Peguei o carrinho com eles e peguei a bolsa.

— Volto depois.

— Seavey, a gente tem que terminar logo essa música! — Outro dos produtores falou.

— Deixa pra amanhã. — Disse sem dar muita atenção.

— Ei, Daniel. Vamos para a minha casa. — Jonah deu a ideia. — Não vou deixar você sozinho com duas crianças.

— É, a gente vai te ajudar com essas duas criaturinhas choronas. — Zach disse rindo.

— Valeu gente, mas não precisa. Eu consigo me cuidar com eles. — Tentei fazer eles pararem de chorar de novo.

— É, mas você não tem escolha. — Corbyn puxou minha mão para o carro e Jack levou o carrinho.

  Fiquei no carro do Jonah, com Jack e Blake.

— E a London? Ela precisa do pai! — Reclamei.

— Relaxa. — Jack acalmou. — A London tá com o Zach.

— Com o Zach?!?! — Fiquei mais desesperado.

•••

  Chegamos todos na casa de Jonah, onde Tate estava sentada lendo no sofá.

— Jonah eu quero ir pra casa! — Reclamei. — Eu posso muito bem cuidar dos meus filhos sozinho.

— Claro que não. — Ele revirou os olhos.

  Corbyn pegou as mamadeiras e colocou suco nelas.

— Toma, dá pra eles.

  Entreguei a mamadeira para eles, que rejeitaram e começaram a chorar de novo. Tate logo veio até nós confusa.

— O que aconteceu? — Ela perguntou.

— Daniel levou um pé na bunda da Ivy, agora ele tá cuidando dos gêmeos. — Jack fala rindo.

— Ótima explicação, Avery. — Debochei. — Por favor, tomem pelo menos um pouco. — Continuei tentando dar o suco para eles que continuaram rejeitando.

— Por que eles não querem? — Zach perguntou.

— Bom, são onze da noite. As vezes a mãe deles os amamentavam, talvez queiram isso. — Expliquei.

— Certo, mas não tem como fazer isso. — Tate disse.

— Tem sim. — Olhei para ela. — Você tem peitos, não tem como amamentar meus filhos?

— Daniel! — Ela colocou a mão nos seios, mesmo que já estivessem cobertos pela camisa e jonah me olhou feio. — Não é assim que funciona. Eu não tenho leite materno.

— E nem eu. Vou fazer o que então?

— Coloca eles pra dormir! — Corbyn disse.

— Com fome?!

— Sei lá, você que é o pai, se vira. — O loiro ergueu as mãos como em rendição.

— Vocês estavam falando que iam me ajudar.

— Aí meu Deus, pra quê eu fui falar isso? — Ele reclamou.

Jack foi até a geladeira.

— Tem pizza. Eles comem?

— Não!

— Olha, tem suco de caixinha. — Ele pegou dois e colocou os canudos. — Vê se eles tomam.

— Eles não quiseram nem suco normal, imagine de caixinha. — Entreguei a eles, mesmo sabendo que não iriam tomar.

  Blake segurou com as duas mãozinhas dele e começou a tomar. Logo London fez o mesmo.

— Vocês tão de brincadeira com a minha cara, né? — Perguntei para os dois.

  Quando terminaram, acompanhei os dois até o banheiro.

— Certo, tá na hora de tomar banho pra ir dormir. Já está tarde.

  London levantou os braços para eu tirar seu vestidinho.

  Escutei batidas na porta, era Tate.

— Oi Dan, precisa de ajuda?

— Não, estou bem. — Coloquei os dois na banheirinha deles.

  A garota se sentou ao meu lado.

— Para de ser cabeça dura um pouco. A Blue Ivy terminou com você e te deixou sozinho com duas crianças. Você precisa de um pouco de ajuda agora.

— Eu nunca tive muita ajuda da Ivy. Ela sempre ficou mais preocupada com o trabalho do que com as próprias crianças. Talvez ela nem quisesse ter filhos.

  Comecei a dar banho nos dois pequenos e Tate ficou me ajudando.

— As coisas poderiam estar complicadas para ela, para ter que deixar os dois filhos e o namorado.

— Ex namorado. — Repliquei.

— Certo, mas quem vai sofrer depois é ela. O Blake e a London vão crescer, vão ser crianças maravilhosas e ela vai se arrepender por não ter passado tempo com eles.

  Terminamos o banho e enrolamos os dois nas toalhas.

  Deixei eles andando na frente até o quarto enquanto conversava com a garota logo atrás.

— Eu não faço nem ideia se ela vai voltar algum dia para ver eles. Ela simplesmente terminou por ligação e disse que ia para a Inglaterra. — Dei de ombros.

— Terminar por ligação é uma coisa patética de se fazer. Como você foi ficar com uma mulher tão infantil? — Arqueei as sobrancelhas para ela. — Ah, desculpa, é que ela me tira do sério.

— Tudo bem. Mas o jeito agora é seguir em frente. — Entrei no quarto junto com eles. — Só eu e meus bebês.

— Vai dar certo, você é Daniel Seavey. Consegue fazer tudo. — Ela disse sorrindo confiante para mim e apoiou sua mão em meu ombro. Sorri fraco para ela.

father × Daniel Seavey (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora