Hora do parto

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SARAH


Sabendo da exaustão de Stephen, tentei segurar mais um pouco, porém estava a ponto de gritar. Já havia começado a chorar, e não aguentando mais, chamei ele de uma vez.

— Amor...amor...acorda, por Deus ! — Cutuquei ele mais forte, que se sentou rapidamente.

Eu chorava com a cabeça jogada para trás e gemia com dor, saber da probabilidade e dos riscos de uma possível cesariana de emergência parecia piorar tudo. Ele havia me explicado sobre isso quando cuidou de mim depois daquele sangramento e minha gravidez se tornar arriscada.

Stephen entendeu o porquê do chamado e se levantou ágil. Pegou uma das luvas hospitalares que trouxe pra me ajudar com qualquer tipo de imprevisto. E eu levantei o vestido. Ele fez o exame de toque conferindo a minha dilatação e tirou as luvas.

As jogou no lixo e pegou as bolsas, logo após, me colocou em meus braços e mesmo eu insistindo para ir andando, meu namorado não me deu ouvidos e desceu as escadas até chegar no estacionamento.

Me colocou sentada no banco da frente e entrou no carro dando partida para o hospital particular em que ele trabalhava.

O começo da minha gestação foi acompanhado em outro hospital, mas por insistência dele, tudo foi transferido para esse outro, que inclusive tinha uma ótima fama.

— Amoor...Tá doendo muito...— Segurei a barriga choramingando e ele me olhou apreensivo, tentei sorrir mas não dava. Veio outra contração. — Puta merda ! —

— A gente já vai chegar, tá bom ? Juro que tô indo o mais rápido que posso — Trouxe a mão livre até meu rosto.

Fiquei em silêncio e quando enfim chegamos no hospital, tive ajuda para sair do carro.

Estávamos entrando na emergência quando senti alguma coisa molhando minhas pernas, era como se eu estivesse fazendo xixi, porém eu não tinha como segurar.  Me desesperei perdendo o resto do controle.

— Meu Deus, meu Deus, A BOLSA, A BOLSA ESTOUROU — Ri de nervoso me segurando nos braços do Stephen.

Um casal de enfermeiros chamaram ele pelo nome quando o viram e trouxeram o olhar para minha situação, puxaram uma das macas hospitalares e meu acompanhante me colocou deitada.

— Ela já tem dilatação suficiente, pra sala de parto, agora ! — Os avisou. — Marcelo, chama o Daniel, eles não vão me deixar fazer o parto — Correu ajudando a moça a levar a maca para a sala indicada e quando estava prestes a entrar comigo, ela o parou.

— Vai fazer a ficha dela, e na volta se troca pra entrar. Você é médico, sabe dos procedimentos, sei que se trata da sua filha, mas precisa ter calma —  Entrou comigo e uma outra enfermeira chamada Márcia que já estava lá,  me cumprimentou.

As duas me deram assistência e me ajudaram a trocar aquele vestido pela camisola do hospital.

Inseriram em meu braço direito uma bolsa de soro e o prendedor que mede os batimentos no dedo da minha mão esquerda, aferiram minha pressão e logo um médico entrou.

Eu já tinha visto ele, pra minha surpresa ou nem tanta, Daniel o médico que Stephen mandou chamar era amigo dele. O mesmo me cumprimentou e disse que estaria o tempo todo me dando assistência.

— Daniel, cadê o Stephen ?...— Perguntei sentindo outra contração e apertei o lençol.

— Ele já deve estar vindo. Não posso adiar, sua bolsa já estourou e suas contrações estão frequentes demais. Você tem que começar a fazer força, tudo bem ? Eu vou contar até três e por favor, não trave as pernas —

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