Genética boa

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STEPHEN

Até quis ir atrás dela, mas meu orgulho foi maior. Sai batendo a porta e fechei meu moletom, chamei um carro e logo cheguei em casa.

Maria abriu a porta com cara de bunda e eu dei risada.

— Oi mãe, Bom dia, né ? —

— Onde o senhor dormiu ? — Cruzou os braços na frente dele e cemicerrou os olhos conhecendo aquela calça. — Stephen, essa calça é do...—

— Sim...é do Paulo, e eu dormi na sua casa. Aliás, você tem um caso com ele e nunca me disse ?? — Foi minha vez de cruzar os braços.

— O assunto aqui é você, okay ? E como assim, dormiu na minha casa ? — Me puxou para sentar no sofá. — Você e a Sarah ? Vocês ficaram ? Me entendeu, né ? —

— Não, não transamos. Eu fui ao Pub onde ela trabalha, lembra que eu gostava de sair, no começo da faculdade ? Era lá que eu ia.
Ontem me deparei com ela, comecei a beber muito e daí, acordei no seu sofá, então tenho certeza que ela não transou comigo.
Nós conversamos muito, agora de manhã, Sarah aceitou meus pedidos de desculpas e perdões, mas não voltou pra cá —

— Dê tempo ao tempo, Sarah ama você, mas ainda é difícil pra ela — Sorriu passando a mão em meu rosto. — Tudo vai pro devido lugar —

Levantou segurando minha mão.

— E você, vem almoçar, mais tarde te conto minha história com Paulo —

— Sua safada ! — Dei risada indo atrás dela e a mesma me corrigiu.
Fiquei quieto contendo o riso e logo fui almoçar.



SARAH

Hoje o John me ligou pedindo pra ir ajudar com o apartamento dele, eu estranhei pois haviamos combinado no fim de semana. Mas concordei.

O homem disse que passaria logo pra me pegar, então eu coloquei na bolsa uma peça de roupa mais velha pra poder fazer a limpeza e também meus documentos.

Desci até a portaria cumprimentando o Sr. Joseph, o porteiro. Um velhinho de cabelos grisalhos muito simpático que jura que Maria já foi gamada nele. Eu dou muita risada quando Maria fica brava com ele.

John parou o carro e assim que entrei, vi um bebê de mais ou menos um ano, dormindo numa cadeirinha no banco de trás.

— John...esse é o seu filho ? Que coisa mais fofa — Sorri vendo aquela bochechas gordinhas.

Chegamos logo no apartamento dele e realmente aquilo estava pior que casa de Swing depois do horário de funcionamento.

— Que horror, você tinha razão, isso aqui é um lixo — Falei completamente sem filtro e logo tampei a boca fazendo ele rir.

— Realmente isso tá uma porcaria, não se preocupa — Me olhou. — Vou colocar ele no meu quarto e já volto —

Ele levou o bebê e não demorou a voltar. Eu já tinha trocado de blusa e arrumado uma sacola pra jogar algumas coisas fora.

— Olha, você realmente é ante sujeira —

— Sujeira é uma coisa, agora imundiçe é outra, né ? — Dei risada e continuei jogando tudo que não prestava fora. Ele entrou na onda e foi fazendo o mesmo.

Já eram seis da tarde e finalmente a casa estava limpa e habitável pra uma criança.

John montou o berço no outro quarto e também o guarda roupas.

Eu dobrei as roupinhas e arrumei os brinquedos todos no quarto. Ficou muito fofo, a cara do filho dele.

No momento, estava terminando de lavar a louça enquanto John aspirava o carpete da sala.

Sequei minhas mãos e me encostei na pia extremamente cansada e com fome.

— John, tô morrendo de fome —

— Nossa, Sarah me desculpa. Até esqueci, vou pedir uma pizza, tá bom ? —

Antes que eu pudesse responder, um choro começou, ele foi para o quarto e logo acalentou o filho.

Eles não demoraram a aparecer na cozinha. O bebê estava com os olhos molhados e uma chupeta na boca, todo manhoso.

— Ficou assustado, acordou sozinho — Disse seu pai arrumando sua blusa.

Me aproximei do garotinho. Passei a mão em seu cabelo encaracolado e ele me olhou logo escondendo o rosto com vergonha.

— É a sua cara, até os olhos são da cor dos seus —

— Genética boa, resulta nisso — Sorriu e piscou convencido.

Pegou o celular já pedindo a pizza.

Fomos para a sala e ficamos no sofá, escolhi um filme infantil, Nick pegou confiança comigo e começou a tagarelar coisas que nem seu pai entendia. A única coisa que eu sei é que a história indecifrável de "tititi, lalala", e não sei oque dele, envolvia muito o papai, no caso, John.

A pizza chegou e ele saiu do apartamento pra ir pegar a pizza, eu fiquei com o Nicolas, e pude observar o quanto era fofo, de perto era ainda mais parecido com seu pai.

Ele era um amor de menino, fofo e esperto. O coloquei em meu colo e mais que depressa ele apoiou uma mão em minha barriga sem eu precisar dar uma palavra.

— Oque foi, Nick ? —

— Neném ? — Sorriu.

Assenti e ele levantou minha blusa, abocanhou minha barriga, e sem morder, ficou fazendo som de "Aaahhh" e me babando toda.

Eu só conseguia rir da situação e logo que John entrou vendo a cena, me perguntou oque o filho fazia.

Levantei os braços mostrando dúvidas também e ele riu, colocou a pizza na mesinha de centro e deu um tapinha no bumbum do Nick que se virou automaticamente.

— Já saquei a sua seu pilantra, ela nem nasceu ainda e você já ta querendo beijar é ? Seu babão — Ele bateu palminhas e sorriu. — Cadê o babão do papai ? -.

Nick gargalhou e foi pego no colo pelo pai.

Me levantei e abri a caixa da pizza, tirei um pedaço com a mão mesmo, assim que mordi sentindo aquele sabor tão gostoso fiquei até mais contente e John quando percebeu oque eu fazia me filmou e mandou pra Maria.

— É sério ? —

Riu de mim e foi por a mesa.

Começamos a comer e eu babei outra vez no filho dele, seu pratinho era num formato de sapinho e eu fiquei toda boba, ele comia quase que na mesma velocidade que eu.

— Esse garoto é parente seu — John comentou.

— Cala a boquinha, vai — Ri dele e me levantei indo até o banheiro.

Lavei meu rosto tentando fazer aquela tontura passar e vi uma foto pequena no espelho do banheiro.

John, uma mulher muito bonita e o Nick. Com certeza a mulher era a mãe daquele bochechudinho, na foto eles estavam juntos e felizes. Sorri balançando a cabeça e sai do banheiro.

Nick:

Nick:

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