Esperança.

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Sarah - Hoje era mais um dia sem Sthepen.
Eu já havia pensado em voltar ou qualquer outra coisa. Mas Guilherme sempre me convence que lá é perigoso e que ele acha que Stephen morreu.
Eu sei que não, ele é forte, e sobreviveu, eu sei que ele só não veio ainda pra não colocar Linda em perigo ou algo do tipo, mas sei que ele está vivo. Eu amo demais aquele homem pra desistir tão fácil.
Consegui falar com a Maria e ela perguntou o porque de ainda estarmos viajando e se estávamos todos bem aqui, eu não tive coragem pra falar oque aconteceu, então inventei uma boa mentira em relação aos passaportes e ela acreditou, ele era como um filho pra ela, ela não iria aguentar.
Já com os pais dele, eu não consegui contato pra tentar saber algo dele.
E com Eduardo então, parece que até as redes sociais dele haviam sumido da internet.
Guilherme estava tentando ter o máximo de paciência comigo e me proteger também. Sempre ouvia ele perguntando aos seguranças sobre qualquer canto do terreno não estar sobre vigilância ou algo assim.
Linda estava se desenvolvendo bem, tirando noites em claro e as cólicas, ela está saudável e muito fofa. A levamos pra tomar a vacina dos dois meses e ela passou uns dois dias bem chatinha, mas já estava tudo bem.
Os primeiros dias sem Stephen por perto, fizeram Linda chorar muito, Guilherme disse ser coisa da minha cabeça porque ela não entendia, era o ciúme dele falando alto, isso sim.

***

No momento a neném dormia no berço e eu estava na área olhando pro mar, o mesmo estava bravo e revolto. Ao fundo no horizonte, nuvens acinzentando o céu e os raios clareavam tudo.
Eu até já tive medo disso, porém agora, eu preferia sentir a chuva na pele e pedir baixinho, com todas as minhas forças, que meu namorado estivesse vivo e saudável.
Peguei meu celular e liguei pro número dele novamente, o telefone foi atendido e como sempre eu só ouvia uma respiração calma e compassada.
- Amor.....sou eu de novo. Por favor, só me confirma que ainda está aí -.
Senti meus olhos marejarem.
- Eu só tô pedindo uma prova, já faz um mês e meio....quase dois.... Eu preciso de notícias suas, pra poder manter minha cabeça estável.
Se alguém estiver com o celular dele, por favor, é só me falar e eu paro de ligar -.
A chamada foi desligada e novamente eu cai no choro.

Guilherme - Entrei no quarto da Sarah pra ver a minha filha, ela estava dentro do berço num soninho bom e profundo, mesmo com a forte chuva que caia lá fora, ela estava dormindo muito bem.
Olhei no banheiro e Sarah não estava, abri as cortinas e vi ela chorando lá fora em meio ao temporal. Suspirei e abri a porta, cheguei perto dela sentindo os pingos frios em minha cabeça.
- Sarah.... -.
Olhei o celular.
- Ligando de novo ?.
Por favor, eu juro que te entendo, só vamos entrar, por favor... -.

Sarah - Encarei ele e me levantei, fui  caminhando pro quarto e ele veio logo atrás.
- Eu estava tentando de novo sim, é a única coisa que deixa mais confortável em toda essa situação -.

Guilherme - Fechei rápido a porta e puxei a cortina.
- Vai pro chuveiro, mas termina rápido por que tá chovendo. Tira essa roupa e coloca uma quente e seca.
Vou ficar com a Linda e depois a gente conversa, tá ? -.
Ela concordou e foi.
Eu sai do quarto e pedi a Abigail que trouxesse um chá quente pra Sarah.
Ela saiu do banheiro vestida em um short e uma blusa de manga longa, se sentou ao meu lado na cama e suspirou me olhando, esperando alguma bronca.
- Sarah, eu te entendo. Você ama ele, eu sei que....é impossível esquecer ele.
Eu juro, eu estou tentando pensar como você, eu já liguei pra alguns amigos, filhos dos amigos do meu pai, Stephen me fez prometer que eu não ligaria nem deixaria você ligar pra ninguém.
Mas tudo saiu do controle. Voltando ao assunto....eles vão tentar achar alguma coisa, mas nesse tempo, eu preciso que você se acalme, eu preciso que você pare de ser tão impulsiva.
Sei que você ama a Linda mais que tudo nessa vida, só que quando você faz isso, não tá pensando nela, Sarah.
Pensa bem, você fica doente, vai passar oque tiver pra ela. Se ficar sem comer, afeta ela, qualquer coisa que fizer, as consequências atingem primeiro você, mas quem fica pior é ela, entendeu ? -.

Sarah - Balancei a cabeça de forma positiva.
- Já sei aonde quer chegar, não se preocupa eu não vou deixar ela sofrer por minha causa.
Eu só preciso de tempo pra me acostumar com tudo isso, mas algo dentro da minha cabeça, sabe que ele está vivo, sim ! -.
Sequei o rosto.

Guilherme - Abracei ela.
- Eu sei, não se preocupa, eu também sei disso -.
Eu queria acreditar como ela, mas tava foda. Ele a amava demais pra não vir atrás dela, as únicas alternativas que explicariam o porque dele não ter vindo eram as seguintes: Ou ele morreu, ou alguém pegou ele, pra fazer sei lá oque. Eu desconfiava frequentemente da segunda opção, porém a primeira não queria sair da minha cabeça, mas eu tinha que dar apoio a ela.
Mesmo que eu soubesse algo, eu não contaria nada por enquanto, só pra ela ter mais um pouco de esperança.
- Vai dar tudo certo, tá bom ?. Só da tempo ao tempo e enquanto ele não volta pra você....vai lembrando dos momentos bons que passou com ele. Sei que não foram poucos, então..... -.
Sorri.

Sarah - Concordei suspirando e Abigail bateu na porta.
Permiti entrada e ela veio me trazendo numa bandeja, um chá de camomila e uns biscoitos doces. Agradeci satisfeita e ela se retirou.
- Você, né ? -.

Guilherme - Sim, eu mesmo, toma logo pra tirar a friagem do corpo -.
Ouvi os gemidos da Linda e fui até o berço. A mesma estava acordada esfregando as mãozinhas no rosto.
Peguei ela no colo e Sarah veio até nós.
- Deixa que eu cuido dela, termina logo esse chá -.
Coloquei a neném na cama e troquei sua fralda.
- Pra um ser tão pequeno, o cheiro é tão forte -.
Sarah abriu um riso mais descontraído e eu fiquei contente.
Terminei de arrumar a roupinha da pequena e a peguei no colo novamente.
- Que foi papai ? Tá rindo de que ? -.
Brinquei com ela tirando sorrisos baguelos e Sarah se derreteu toda.

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