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—— Daniel Seavey
11:35 am

      ENTREI NA CASA e logo vi minha irmã sentada no sofá da sala.

— Anna! — Gritei totalmente feliz. Soltei todas as bolsas que eu segurava para abraçar minha irmã preferida.

— Meu deus, você veio!! — Anna gritou junto, com um sorriso gigante no rosto. Ela levantou da cadeira onde estava e saiu correndo.

  Ela não veio na minha direção. Passou direto e foi abraçar a Gabriela. Sim, ela tinha vindo somente para ver a Anna. As duas se abraçaram e eu fiquei com os braços abertos feito idiota.

— Credo, Daniel, abaixa esse braço. — Tyler reclamou quando passou perto de mim. — Há quanto tempo você não toma banho?

  Resmunguei baixo e vi Christian aparecer com os gêmeos logo na frente dele.

— Finalmente essas criaturinhas vieram para cá, eu estava morrendo de saudades. — Ele beijou a cabeça de cada um.

— Oi meus amorzinhos!!! — Minha mãe apareceu na sala sorridente. Ela apertou os gêmeos num abraço.

— Oi também, mãe. — Falei irônico. Me sentei no sofá olhando para todos que não estavam nem ai pra minha presença.

— Oi, filho. — Meu pai colocou sua mão em meu ombro e sorriu.

— Oi, pai. — Sorri. — E aí como vai? Aconteceu algo de interessante? O que vocês têm... — Olhei para ele que já estava colado nos gêmeos. Revirei os olhos.

•••

  Minha família passou o dia com os gêmeos, não deixaram nem eu chegar perto deles. Anna ficou a maior parte do tempo com eles e com a Gabbie.

  De começo eu estava ficando preocupado porque eu queria cuidar dos meus filhos, então me mandaram relaxar no meu quarto. Entrei e fiquei na cama, tenso, pensando em meus filhos, mas quando percebi, eu acordei.

— Ué eu dormi? — Perguntei para mim mesmo que não estava entendendo nada.

  Anna apareceu no corredor e olhou para mim, pois a porta do quarto estava aberta.

— Ele tá vivo!! — Ela gritou do corredor e entrou no quarto. — E aí como foi passar as últimas doze horas dormindo?

— Doze horas?! — Perguntei desentendido.

— A gente pensou que você tinha morrido, mas você tava respirando então... — Ela deu de ombros e riu. — Estava bastante cansado, não era?

— Que horas são? — Perguntei. — Cadê meus filhos? Eles precisam de mim!

— Se acalma seu desesperado. — Ela disse. — São quase meia noite, seus filhos estão dormindo e não, eles não estão precisando de você agora.

— Meu Deus, faz tempo que eu não durmo tanto assim. — Passei a mão pela nuca.

— Qual foi a última vez que você teve oito horas de sono, Seavey?!

  Não respondi, até porque eu não sabia a resposta. Pelo menos nesse mês, eu sempre estava indo dormir às sete da manhã e acordando às dez. Eu não tenho um bom sono como esse faz tempo.

— Daniel você precisa se cuidar também!

— Mas todo o meu tempo é para cuidar dos gêmeos!

— Mas você não era assim, cuidava dos gêmeos, mas também cuidava de si mesmo. — Ela concluiu. — O que aconteceu com você?

  Hesitei por um minuto. Suspirei e comecei a falar.

— Depois do término com a Ivy eu não tenho estado muito bem. Agora eu estou sozinho para cuidar dos gêmeos, e saber que a Blue Ivy nunca me amou e eu sempre dei o meu melhor para ela, sempre dei todo o meu amor para essa garota...

— Você é muito trouxa.

— Obrigado pelo conselho. — Debochei. — E pra piorar a situação, eu tava ficando com uma garota somente porque ela é parecida com a Ivy.

— Você é burro ou o quê? — Ela falou com raiva. — Quanto tempo durou isso?

— Uma semana, duas talvez.

— Meu pai... Eu vou contar pra mãe.

— Não conta! — Pedi. — Eu preciso pensar antes, tenho que me desculpar com ela.

— Você sabe que essa garota deve estar arrasada, né?

— Eu sei disso. — Suspirei. — Mas eu vou tentar falar com ela.

— Falar com quem? — Chris apareceu de repente no quarto.

— A garota que ele estava ficando porque se parece com a Ivy. — Anna falou calma.

— Puts, não consegue esquecer essa mulher ainda? — Ele passou a mão pelo cabelo e sentou na cama ao meu lado. — Sabe que foi ela quem te deixou, certo? Foi ela que deixou seus filhos, disse que não te amava...

  É incrível como todo mundo fica sabendo de tudo o que acontece na minha vida sem eu nem ter contado.

— Sei do que você precisa. — Chris sorriu para mim e levantou as sobrancelhas. — Precisa ir para uma festa, beber um pouco.

— Christian, você sabe que eu não bebo. — Disse sério.

— Você é muito careta, está pior que nosso avô. — Faço careta para ele.

— Deixa ele, Chris. — Anna colocou suas mãos nos ombros dele. — Vem, o "Niel" precisa pensar um pouco agora. — Ela deu um sorrisinho para mim por ter falado do jeito que meus filhos me chamam.

  Os dois saíram do quarto e eu fiquei deitado a noite inteira acordado, pensando em Ivy e Lindsey.

father × Daniel Seavey (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora