SARAH
Fiz quatro meses e uma semana de gestação. Estava indo a segunda ultra-som.
Eu era pura ansiedade e nervosismo, mas também estava feliz, um pouquinho de cada sentimento.
Porém não importa oque vier, desde que venha com saúde, está ótimo.
Maria não pôde vir e eu também não pedi, ela estava bem oculpada e eu não ficava triste com isso. A cada passo que eu dava, ela me ligava com toda a preocupação que alguém pode ter por outra pessoa.
Me sinto tão querida, ela vive me mandando coisas de bebê pelo celular e fica toda ansiosa. Adora ver que minha barriga já marcando bem nas roupas.
Eu vivo bufando por ter muitas delas que já nem cabem mais mesmo com pouco tempo de gestação, apesar disso, eu estou contente, é sinal que estou conseguindo ganhar peso.
...
Entrei no consultório assim que fui chamada e vi o doutor González já ligando o aparelho de ultra-sonografia.
Ele me mandou subir na balança e me pesou primeiro, depois mandou deitar e assim fiz.
Levantei a blusa e ele passou aquele maldito gel extremamente frio em minha barriga.
— E então, senhorita Sarah Baker, tem preferência pelo sexo do bebê ? — Sorriu passando o ultra em minha barriga.
— Bom...Não tenho não, oque vier vou cuidar muito bem. Mas estão apostando aonde eu trabalho que vem um menino, eu acho que é menina —
Ligou o som para que eu pudesse ouvir novamente o coraçãozinho do bebê.
— O coração está normal...olha ali, teve um bom desenvolvimento desde a sua última ultra. Está tomando a vitamina e se alimentando, né ? —
Balancei a cabeça de forma positiva e ele sorriu, realmente eu estava seguindo as instruções. Era para o bem do bebê, eu precisava ficar bem por ele, ou ela, é claro.
Ouvir o coraçãozinho novamente foi algo anestésico pra minha alma.
—Muito bom saber — Sorriu. — A tal aposta, foi muito alta ? —
Cemicerrou os olhos e arrumou seus óculos.
— Foi de cem dólares pra cada — Virou-se para me olhar. — Posso dizer oque você vai fazer sobre a aposta ? —
Sorri estranhando a pergunta.
— Sim — Ele visualizou o monitor novamente e o acompanhei respirando fundo.
— Assim que você chegar lá...vai pedir seu dinheiro, pois está esperando, por uma menina ! —
Tampei o rosto tentando abafar o choro contínuo enquanto ouvia o coração da minha filha bater.
— Gostou da notícia ? —
Sentia uma sensação tão magnífica me invadindo. Eu chorava copiosamente por saber que uma menininha estava se formando dentro do meu útero, não que um menino não fosse bom o suficiente, eu nem tinha preferência, mas foi algo extraordinário saber disso.
— Sim, doutor, muito ! — Tirei as mãos do rosto e ele desligou o aparelho.
Peguei o papel ao meu lado e me limpei, abaixei minha blusa e desci da maca.
Doutor González disse que estava tudo okay, mas eu precisava ganhar ainda mais peso para o meu tempo de gestação. Obviamente concordei e me foi prescrito mais vitaminas por prevenção.
— Então...eu queria saber, porque ela não mexe ainda ? Bom, até mexe, mas nada muito forte, nem um chute, é normal ? — Perguntei com receio e a resposta dele foi um calmante em minhas veias.
— Sim, é completamente normal, os bebês começam a mexer mais frequentemente ou até mesmo chutar, a partir do final do quarto mês ou durante o quinto. Em alguns casos, até no terceiro mês, as mães já sentem chutar, mas não é o seu caso, não se preocupe está tudo ótimo —
— Muito obrigado, até mês que vem, Doutor González — Peguei minha receita e fui caminhando para o Pub assim como na última consulta, para pegar a vitamina na farmácia.
Assim que cheguei no bar, Marvin e John vieram como dois viciados atrás de drogas pra perto dos papéis em minhas mãos.
Sorri maldosa e abri a pasta que o hospital me deu, na parte das imagens do ultra-som, que mostrava em letrinhas miúdas e uma setinha que era uma menina.
Estiquei a mão pra receber meus duzentos dólares, Marvin puxou a pasta da minha mão fazendo careta.
— John...chama a polícia agora, isso é forjado, essa safada, falsificante de ultra-sonografias ! —
Nós rimos e ele levou um peteleco do John.
Marvin se deu por vencido e tirou os cem da carteira.
— Toma, sua chata ! —
John fez o mesmo que e eu guardei o dinheiro na bolsa.
— Tirando a brincadeira desse idiota, parabéns, Sarah ! — Me abraçou e em seguida seu irmão fez o mesmo. — Tomara que venha com muita saúde e linda como a mãe —
O mais velho sorriu me fazendo ficar vermelha, Marvin como sempre fez piada e levou outro peteleco.
— Cala a boca e bora trabalhar, seu esquisito —
Balancei a cabeça e fui guardar minhas coisas. Ao pegar meu celular e o colocar no bolso, senti ele vibrar, ao ter visão do ecrã novamente vi o nome de Maria atendi.
— Oi, minha linda, você já fez ? Está tudo bem ? —
— Oiii, já sim. E Sim está tudo bem, ele só me disse que eu preciso ganhar mais peso e me passou uma outra vitamina por segurança —
— Agora, me fala vai, não tô aguentando de curiosidade, descobriu o sexo ? Oque é ? —
— Entãoooo, lembra que contei que os meninos apostaram aqui, que seria menino ? Já eu, disse que era menina ? —
— Claro que lembro, e ai ?? —
— Pois é, eu ganhei 200 dólares —
— Vale, meu Deus. Parabéns minha filha, ela vai nascer muito linda, assim como você, viu ? E cheia de saúde também —
— Te amo, Maria, obrigada por tudo, tudo mesmo —
— Ô, minha linda, também te amo, mas agora beijos, que a Rosa derrubou alguma coisa, vou ver oque é.
Hoje passo a noite aqui, tá bom ? —— Tá bom, não se preocupa não, viu ? Assim que eu chegar em casa te mando mensagem. Chamo um carro ou como sempre, os meninos vão querer me levar, beijos —
Vesti meu avental e sorri percebendo o volume da minha barriga ao amarrá-lo, passei a mão feliz da vida e ouvi a porta bater no sino, com certeza, o primeiro cliente da noite.
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Caminhos Cruzados.
Любовные романыSarah foi abandonada na porta de um orfanato poucas horas após o nascimento. Cresceu vendo seus amigos sendo adotados e ela sempre sendo devolvida. Traumas foram criados e tristezas enraizadas, sentimentos persistentes de abandono a cercam. Pouquís...